Mogi Mirim, SP, 03 (AFI) – A crise financeira do Mogi Mirim chegou ao limite. Cansado de ver os jogadores e funcionários do clube sofrerem com o atraso de salários – alguns estão há cinco meses sem receber – o técnico Marcelo Veiga foi o responsável por intermediar uma negociação que pode solucionar provisoriamente parte dos problemas do Sapão da Mogiana.

Na última terça-feira, ele não compareceu ao treino para encaminhar a venda de um carro, com o objetivo de reverter o valor para o pagamento dos vencimentos dos atletas. O veículo em questão está sendo envolvido em uma troca com o ônibus do clube, um coletivo do ano 2004 e da marca Marcopollo G6, com valor estimado no mercado de R$ 70 mil, que estava à venda em um estacionamento em Osasco.

CARRO PARA RATEAR
Na dificuldade de vender o ônibus, surgiu a possibilidade de trocá-lo pelo carro, desde que este seja vendido posteriormente. Enfim, foi Marcelo Veiga quem achou um comprador para o veículo e o presidente Luiz Henrique Oliveira aceitou a ideia.

“Terça-feira eu repassei o treino e fui resolver essa questão. O presidente disse que a única fonte de renda possível para conseguir pagar os salários seria um negócio envolvendo o Ônibus. Então eu encontrei esse possível comprador para o carro, que vai ser trocado pelo ônibus e ele está tentando fechar o negócio. “, disse Marcelo Veiga ao Portal Futebol Interior.

SEM ELENCO
O treinador se envolveu na busca de uma solução porque não tem conseguido trabalhar no atual cenário. Hoje, ele tem apenas 13 jogadores à disposição: Os goleiros Marcio e Juninho, o lateral-direito Rodrigo, o zagueiro Emerson e Everton, os volantes Regis e Lucas, o meia Cristian e os atacantes Janio, Edson, Gustavo, Lessinho e Galego. Não há nenhum lateral-esquerdo.

Outros três jogadores têm ido aos treinos, mas não devem jogar neste sábado, em confronto direto contra o Bragantino. O atacante Nunes e o zagueiro Preto Costa estão prestes a abandonar o barco e dizem que não jogam sem receber. Enquanto isso, o meia Júnior Timbó vai se casar no mesmo dia do jogo.

MAIS BAIXAS
No início da semana, o goleiro Maringá, o zagueiro Diego, o meia Anderson Rosa e o atacante Pretinho aumentaram a lista de atletas que deixaram o clube.

“O presidente tem conversado com a gente, tem passado a situação para os jogadores, mas chega uma hora que desgasta. Eu não tenho como trabalhar com um elenco de 14 jogadores. Se essa situação continuar, fica complicado, eu não toco mais o time. O clube não tem um supervisor de futebol, não tem alguém para solucionar os problemas, só o presidente”, disse Veiga.

PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS

Ônibus do Mogi Mirim foi envolvido em negócio para pagar salários. (Foto: Reprodução)

O presidente Luis Henrique de Oliveira havia prometido acertar os salários na última quarta-feira, mas não cumpriu o prazo. Isso irritou muito os atletas, principalmente Nunes e Preto Costa.

O risco do time não ir a campo se não receberem parte dos salários até sexta-feira é grande.

“Tem jogador que não está nem avisando. Simplesmente pega as coisas e vai embora. Eu chego no treino e não sei quantos atletas vou encontrar. Está ficando sem condições de trabalhar, a gente tem tido paciência, sabe da situação delicado do clube. Mas assim fica difícil” afirmou o treinador.

Lanterna do Grupo B do Campeonato Brasileiro da Série C, o Mogi Mirim ainda tem boas chances de se salvar. O volta a campo às 16 horas deste sábado, em confronto direto com o vice-lanterna Bragantino, com 12 pontos, no estádio Nabi Abi Chedid, pela 13ªrodada.