Série B: Guarani inicia pagamentos dos débitos relacionados à Recuperação Judicial

Amplamente discutida entre sócios e conselhos do clube, a Recuperação Judicial foi aprovada em assembleia geral no dia 14 de fevereiro

A nota aponta ainda que da classe trabalhista, o saldo remanescente será depositado em 36 parcelas

Série B: Guarani inicia pagamentos dos débitos relacionados à Recuperação Judicial (Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC)
Série B: Guarani inicia pagamentos dos débitos relacionados à Recuperação Judicial (Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC)

Campinas, SP, 11 (AFI) – O Guarani divulgou nesta quarta-feira (11), por meio de nota oficial, que iniciou o pagamento dos débitos que englobam a Recuperação Judicial.

De acordo com o clube, o “primeiro pagamento ocorreu no mês de julho de 2024, conforme o plano aprovado por cerca de 80% dos credores presentes na assembleia geral de credores, referente às verbas não pagas até 90 dias antes do pedido de Recuperação Judicial”.

A nota aponta ainda que da classe trabalhista, o saldo remanescente será depositado em 36 parcelas, com valor mínimo de R$ 1.000,00 por credor. “Das parcelas, o primeiro pagamento foi realizado no início de setembro. As próximas parcelas serão pagas até o último dia do mês subsequente. O valor pago nessas duas parcelas foi de cerca de R$ 727 mil”.

Série B: Guarani inicia pagamentos dos débitos relacionados à Recuperação Judicial (Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC)

GUARANI EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Amplamente discutida entre sócios e conselhos do clube, a Recuperação Judicial foi aprovada em assembleia geral no dia 14 de fevereiro de 2024.

“O clube entrou com o pedido no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na data de 10/03/2024, tendo sido deferido em 14/03/2024. Com essa medida, o clube deixou de ter suas contas penhoradas regularmente e iniciou o pagamento do FGTS (que não era realizado há cerca de 35 anos), o pagamento mensal da Sanasa (o qual havia uma dívida de muitos anos, de cerca de R$ 3,5 milhões e o clube não arcava nem com o parcelamento e nem com o corrente), e o pagamento mensal dos custos envolvidos na recuperação judicial com honorários, custas, administrador judicial, dentre outros”, divulgou.

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“Somente o custo do administrador judicial é na ordem de R$ 1,2 milhões. O custo mensal médio de todas estas contas é de R$ 250 mil reais”, explicou a nota divulgada pelo Guarani.

CONFIRA A NOTA DO GUARANI NA ÍNTEGRA

O Guarani Futebol Clube informa seus torcedores, associados e credores, que iniciou o pagamento dos débitos que englobam a Recuperação Judicial.

O primeiro pagamento ocorreu no mês de julho de 2024, conforme o plano aprovado por cerca de 80% dos credores presentes na assembleia geral de credores, referente às verbas não pagas até 90 dias antes do pedido de Recuperação Judicial.

Da classe trabalhista, o saldo remanescente será pago em até 36 parcelas, com parcelas mínimas de R$ 1.000,00 por credor. Das parcelas, o primeiro pagamento foi realizado no início de setembro. As próximas parcelas serão pagas até o último dia do mês subsequente. O valor pago nessas duas parcelas foi de cerca de R$ 727 mil.

Dos 276 credores trabalhistas, 40 foram quitados com esses primeiros pagamentos. Destes, 135 são ou foram funcionários que não haviam ingressado na justiça (FGTS em aberto até fevereiro de 2023), 62 são oriundos de reclamações trabalhistas e 79 são honorários periciais ou advocatícios resultantes de processos judiciais.

A Recuperação Judicial foi amplamente discutida entre sócios e conselhos do clube, tendo sido aprovada em assembleia geral de sócios em 14/02/2024, com apenas um voto contrário e com aprovação das duas chapas concorrentes a eleição.

O clube entrou com o pedido no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na data de 10/03/2024, tendo sido deferido em 14/03/2024. Com essa medida, o clube deixou de ter suas contas penhoradas regularmente e iniciou o pagamento do FGTS (que não era realizado há cerca de 35 anos), o pagamento mensal da Sanasa (o qual havia uma dívida de muitos anos, de cerca de R$ 3,5 milhões e o clube não arcava nem com o parcelamento e nem com o corrente), e o pagamento mensal dos custos envolvidos na recuperação judicial com honorários, custas, administrador judicial, dentre outros. Somente o custo do administrador judicial é na ordem de R$ 1,2 milhões.

O custo mensal médio de todas estas contas é de R$ 250 mil reais.

O clube também presta contas mensalmente ao administrador judicial, entregando toda sua movimentação financeira, administrativa, jurídica, contábil para análise e confecção dos relatórios de atividades que ficam disponíveis no processo.

Os credores que ainda não enviaram os dados ou não receberam seus valores, devem enviar um e-mail com seus documentos e dados bancários para [email protected] para receberem os pagamentos.

A dívida trabalhista do clube que esteve na faixa de R$ 100 milhões e estava atualmente em cerca de R$ 10 milhões. Na esfera cível, não estava sendo enfrentada pelo clube, com débitos de quase 30 anos na fila, na faixa de R$ 50 milhões. Essas dívidas estavam crescendo na ordem de R$ 7 milhões ao ano, somente com juros.

Dentre todas estas dívidas, a mais antiga trabalhista a ser quitada, são débitos de FGTS, desde 1988 (36 anos) do colaborador ainda em atividade, Irineu Bortolucci. Na parte cível a dívida mais antiga ainda não paga, é do ex-treinador Dario Pereyra, que treinou o clube em 2000 (24 anos).

Dentre as dívidas cíveis, destacamos uma dívida oriunda de uma quebra contratual com a patrocinadora Spal (Coca Cola), que resultou em um débito de quase R$ 5 milhões.

A dívida cível e trabalhista são as que entram na Recuperação Judicial, estavam em torno de R$ 60 milhões, sem plano de pagamento definido e após a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, os valores ficaram em torno de R$ 30 milhões (com 50% de deságio médio), divididos em até 12 anos para pagamento, com estimativa de juros anuais de R$ 1,4 milhões (cerca de 80% menor do que antes).

Com o ingresso da Recuperação Judicial, o Guarani fez o pedido de transação e parcelamento dos débitos tributários federais (não estavam sendo pagos há cerca de 30 anos), que giravam na faixa de R$ 200 milhões (sendo cerca de R$ 35 milhões em discussão judicial), restando cerca de R$ 165 milhões, que com os descontos aplicados na transação, de cerca de 60/70%, resultarão no valor final de aproximadamente R$ 65 milhões, para pagamento em até 144 meses.

Na esfera tributária estadual, o clube devia R$ 526 mil e com o pedido de transação e parcelamento realizado em 2024, os valores sofreram desconto de cerca de 60%, ficando no valor de R$ 208 mil, em até 60 parcelas, dos quais 5 já foram quitadas.

Por fim, na esfera tributária municipal, o clube tem pendências de R$ 53 milhões relativas ao IPTU de 2009 a 2016 e aguarda um REFIS de clubes, como realizado em 2016, em que houve redução de até 85% dos valores e/ou redução de 50% com parcelamento em até 96 vezes, podendo a dívida ficar menor do que R$ 8 milhões. Neste caso em específico, clubes sociais na cidade, possuem descontos nos valores de IPTU na média de 85%.

Com toda esta estruturação da dívida, o Guarani deverá diminuir seu passivo total e atualizado de cerca de R$ 310 milhões, para próximo a R$ 100 milhões, parcelados em até 144 vezes, obtendo um desconto geral de 65/70%.

Além da Recuperação Judicial e parcelamento do débito tributário, o clube estancou a quantidade de processos judiciais, tanto em valores como em quantidade. Também vem investindo em estrutura, o que também não ocorria há muitos anos e vem em uma grande crescente de aumento de receitas nos últimos 8 anos, em uma média de 35% ao ano, e manutenção de percentual de direitos econômicos de atletas em grandes clubes do país, formando assim vários pilares de sustentação para os próximos anos.

Em pouco tempo o clube encerrará sua dívida trabalhista e não terá mais os custos da recuperação judicial, aliviando também seu caixa.

Lembrando ainda que com a venda judicial dos imóveis do clube ocorrida em 2015, o Guarani tem garantida a posse de suas áreas até a entrega das novas construções (estádio, clube e centro de treinamento), além do que restar dos 14% do VGV (Valor Geral de Venda) a ser construído nas áreas que eram do clube e as parcelas ainda restantes para o término das obrigações do comprador.

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