No dia do nordestino, clubes da região têm motivos para comemorar
Fortaleza, Bahia e Sport, cada um à sua maneira, podem quebrar essa escrita em breve, talvez até em 2024
São Paulo, SP , 16 (AFI) – Ilha do Retiro, 4 de junho de 2008. O árbitro Alício Pena Júnior aponta para o centro do gramado e encerra a partida: 2×0 para o Sport sobre o Corinthians, com gols de Luciano Henrique e Carlinhos Bala, e um clube nordestino era, pela primeira vez, Campeão da Copa do Brasil. Este foi o último título “de primeira linha” conquistado por uma equipe da região, mas a seca pode estar com os dias contados.
Fortaleza, Bahia e Sport, cada um à sua maneira, podem quebrar essa escrita em breve, talvez até em 2024. Mesmo perdendo para o Grêmio fora de casa na rodada anterior, o time cearense é um dos postulantes ao título do Brasileirão. “Seguiremos buscando colocar o Leão entre os melhores, sempre com muita humildade e trabalho duro”, afirma Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, atual 3° colocado do Brasileiro.
Paz esteve desde o início do projeto vitorioso do time leonino, em 2017, e logo na primeira temporada conseguiu o acesso à Série B, além de 5 títulos estaduais, 3 Copas do Nordeste e muitos prêmios em gestão esportiva. “Foi um crescimento constante e sustentável, que é fruto de um grande trabalho em equipe que vem sendo realizado. Desde a diretoria, comissão técnica, jogadores e demais funcionários. Buscamos esse crescimento, passo a passo, com muita responsabilidade e empenho, com a torcida também sendo muito importante nesse processo.”
O Bahia, recentemente adquirido pelo Grupo City, conta com a expertise administrativa de um dos conglomerados esportivos mais vitoriosos do mundo e R$1 bilhão previstos para os próximos anos em investimentos, pretende brigar pelas primeiras colocações em todos os torneios que disputar.
Apesar da sétima colocação e boas chances de se classificar para a próxima edição da Copa Libertadores, a torcida tricolor está na bronca com o time por não ter conquistado títulos no primeiro ano do “Bahia City”.
Chances de título e classificação na libertadores eram impensáveis há alguns anos, com times nordestinos relegados quase sempre a brigas contra o rebaixamento ou metade da tabela, com algumas exceções, como os dois títulos brasileiros do Bahia (1959 e 1988), o vice do Fortaleza no torneio nacional nos anos 60 e o título de 1987 do Sport.
O Rubro-Negro de Recife, apesar de não contar com o modelo de administração dos clubes citados da região, planeja virar SAF em breve, para ampliar a capacidade de investimento. A recente aprovação de novo estatuto por parte dos torcedores deixou o clube mais próximo deste movimento. O Sport bateu na trave do acesso ano passado e está atualmente na terceira colocação da Série B, com boas perspectivas para 2025.
“O dia do nordestino possui um simbolismo muito grande, e no que tange ao futebol, gostamos de lembrar o quão importante é poder ter nas principais séries do futebol equipes como o Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz, Náutico, Fortaleza, Ceará, entre outros”, explica Yuri Romão, presidente Leão Pernambucano, que será chefe da delegação da Seleção Brasileira nos jogos contra Chile e Peru, pelas Eliminatórias da Copa.
O Dia do Nordestino, comemorado nesta terça-feira (8), foi idealizado para homenagear a força, a cultura e a resiliência do povo do nordeste. Os principais times da região precisarão disso e muito “pé no chão” para competir de frente com os grandes do futebol brasileiro ano após ano. Uma coisa é certa: apoio de suas torcidas apaixonadas para isso eles terão.
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