BLOG DO ARI

ARIOVALDO IZAC

Treinador Alberto Valentim erra no tropeço da Ponte Preta

Coloque sim na conta de Valentim parcela de culpa por essa derrapada da Ponte Preta. Faltou um pouco de coragem para atacar

Paulistão - 2025
Ponte Preta e Botafogo fizeram jogo amarrado. Foto: Diogo Reis - Ponte Press

Por ARIOVALDO IZAC


Campinas, SP, 15 (AFI) – Que esse time da Ponte Preta é competitivo, não resta a menor dúvida. Que sabiamente ‘picota’ o jogo para truncar jogadas com faltas, ainda no nascedouro do adversário, também é fato inconteste.

Logo, o que se vê é uma consistência defensiva da equipe, e isso deve ser atribuído ao trabalho do dia a dia do treinador Alberto Valentim, para que, em contra-ataques, resultados positivos fossem conquistados.

Especificamente no empate sem gols contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na tarde deste sábado, em Campinas, coloque sim na conta de Valentim parcela de culpa por essa derrapada.

Como o Botafogo havia mostrado naqueles primeiros 18 minutos a proposta de jogar por uma bola, e sequer havia rondado a meta pontepretana, cabe a pergunta a um treinador de qualquer clube, principiante no ofício: com a lesão do lateral-esquerdo Danilo Barcelos, naquela ocasião, o que recomendaria a entrada em campo de mais um zagueiro na Ponte Preta – caso de Vicente Concha – para substituí-lo?

MEDO DE SER SURPREENDIDO ?
Medo de ser surpreendido pelo apagado esquema ofensivo do Botafogo?

Quando a Ponte Preta acumulou sequência de vitórias, um parceiro na seção de comentários do blog, no link https://blogdoari.futebolinterior.com.br/, enviou mensagem com ‘braveza’ me questionando:
‘Fale agora do Valentim, que você criticou o trabalho dele no Ituano e não o recomendou à Ponte Preta?’

Então parceiro – que agora foge o nome -, no Ituano eu custava a entender porque Valentim mantinha em campo, durante o segundo tempo, um meia-atacante que andava em campo, como Tonny Anderson.

Reconheçamos sim, os méritos de Valentim, mas, por vezes, ele tem algumas invenções inaceitáveis.

Com a saída de Barcelos, era simples fixar Artur – originalmente lateral-esquerdo – e ter optado por uma atacante que tanto poderia ser Bruno Lopes como Danrlei.

SACA ATACANTES

Ora, se a Ponte Preta não havia exigido uma defesa sequer do goleiro João Carlos até os dez minutos do segundo tempo, não cabia culpa aos seus atacantes Jean Dias e Victor Andrade, sacados naquela ocasião.

Faltava articulação rápida para a bola chegar qualificada ao ataque.

Aí, naquela parada para troca, saiu Jean Dias e entrou Bruno Lopes. E Victor Andrade deu lugar para Everton Brito.

O problema não estava em quem entrou e quem saiu. Faltava articulação para que chances de gols fossem criadas.


O time carecia de incursão dos laterais Maguinho e Artur, para jogadas de fundo, contra uma linha de cinco defensores feita pelo Botafogo, num característico formato com três zagueiros, dois laterais que priorizaram a marcação e forte proteção na cabeça da área.


Se o meia Pedro Vilhena não tem convencido – apesar da obediência para receber lançamento nas costas da zaga adversária, em jogada ensaiada – o que a Ponte Preta teria a ganhar com a entrada de Luiz Felipe, que o substituiu?

Paulistão - 2025
Botafogo fez uma proposta defensiva e se deu bem. Foto: Luiz Fernando Cosenzo – BFC

ZANARDI DEU ALERTA

Microfone no banco de reservas do Botafogo captou com clareza a fala do treinador Márcio Zanardi, aos 29 minutos do segundo tempo, na pausa para hidratação, quando foi ‘cantada a bola’ na saída do volante Dudu, para a entrada do centroavante Danrlei.

O técnico dizia que o meio de campo da Ponte ficaria desguarnecido e disso o seu Botafogo deveria ganhar o setor para municiar o ataque, em busca do gol da vitória.

Se o gol não saiu e sequer oportunidades foram criadas, na prática ficou um buraco na meiúca da Ponte Preta.

SÓ UMA CHANCE

Se é que haja uma voz contestatória sobre o retrato do jogo descrito, sejamos mais claros, então.

Apenas aos 17 minutos do segundo tempo surgiu a única jogada de lucidez do time pontepretano, quando Everton Brito recebeu passe de Artur, driblou Ericson e, de frente para o goleiro João Carlos, ‘penou’ a bola.

O chute fraco, de fora da área, do zagueiro Saimon, aos 21 minutos, não conta como chance, até porque foi a única defesa praticada por João Carlos.

Confira também: