Sérvia coloca orgulho em campo na decisão da vaga às oitavas contra o Brasil
O fim da Iugoslávia colocou sete novos países no mapa do futebol e da Fifa e manteve tensões étnicas
A Sérvia é um nome novo em Copas do Mundo, mas tem tradição no futebol. Dessa forma, o time tenta resgatar o orgulho nacional no esporte

São Paulo, SP, 27 – A Sérvia é um nome novo em Copas do Mundo, mas tem tradição no futebol. Dessa forma, o time tenta resgatar o orgulho nacional no esporte. O país oriundo do esfacelamento da antiga Iugoslávia, na década de 1990, busca alcançar com a possível conquista da vaga nas oitavas de final uma glória inédita para a nova nação, que nos últimos anos viu os vizinhos se destacarem dentro de campo.
O fim da Iugoslávia colocou sete novos países (Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Kosovo) no mapa do futebol e da Fifa e manteve tensões étnicas e políticas entre nações que até poucos anos atrás compunham o mesmo mapa. Nas Eliminatórias da Copa de 2014, Croácia e Sérvia se enfrentaram duas vezes, ambas com torcida única, para evitar brigas nas ruas das capitais Zagreb e Belgrado, respectivamente.

A celebração irritou os atletas sérvios. Nesta terça-feira, ao irem ao estádio em Moscou para o treino de véspera e entrevistas oficiais da Fifa, todos demonstraram a vontade de dar orgulho ao novo país. “Temos de satisfazer a população da Sérvia e nossos torcedores mais fanáticos pelo futebol. Não temos nada a temer, vamos dar tudo de nós”, afirmou o técnico Mladen Krstajic, que como zagueiro disputou a Copa do Mundo de 2006 pelo agora extinto país de Sérvia e Montenegro.
O revanchismo sérvio também se estende ao futebol, pois a equipe nunca conseguiu protagonismo em competições, ao contrário dos inimigos. A Croácia, por sua vez, foi semifinalista da Copa do Mundo de 1998, assim como tem presenças constantes em Eurocopa, ao contrário dos antigos aliados. Apesar de ser o centro político e cultural da antiga Iugoslávia, a Sérvia perdeu prestígio e poderio no futebol e viu o crescimento de nações que antigamente eram coirmãs como Eslovênia e Bósnia-Herzegovina, ambas participantes de Mundiais da Fifa recentes.
“Neste jogo com o Brasil temos de dar aos nossos torcedores alguma alegria, mesmo que seja pela nossa atitude, pela nossa abordagem do jogo. Tenho confiança na Sérvia. É uma situação de tudo ou nada. Não vamos nos poupar pela vitória”, afirmou o capitão e lateral-direito Aleksandar Kolarov. “Nosso país perdeu chance de participar da última Copa. Mas mostramos qualidade e temos chances de vencer”, garantiu o treinador.