Seneme aponta erro de Claus por não expulsar Abel Ferreira após discussão com Calleri
De acordo com Seneme, a mensagem passada pela ação do treinador português, diante da punição atenuada a Abel Ferreira, não foi positiva para o mundo do futebol
Após o clássico, que terminou com vitória do Palmeiras por 2 a 0, Abel conversou com mais tranquilidade com Calleri
Campinas, SP, 14 – O presidente da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Luiz Seneme, avaliou como equivocada a decisão do juiz Raphael Claus em não expulsar o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, após discussão com o atacante Jonathan Calleri, do São Paulo, à beira do campo no clássico pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. O português recebeu apenas um cartão amarelo.
De acordo com Seneme, a mensagem passada pela ação do treinador português, diante da punição atenuada a Abel Ferreira, não foi positiva para o mundo do futebol. Ele reforçou que a comissão de arbitragem não negociará com casos de indisciplina e deixou um recado para os árbitros, indicando que eles irão para a “geladeira” se falharem na condução de casos como o envolvendo Abel, Calleri e Claus.
“Não vamos dar um passo atrás no quesito disciplina. É inegociável. Precisamos que as comissões técnicas fiquem em sua área de forma responsável. Ninguém quer que árbitro mostre cartão para quem não merece. Mas são casos recorrentes. Essa mudança de cultura vai tomar seu tempo. Em determinadas situações o árbitro tem de escolher. Alguém na rodada seguinte vai ficar em casa: ele (o árbitro) ou quem tomou a ação de indisciplina. O árbitro terá de pesar na balança”, afirmou Seneme.
Seneme entende que Claus não deveria ter tentado administrar a discussão. Para o ex-árbitro, uma situação como essa é incomum logo no início de um jogo e poderia resultar em um caso de violência, levando à expulsão de algum atleta.
“O Raphael Claus tem muita experiência, é um árbitro com nome e tentou administrar uma situação que pela regra não seria ‘administrável’ com cartão amarelo. A verdade é que a maneira como foi a ação do Abel com o Calleri foi muito forte. É ação de cartão vermelho”, comentou.
“Por sorte o jogador do São Paulo não foi para o confronto. Imagina o que acontece se um empurra o outro! No fim das contas, se eventualmente, os dois são expulsos, quem seria o mais prejudicado? Quem tem um jogador a menos ou sem o técnico? Por isso, a regra é mais rigorosa com o técnico. Na nossa visão, o correto seria o vermelho. A mensagem não foi positiva para o mundo do futebol. A indisciplina vai virando uma bola de neve”, disse Seneme.
Após o clássico, que terminou com vitória do Palmeiras por 2 a 0, Abel conversou com mais tranquilidade com Calleri. Na entrevista coletiva, o português afirmou que as imagens dele conversando e esbravejando com o argentino esclarecem quem ele é.
“Se vocês quiserem saber o que é o Abel profissional, o Abel treinador, é tudo aquilo que viram na primeira imagem e na segunda imagem. Aquele sou eu. Competir, quando o ON está ligado. O outro sou eu quando o ON está desligado. Imagens perfeitas. Aquele sou eu”, afirmou Abel.