Treinador do Santos admite "alívio enorme" com vitória

Fabio Carille foi bastante sincero na entrevista coletiva depois da vitória sobre o Goiás

Fabio Carille estava pressionado no comando do Santos por causa da sequência de jogos sem vitória na Série B do Brasileiro

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Fabio Carille estava pressionado (Foto: Raul Baretta/Santos FC)

Santos, SP, 19 – Fábio Carille aproveitou a volta das vitórias ao Santos, após 2 a 0 diante do Goiás, na Vila Belmiro, nesta quarta-feira, para fazer algumas revelações surpreendentes. O técnico admitiu que cometeu erro na montagem da equipe após o Paulistão, disse que o time tem de ser certeiro na janela de transferências, se viu sob risco de perder o emprego e afirmou que a equipe precisa saber como é disputar a Série B, às vezes abdicando do jogo vistoso.

“Das quatro derrotas seguidas, vou repetir, a gente analisa, olha, e repito: ‘em dois jogos a gente não merecia perder, ao menos ter o empate’. Tive um erro muito grave, sei onde errei e isso fica para mim. Na virada do Paulista, eu errei, mas a gente aprende. Clube vai entendendo, eu também, para voltar a ter trilho, satisfação de ganhar e ficar sempre na parte de cima que é nosso objetivo”, afirmou, em tom misterioso.

“Devia ter insistido mais na virada do Paulista, mostrado melhor o que queria e não o fiz. O erro é meu. Logo abre a janela e é momento que não posso errar”, continuou.

Nas entrelinhas, deixou passar a impressão que não ter buscado alguns atacantes, entre eles um centroavante, com a lesão de Furch, e também de Guilherme, seria esse erro.

“Falo que errei, e o erro se passa pelo Guilherme. Ele faz a diferença, e quando fica fora a gente sente bastante. Fundamental para nós tê-lo sempre em campo, pois participa muito. E a presença dele, de Pedrinho, de Julio (Furch), vai nos ajudar bastante”, seguiu.

“Eu tinha de ser mais persistente, insistir em algumas coisas e não fiz. É entender que tem jogo que daqui um pouquinho, como o de Ponta Grossa (diante do Operário), que é recente, temos de jogar a bola para frente por mais briga. Não adianta criticar o Willian (Bigode), era jogo para ele? Não. Mas é quem eu tinha. Temos de entender o que é Série B. Tem hora de chutar para frente, jogo de briga. Não vai dar para jogar bonito sempre.”

INCOMODADO

O treinador estava visivelmente incomodado e não gostou d ser questionado sobre um possível tropeço no próximo jogo, em visita ao Mirassol.

“Pode perder, empatar, mas pode ganhar, o que você não disse. Vamos ser um pouquinho otimistas nas palavras, todos trabalham em prol do Santos aqui”, esbravejou.

“Me sinto confortável, mas sei que se perdesse hoje a pressão seria grande e o presidente teria de tomar uma decisão que não queira. Vim tranquilo para o jogo, sei o que faço, o que quero, sei quem está comigo, a diretoria sabe o que passa, vê o que a gente faz, o que elabora. Mas é resultados. Talvez até um empate hoje, o presidente teria de tomar uma decisão. Sei que é assim, estou no futebol desde os 19 anos. É resultado.”

ALGO VAI MUDAR?

O comandante santista admitiu que a equipe foi melhor na primeiro etapa, na Vila Belmiro. Lamentou o erro do goleiro Tadeu no gol da abertura do placar e reclamou da “atmosfera negativa” durante o segundo tempo com cobrança da torcida. Acredita, porém, que tudo pode mudar de agora em diante.

“Alívio enorme, não só para nós. Nesses momentos quem sofre mais é a família e os amigos. Essa é a verdade, telefone toca toda hora, com todo mundo preocupado e não tento trazer mais pressão para um lugar já bem pressionado. Aqui foi uma preleção bem tranquila”, explicou.

“Estamos na parte de cima, foram apenas 11 jogos, faltam 27, muitos pontos e o importante é estar no bolo para reta final arrancar.”

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