Vitória não apaga rendimento do Guarani bem abaixo daquilo já mostrado
Há muita coisa para melhorar, o que abre perspectiva de subir na tabela
Apesar da vitória, o time bugrino ficou devendo bastante no aspecto técnico
Independentemente do desempenho no jogo contra o Brasil de Pelotas, o Guarani precisava de vitória e ela aconteceu na noite desta sexta-feira, por 2 a 0, em Campinas.
Evidente que o bugrino consciente sabe que o seu time ficou devendo no aspecto técnico, até porque não se pode dizer, desta vez, que o adversário abusou do sistema defensivo.
Claro que sem a bola o time gaúcho se resguardou, mas também procurou avançar e não se pode dizer que o Guarani não teve espaço para organizar contra-ataques.
Quem se dispuser pegar a estatística deste jogo, pra se constatar o desempenho ofensivo do Guarani, a conclusão é que criou apenas uma chance real ao longo da partida, convertida no gol de cabeça do lateral-esquerdo Bidu, que foge à normalidade, considerando-se a baixa estatura do atleta.
A jogada foi construída por Bruno Sávio que fez o cruzamento, aos 36 minutos do segundo tempo.
WESLEY IRRESPONSÁVEL
Sim, o Guarani ganhou por 2 a 0.
É que o Brasil de Pelotas doou um gol para o Guarani, por pura irresponsabilidade do meio-campista Wesley.
Na bola cruzada contra a área do Brasil, o goleiro Matheus Nogueira já havia feito a defesa quando imprudentemente Wesley calçou o zagueiro bugrino Thales, que da área adversária já ensaiava corrida pra retomar o seu posicionamento defensivo.
O árbitro José Mendonça da Silva Júnior sequer viu o lance, mas recebeu comunicado de seu auxiliar e o pênalti foi marcado aos 42 minutos do primeiro tempo e convertido dois minutos depois através do atacante Bruno Sávio, que chutou quase no meio do gol.
ADMINISTRAR VANTAGEM
No segundo tempo, o propósito do Guarani foi administrar a vantagem, o que implicou em se resguardar e evitar brechas para que o Brasil de Pelotas pudesse criar chances.
Embora o adversário tivesse mais posse de bola, faltava-lhe criatividade para penetração na defensiva bugrina, e o goleiro Gabriel Mesquita sequer foi ameaçado.
Assim, no plano tático, a estratégia do Guarani foi bem-sucedida, ocasião em que o volante Índio – que substituiu Rodrigo Andrade – realizou a melhor partida pelo clube.
Além de ter dado conta do recado na marcação e desarme, passou melhor a bola e até mostrou atrevimento ofensivo.
ANDRIGO
Com ausência do suspenso meia Régis, o treinador Daniel Paulista deu oportunidade para que Andrigo iniciasse a partida, e na prática viu-se mais uma partida dele bem embaixo daquilo que pode produzir.
Não lançou, nem arrancou com a bola. O histórico na partida, até que fosse substituído aos 33 minutos do segundo tempo, se restringiu a chute fraco e defendido pelo goleiro Matheus Nogueira.
Paradoxalmente, o meio-campista Eduardo Person, que o substituiu e retornou ao time após nove meses, teve mais utilidade no aspecto tático.
ALLAN VICTOR E LUCÃO
Cobrava-se uma chance real para que o atacante de beirada bugrino Allan Victor iniciasse uma partida.
Pois foi escalado e decepcionou. Errou a maioria das jogadas, e é consenso que deveria ter sido substituído bem antes dos 23 minutos do segundo tempo, cedendo lugar para discreta estreia de Maxwell.
Ganho sim teve o time bugrino na substituição feita naquele mesmo momento, quando Lucão foi sacado para entrada do polivalente Pablo, que ajudou na construção de jogadas pelo lado direito do ataque, o que resultou em diminuição do ímpeto ofensivo do Brasil de Pelotas.
Questionável também foi a insistência do treinador Daniel Paulista na escalação de Lucão, pois na prática o Guarani já entra em campo reduzido a dez homens.
BRASIL CANDIDATO
Quem arrisca palpites sobre clubes com cara e feição de rebaixamento, pode colocar o Brasil de Pelotas como candidato.
Repetiu contra o Guarani a mesma inoperância já mostrada quando recepcionou e perdeu do Sampaio Corrêa, em seu penúltimo compromisso.
Apesar da compactação dos jogadores para toque de bola, falta qualidade ofensiva para se criar chances reais.
