Técnico da Dinamarca não descarta protestos após Fifa proibir braçadeira LGBT+
Outras seleções recuaram sobre o uso das braçadeiras
O técnico da Dinamarca afirmou que a seleção cogita protestar contra a proibição da Fifa pelas braçadeiras LGBT+
O técnico da Dinamarca, Kasper Hjulmand, revelou em entrevista coletiva nesta terça-feira que a seleção cogita realizar protestos depois que a Fifa proibiu os jogadores da Copa do Mundo de usarem a braçadeira de capitão da campanha “One Love”, em apoio à comunidade LGBT+. Hjulmand conversou com a imprensa após o empate dos dinamarqueses com a Tunísia em 0 a 0, pelo Grupo D do Mundial, mas isentou seus jogadores de responsabilidade.
”É uma situação extremamente difícil porque seria algo que defendemos. Os jogadores defendem, eu defendo. Talvez haja outras possibilidades, vamos esperar para ver. Defender a diversidade não pode e não deve ser uma declaração política”, comentou. ”Fiquei muito emocionado com a seleção iraniana ontem (segunda-feira). Acho que algo ainda pode acontecer”, disse o treinador ao se referir à decisão da seleção iraniana de permanecer em silêncio durante a execução do hino nacional.
O país do Oriente Médio enfrenta vários protestos devido à morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, enquanto estava sob custódia policial. Ela foi presa pela Patrulha de Orientação, uma polícia da moralidade, por não usar um hijab corretamente.
FALTA DE APOIO DAS SELEÇÕES
Na última segunda-feira, sete seleções europeias recuaram sobre o uso das braçadeiras em apoio à comunidade LGBT+, nas cores do arco-íris. A decisão foi tomada após a Fifa ameaçar punir os capitães com cartão amarelo. O comunicado, assinado por Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça, mostra indignação com a decisão imposta pela entidade como forma de punição e deixa claro que serão usados outros métodos em tentativas de defender a causa.
”A Fifa tem deixado muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo”, afirmaram as seleções, em comunicado.
As federações já haviam declarado que assumiriam as eventuais multas aplicadas pela Fifa. No entanto, a situação mudou quando a entidade passou a ameaçar punições esportivas, dentro de campo.
”Você acha que eu deveria entrar na partida com um cartão amarelo e arriscar receber um cartão vermelho depois de cinco minutos – em uma Copa do Mundo?”, perguntou o capitão da Dinamarca, Simon Kjaer, a um jornalista após o jogo.
A Dinamarca era considerada a favorita no confronto com a Tunísia, mas ficou apenas no empate em 0 a 0, em uma partida sem grandes emoções pelo Grupo da Copa. Questionado sobre o resultado, o treinador dinamarquês criticou o desempenho da equipe e se mostrou insatisfeito com o 0 a 0.
”Fomos nervosos e jogamos de forma muito lenta. Se a gente tivesse marcado um gol no fim do jogo, falariam que estava tudo bem. Mas não estivemos satisfeitos com boa parte do primeiro tempo”.
Na próxima rodada pelo Grupo D, a Tunísia enfrenta a Austrália, no sábado, às 7h, enquanto a Dinamarca tem a França pela frente, às 10h do mesmo dia.
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