Série B: Após sofrer três casos de racismo em menos de dois meses, Celsinho fala com Ministério Público
Jogador do Londrina falou com Susana de Lacerda, promotora do estado do Paraná
Londrina, PR, 3 (AFI) – Após sofrer três casos de racismo em menos de dois meses, o meio-campista Celsinho, do Londrina, foi ouvido pelo Ministério Público do Paraná, nesta sexta-feira. Além disso, o atleta registrou um boletim de ocorrência na partida contra o Brusque, que foi o último caso.
No sábado passado, o jogador disse ter sofrido injúrias raciais por parte do staff da equipe catarinense.
OUTROS CASOS
Antes do lamentável episódio, radialistas já haviam sido racistas com jogador. Os episódios foram em jogos contra o Goiás e contra o Remo, ambos em julho.
A FALA COM A PROMOTORA
Celsinho, foi ouvido pela promotora Susana de Lacerda. Ele foi detalhar os casos para que ela pudesse ter a dimensão do caso e mandar essa informações para as promotorias de cada estado envolvido. No caso, Goiás, Pará e Santa Catarina. Além disso, outras duas testemunhas foram ouvidas.
“Como os fatos não aconteceram em Londrina, a atribuição não é daqui. O objetivo do Ministério Público é, diante da gravidade e da reiteração em sequência, é angariar prova, ouvi-lo, ouvir testemunhas e encaminhar algo mais robusto para os estados. Depoimentos foram gravados para os promotores terem mais elementos para tomar providências, além dos vídeos e materiais de conhecimento público”, disse a promotora.
RACISMO É CRIME!
Por mais que seja algo óbvio, é importante ressaltar essa informação. A promotora disse que o crime de injúria racial é evidente nos casos.
“No mínimo, está escancarada a injuria racial. Mas há um fato que extrapola a injúria e alcança o caso de racismo, porque atinge a toda a população negra. Isso será avaliado pelos promotores”, comentou.
FALA, CELSINHO
O jogador falou sobre os casos no Podcast Ubuntu. Ele destacou que os responsáveis devem ser punidos, pois só assim isso um dia pode acabar.
“Nosso pensamento é para que de fato aconteçam as punições e possamos no trabalho de formiguinha tirar essas pessoas do nosso meio. Elas só estão aí no meio porque não existem as punições. Essas pessoas têm que ser punidas. Elas se sentem confortáveis por não ter essa punição, e até uma punição severa” disse Celsinho.