Série C: Remo é condenado em R$ 10 mil por homofobia contra goleiro
O Remo baseou sua defesa na falta de advertência na súmula do jogo, além de levar em conta o caso como uma questão de "zuação"
O Remo foi condenado em primeira instância pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva por homofobia, com indenização à vítima em R$ 10 mil
Belém, PA, 5 (AFI) – O Remo foi condenado em primeira instância pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva por homofobia, com indenização à vítima em R$ 10 mil. O caso aconteceu na 13ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro, no jogo entre Remo e Paysandu, em que a torcida remista proferiu cânticos homofóbicos ao goleiro do Papão, Thiago Coelho.
Segundo o texto da Notícia de Infração, “a torcida do Clube do Remo, ao término da partida válida pela 13ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro 2022, no dia 3 de julho de 2022, entoou cantos homofóbicos direcionados aos goleiro titular da equipe do Paysandu Sport Club, Thiago Rodrigues Coelho, com os seguintes dizeres: ‘reserva, veado!’, conforme observado nos vídeos em anexo”.
O CASO
O processo está em primeira instância, podendo o Remo ainda apresentar recurso para diminuir a sentença que foi sugerida pelo relator Eduardo Mello.
O procurador Álvaro Augusto Cassetari reiterou a postura do futebol em casos de discriminação, quando citou o órgão máximo do esporte.
“A FIFA tem buscado combater o chamado ‘preconceito estrutural’ seja ele qual for (sexo, raça, política, religião…). Assim, tem-se, por claro, que cantos entoados pelas torcidas, ainda que não importem em atos ‘discriminatórios propriamente ditos”, mas, apenas, desdenhosos ou ultrajantes, são portas abertas para a intolerância no ambiente social”, sustentou.
DEFESA
O Remo baseou sua defesa na falta de advertência na súmula do jogo, além de levar em conta o caso como uma questão de “zuação”.
“Primeiro, quero citar que o árbitro não registra nada na súmula. E aí tem a questão da rivalidade, que o clube adversário vem e faz a denúncia. Concordo com a denúncia sobre a questão do preconceito estrutural. Mas, não consigo conceber isso como uma questão de preconceito. Xingar a mãe, que ao meu ver é muito grave, pode? Tem que ser feita uma campanha preventiva partindo da entidade que administra o futebol. Aqui é uma questão que os torcedores estavam ali para zoar o jogador que já defendeu o Paysandu e era reserva. Peço que esses pontos sejam levados em conta para o clube ser absolvido”, disse o advogado que protege o Remo.
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