Vice da CBF minimiza voto do presidente e reitera cooperação com a Conmebol

A CBF vive situação inusitada por contar atualmente com dois presidentes

O vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, tentou nesta quinta-feira descolar a imagem da entidade do presidente em exercício, Antonio Nunes, depois da polêmica decisão

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São Paulo, SP, 14 – O vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, tentou nesta quinta-feira descolar a imagem da entidade do presidente em exercício, Antonio Nunes, depois da polêmica decisão de Nunes de votar pela candidatura do Marrocos, na disputa com a América do Norte para sediar a Copa do Mundo de 2026. A CBF havia fechado acordo para votar junto com a Conmebol pela sede tripla dos Estados Unidos, Canadá e México.

Um dia depois da eleição que escolheu a América do Norte como sede do futuro Mundial, Sarney assegurou que a CBF “sempre irá cooperar com a Conmebol” e pediu que decisões “individuais” não sejam consideradas.

Sarney não citou textualmente a crise aberta pelo coronel Nunes, mas sua mensagem foi interpretada como um distanciamento entre a instituição e o próprio Nunes. “A CBF está sempre alinhada com a Conmebol. Qualquer outra decisão diferente sempre será pessoal, e não uma posição da CBF”, disse Sarney.

A CBF vive situação inusitada por contar atualmente com dois presidentes. Coronel Nunes é o presidente em exercício ao assumir o cargo por ser o vice-presidente mais velho da entidade quando Marco Polo Del Nero foi afastado, por suspensão imposta pela Fifa. E, há cerca de dois meses, Rogério Caboclo foi eleito como novo presidente para assumir a função somente no próximo ano.

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Na quarta, no Congresso da Fifa que escolheu a futura sede da Copa, quem esteve presente com poder de voto era Coronel Nunes. Mas, apesar da orientação de votar junto com a Conmebol a favor da candidatura da América do Norte, ele votou a favor do Marrocos. O voto, que não era secreto, veio a tona e gerou rápida crise entre CBF e Conmebol.

Nesta quinta, o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Claudia Tapia, acusou o presidente da CBF de “traição”. “Ele poderia ter dado voto para um ou outro. Mas, quando há um acordo, tem de ser respeitado”, disse o dirigente argentino.

Ao Estado, Nunes havia garantido que iria à festa promovida pela Conmebol nesta quinta-feira para inaugurar uma espécie de casa da entidade em Moscou. Mas, por recomendação dos demais dirigentes da CBF, o coronel não apareceu e foi o único presidente sul-americano a não estar presente. A CBF foi representada por Caboclo e por Sarney.