Torcida organizada da Ponte não quer bugrino no Majestoso

A Torcida Jovem da Ponte Preta protestou contra a contratação de Evair, jogador formado no Guarani. Falou também que não quer ver mais os jogadores, principalmente das categorias de base, usando brincos

Campinas, SP, 9 (AFI) – O aviso foi dado. No último sábado, um dia depois de ser anunciada a contratação de Evair, ex-jogador do Guarani, para auxiliar nas categorias de base, o maior ba-fá-fá aconteceu. Além desta notícia, a saída de Monga, eterno ídolo da torcida da Macaca, também veio a tona.

E na manhã desta terça-feira, o que havia sido apenas protesto formal, se transformou em manifestação. Membros da Torcida Jovem da Ponte Preta, maior organizada do clube, estiveram na frente do Majestoso pedindo a saída de Evair, que nem chegou a assumir suas funções.

A crítica se baseava na chegada de um ex-bugrino e a saída de um ex-pontepretano. Os torcedores não se conformavam com a atitude da diretoria. Para eles, um alviverde dentro da Ponte só trará prejuízo, enquanto Monga sempre deu seu melhor pelo clube e a torcida o adorava.

Os gritos eram de “Fora Evair”, e a promessa era de não deixar o profissional assumir o cargo. Caso não conseguissem cumprir seu objetivo, a torcida jurou que Evair não terá vida fácil na Ponte Preta.

Depois do protesto, a torcida, encabeçada pelo assessor de comunicação da Torcida Jovem, Márcio Rosa, teve uma conversa com Cristiano Nunes, supervisor técnico da Ponte Preta.

Na mini reunião, a volta de Monga foi o principal pedido. Com relação a isso, Nunes afirmou que irá voltar a conversar com o ex-atacante e tentará recoloca-lo em algum cargo dentro do clube.

Evair
Evair foi formado no Guarani e saiu do Brinco de Ouro já pronto para brilhar em outros clubes. Teve seu auge no Palmeiras, onde foi eleito um dos 11 melhores jogadores de toda a história do clube.

Passou com destaque também pelo São Paulo e Atalanta, da Itália.

Outras medidas
Além de tentar mudar as decisões da diretoria no caso das contratações para o comando das categorias de base, a Torcida Jovem deu outro recado. Dessa vez para os jogadores mais novos.

“Também não queremos os jogadores usando brincos. Fazemos isso para que sejam resgatadas as origens da Ponte Preta, que sempre foi um clube guerreiro, baseada na raça”, afirmou Márcio Rocha.

Por que você não pára pra pensar?
Se a torcida da Ponte olhasse para o passado, veria que um dos mais importantes treinadores da categoria de base da Macaca veio do arqui-rival Guarani.

O protagonista de tal façanha foi Milton dos Santos, que antes de assumir o comando dos juniores da Ponte e ser bi campeão da Copa São Paulo em 1981 e 1982 foi jogador do Guarani e trabalhou por 5 anos nas categorias de base do alviverde.

Na Macaca, além das boas campanhas, revelou jogadores que depois se tornaram ídolos do time profissional. O goleiro Sérgio, o atacante Chicão e o ponta-esquerda Mauro foram lapidados por Milton Santos.

Opinião Dicá
O maior jogador da história da Ponte Preta e agora comentarista da TV Bandeirantes, o mestre Dicá, deu sua opinião sobre o acontecido.

“A torcida não deve fazer isso. A Ponte Preta está fazendo uma nova reformulação em sua estrutura e esse é um dos primeiros passos. Eles estão olhando pelo lado da rivalidade e não é assim que se deve fazer. O olhar deve voltado para o lado profissional, e quanto a isso, não se pode protestar nada contra o Evair. É uma excelente pessoa e um profissional dos mais gabaritados. Lamentável essa atitude da Torcida Jovem”.