Uma goleada para lavar a alma do pontepretano

Mais de seis mil pontepretanos puderam finalmente vibrar com goleada de sua equipe por 3 a 0, algo extremamente raro

Mais de seis mil pontepretanos puderam finalmente vibrar com goleada de sua equipe por 3 a 0, algo extremamente raro

Ponte Preta na Série B (Foto: PontePress/ÁlvaroJr)
Ponte Preta arrepia a cada gol. (Foto: PontePress/ÁlvaroJr)

Campinas, SP, 30 (AFI) – Se o Operário foi representado em Campinas por três dezenas de torcedores, se muito, mais de seis mil pontepretanos puderam finalmente vibrar com goleada de sua equipe por 3 a 0, algo extremamente raro, na noite deste sábado no Estádio Moisés Lucarelli.

Por atuações sem reparo do compartimento defensivo, dos três volantes e o meia pensante do time Élvis, claro está que só faltaram os atacantes Nicolas e Fessin estarem no mesmo plano dos demais.

Caso isso ocorresse, não seria exagero projetar que o placar pudesse ser ainda mais dilatado.

Os atacantes destoaram da uniformidade dos demais compartimentos, pautados pela competitividade, boa ‘malandragem’ pra picotar o jogo, e consistência defensiva com a estreia do zagueiro Mateus Silva, coroado até com gol logo aos cinco minutos.

Na cobrança de escanteio no primeiro pau, através do meia Élvis, em jogada ensaiada, o lateral-esquerdo Arthur escorou a bola para o segundo pau, justamente onde estava Mateus Silva, para testar.

Observem que todos os gols da Ponte tiveram participação de jogadores até o meio de campo.

No segundo, aos 30 minutos, Élvis fez o pontepretano reviver passagens pelo clube de lançadores com visão de jogo, quando a bola chegou em Nicolas, que tocou para o volante Wellisson mostrar sabedoria ao se desvencilhar do zagueiro Thales, e aí sofrer pênalti.

Na cobrança de Élvis e defesa do goleiro Vanderlei, o lateral-direito Lucas Mendes provocou invasão na área e, com providencial interferência do VAR, o lance foi repetido seis minutos depois do originário, e convertido pelo mesmo Élvis, com bola chutada no centro do gol.

WELLISSON

Futebol é sequência e confiança. Se nas primeiras oportunidades na equipe Wellisson mostrava-se jogador afoito e de pouca produtividade, a manutenção deu-lhe confiança para participação mais ofensiva, e inclusive mostrando algo então desconhecido: cabeceio.

Após cruzamento de Arthur, pela esquerda, e explorando descuido do lateral-esquerdo Fabiano, do Operário, que deixou de acompanhá-lo na impulsão, Wellisson subiu como se recomenda a atacantes cabeceadores, para acertar testada indefensável ao goleiro Vanderlei, aos 19 minutos do segundo tempo.

ARTHUR

Outro jogador neste time da Ponte com brutal crescimento de produção tem sido o lateral-esquerdo Arthur, que após um princípio tímido na competição, aos poucos foi se soltando e com participação ativa em lances de bola parada na área adversária.

Quando improvisado na zaga ele deu conta do recado, mas ganho maior para o time tem sido a desenvoltura ofensiva na lateral, como no cruzamento de origem do terceiro gol.

ÉLVIS

Nem se esperava do meia Élvis condicionamento físico para se nivelar com aqueles que estiveram em campo contra o Operário.

Todavia, jogador que pensa o jogo e tem facilidade para bater na bola, por vezes se enquadra no velho jargão do futebol de que ‘quem deve correr é a bola e não o jogador’.

Por ter sido partícipe em dois dos três gols da Ponte, a estreia dele não poderia ter sido melhor.

PRUMO

O futebol da Ponte Preta atingiu o devido prumo, que recomenda trajetória sem susto neste segundo turno da Série B do Brasileiro?

Pelo menos, pelas evidências, está a caminho.

Neste sábado, desfalcada do zagueiro DG, acertadamente o time foi escalado com dois zagueiros, até porque Mateus Silva mostrou a devida consistência que se cobra de um zagueiro para a competição.

Com saída de bola pelas duas laterais e transição com rapidez, desta vez o ataque da Ponte foi abastecido como se manda o figurino.

Problema é que os ‘atores’ para o desempenho da função ainda não corresponderam satisfatoriamente, mas foram compensados por zagueiro, lateral e volante pisarem na área adversária de forma decisiva.

OPERÁRIO VALENTE

Também não desdenhe que a Ponte teria conquistado vitória em cima de qualquer um.

A distribuição em campo do Operário é até recomendável, tanto que a bola chega ao ataque.

Como o time carece de qualidade no setor, sucumbe diante de uma defesa que mostra consistência, como foi o caso da Ponte neste sábado.

Evidente que descuido defensivo do Operário foi fundamental nos gols sofridos, mas isso em nada deslustra o amplo merecimento da goleada pontepretana.

JUIZÃO PIPOCOU

Se o árbitro mineiro Felipe Fernandes de Lima agiu com acerto – coadjuvado pelo VAR – ao interceder para repetição da cobrança do pênalti favorável à Ponte Preta, passou despercebido de muitos que ele ‘pipocou’ ao não mostrar o segundo cartão amarelo para o lateral pontepretano Igor Formiga, na falta por trás cometida sobre Felipe Saraiva, aos 15 minutos do segundo tempo.

Lance idêntico de falta cometido pelo zagueiro Reniê, do Operário, sobre o atacante Nicolas, da Ponte, acertadamente ele puniu o infrator com cartão amarelo, aos 36 minutos do segundo tempo.

Com receio de perder Igor Formiga com o segundo amarelo, o treinador Hélio dos Anjos decidiu sacá-lo, e o substituiu por Bernardo, logo em seguida.

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