Torcedores do Flamengo usam tornozeleira por faixa contra 'torturadores de 64' no Maracanã

Dois torcedores do Flamengo estão usando tornozeleira eletrônica e estão proibidos de frequentar jogos de futebol até o dia 31 de dezembro por exibirem uma faixa pedindo "morte aos torturadores de 64"

O caso aconteceu no dia 1º de abril, no estádio do Maracanã, no jogo de ida da final do Campeonato Carioca

Flamengo Carioca
Torcedores do Flamengo usam tornozeleira por faixa contra 'torturadores de 64' no Maracanã

Rio de Janeiro, RJ, 19 – Dois torcedores do Flamengo estão usando tornozeleira eletrônica e estão proibidos de frequentar jogos de futebol até o dia 31 de dezembro por exibirem uma faixa pedindo “morte aos torturadores de 64”. O caso aconteceu no dia 1º de abril, no estádio do Maracanã, no jogo de ida da final do Campeonato Carioca.

A data do ocorrido faz referência aos 59 anos do golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura de 21 anos no País. A faixa causou divergência entre alguns torcedores na arquibancada e gerou confusão, que só terminou com a chegada da polícia. Os dois flamenguistas foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal (JECRIM) sob a acusação de terem infringido o Artigo 41-B do Estatuto do Torcedor, que versa sobre “promover tumulto, praticar ou incitar a violência”.

Além do uso da tornozeleira e da proibição em comparecer a jogos de futebol em todo o território nacional, o juiz Marcelo Nobre de Almeida ordenou uma multa de R$ 300 para a dupla. Em dias de jogos do Flamengo no Rio de Janeiro, os dois torcedores devem permanecer em suas casas meia hora antes do jogo ou até o final da partida.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ está acompanhando o caso. Em nota, o órgão afirma estar tomando as medidas cabíveis para a sustentação cautelar dos envolvidos “dada a evidente ausência de proporcionalidade da imposição do uso de tornozeleiras eletrônicas”.

“Esse é um caso exemplar de excesso do judiciário, portanto, sua solução é de interesses das partes envolvidas, da sociedade e da advocacia”, diz a nota.

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