Série B: Tradicional Vitória pode colocar fim em anos de amargura com tão sonhado título nacional
Leão da Barra entra em campo neste domingo com chances de exorcizar fantasmas do passado
Rubro-Negro persegue conquista desde 1992 e possui histórico de grandes participações e vice-campeonatos
Salvador, BA, 11 (AFI) – Tão tradicional nos gramados do futebol brasileiro, o Vitória está perto de finalmente conquistar um campeonato nacional. Grande em terras baianas e nordestinas, o Rubro-Negro possui 29 títulos estaduais e cinco conquistas regionais, mas quando o assunto é nacional, sempre esbarrou no ‘quase’, parando no inesquecível Palmeiras de 1993 e no Santos de 2010, com os ‘Meninos da Vila’ Neymar e Ganso.
A luta do Vitória para colocar a tão sonhada estrela no peito passou a ganhar relevância em 1992. Na ocasião, o Rubro-Negro fez uma grande Série B do Campeonato Brasileiro, mas esbarrou em duas finais contra o Paraná, perdendo o primeiro jogo por 2 a 1, no Pinheirão, em Curitiba, e por 1 a 0 na antiga Fonte Nova, em Salvador. Foi quando o Leão da Barra começou a conhecer a fama de ‘vice’.
Surpreendendo todo o Brasil, no ano seguinte, em 1993, já disputando a elite do futebol nacional, o Vitória desbancou os gigantes Corinthians, Santos e Flamengo na segunda fase do Brasileirão, se garantindo na grande final contra o Palmeiras. Aquele time revelou grandes nomes, como o goleiro Dida, o lateral-direito Rodrigo e o saudoso atacante Alex Alves. Em campo, deu a lógica e o Verdão de Edmundo, Zinho, Edilson e Roberto Carlos ficou com o título.
Em 1997, já ambientado e conhecido no futebol brasileiro, o Vitória montou um elenco ousado. Craques como Túlio Maravilha, Dejan Petkovic e Bebeto, que tinha sido campeão do Mundo pela seleção brasileira em 1994, desembarcaram em Salvador. Junto com atletas como o meia Fernando, formaram um dos times mais badalados da história do clube baiano, mas no Brasileirão, o Vitória ficou em nono, perdendo a chance de classificação e disputa do título.
Principalmente na década de 1990, a história do Vitória ganhou páginas inesquecíveis e memoráveis para um time novo e pouco experiente no cenário nacional. Em 1999, o Rubro-Negro correspondeu às expectativas criadas por si e se classificou para a segunda fase do Brasileirão, sendo eliminado na semifinal pelo Atlético-MG após três jogos. Naquele ano, nas quartas de final, o Rubro-Negro protagonizou uma partida inesquecível com o Vasco, terminada em 5 a 4 para o Vitória no Barradão. O título que parecia estar perto, mais uma vez escapou.
O século mudou e o Vitória também. Com uma gestão moderna, o Rubro-Negro saiu na frente dos adversários dentro do Nordeste, mas passou a ver na Copa do Brasil uma oportunidade maior de colocar a primeira estrela no seu escudo. A primeira grande chance foi em 2004. Na ocasião, o Vitória passou por CTE Colatina, Sampaio Corrêa, Internacional e Corinthians, mas esbarrou no Flamengo na semifinal de uma competição que foi vencida pelo Santo André.
De 2004 em diante, o Rubro-Negro passou a sofrer com rebaixamentos, mas enxergou oportunidade de conquistas nas divisões inferiores, porém seguiu esbarrando no ‘quase’. Quando esteve no ‘fundo do poço’, em 2006, o Vitória amargou o vice-campeonato da Série C para o Criciúma. Quando se reergueu no cenário nacional, logo teve outra oportunidade de ser campeão, desta vez da Copa do Brasil.
Em 2010, sob o comando do técnico interino Ricardo Silva, o Vitória venceu Corinthians-AL, Náutico, Goiás, Vasco e Atlético-GO. Na final, sofreu 2 a 0 do Santos na Vila e venceu por 2 a 1 no Barradão, ficando mais uma vez tão perto e tão longe de uma conquista que mudaria para sempre a sua história, além de dar classificação para a Libertadores.
Mesmo sem se sustentar como um time competitivo em todo o tempo no Campeonato Brasileiro, o Vitória não deixou de buscar oportunidades de conquistar um título nacional. Em 2012, fez a melhor campanha da história dos pontos corridos da Série B até os dias atuais, mas viu o time desiludir o torcedor no segundo turno e perder força, chegando aos 71 pontos e subindo na quarta colocação no ano em que o Goiás foi campeão.
A HORA É AGORA, VITÓRIA
Chegou o tão sonhado momento. Desde a profissionalização e a luta para se manter como um time de tradição no futebol brasileiro, o Vitória nunca esteve tão próximo de ser campeão nacional. O time tem 66 pontos e uma distância de cinco (podendo aumentar para oito) faltando apenas duas rodadas para o final da Série B (O Vitória ainda não jogou).
O Vitória entra em campo neste domingo (12), às 18h, para enfrentar o Novorizontino. Se vencer, o Leão fica dependendo apenas de um tropeço do Criciúma – que joga contra o Guarani na terça-feira – para ser campeão. Um empate garante o acesso e pode até ser suficiente para o título, desde que o Tigre seja derrotado e o Juventude tropece no ABC fora de casa, também na terça.
Muito se fala sobre a real relevância do título da Série B para um time tradicional como o Vitória, mas pelas ruas de Salvador é possível compreender o sentimento, a dificuldade mesmo é de explicar. Depois de 124 anos, um dos clubes mais velhos do país pode exorcizar o seu principal fantasma e mudar para sempre a sua história, passando a ser compreendido como uma agremiação que vence quando chega e perde como outra qualquer, colocando de forma definitiva na sua história nomes como Lucas Arcanjo, Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo, Dudu, Matheuzinho, Osvaldo, Léo Gamalho e muitos outros.
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