Seleção pré-olímpica relata pânico com terremoto no Marrocos: 'As camas balançavam'

Tremor ocorreu na noite de sexta-feira (8) e provocou centenas de mortes

Segundo a CBF, todos os jogadores e integrantes da comissão técnica estão bem e em segurança

Seleção Pré-Olímpica
Paulinho falou sobre o susto com o terremoto no Marrocos (Foto: Joilson Marconne / CBF)

São Paulo, SP , 09 (AFI) – A delegação da seleção brasileira pré-olímpica, que está no Marrocos para a disputa de amistosos, passou por momentos de tensão com o terremoto que atingiu o país nesta sexta-feira. A delegação está hospedada em Fez, cidade que fica a mais de 700 quilômetros do epicentro do abalo sísmico de magnitude 6,8 que deixou mais de mil mortos. Segundo a CBF, todos os jogadores e integrantes da comissão técnica estão bem e em segurança. Os membros da delegação ficaram próximos da piscina do hotel por cerca de uma hora até voltarem aos seus quartos.

O ex-jogador Branco, tetracampeão com o Brasil em 1994 e coordenador técnico das seleções de base da CBF, deu detalhes sobre o momento em que sentiu o terremoto. “Sentimos um tremor muito forte, uma sensação terrível. A cama começou a balançar de um lado para o outro. Vi os lustres também balançando. Imaginei logo, Já tinha passado por isso três vezes. Mas ontem (sexta-feira, dia 8) foi forte. Corri para o armário, peguei meus celulares e passaporte e saí correndo, chamando os atletas para que descessem pela escada em busca de um abrigo”, disse.

O meia-atacante Paulinho, do Atlético-MG, contou que estava dormindo no momento do terremoto. “Eu estava deitado e comecei a sentir a cama tremer. Levantei assustado, olhei para o abajur e vi que estava balançando. Aí, saí do quarto. Foi um susto e buscamos segurança. Fomos muito bem tratados e orientados e seguimos para a área da piscina por precaução, é um lugar mais aberto. Graças a Deus estamos em segurança”, disse. “Infelizmente já sabemos do número de mortos … é algo muito grave, a gente fica sentido e presta nossa solidariedade a todo povo marroquino e aos que estão ajudando na busca dessas pessoas.”

O lateral Abner, ex-Athletico e atualmente no Betis, disse que tentou contato com a família logo após o tremor no Marrocos. “Naquele momento, tomamos um susto. Porém, estamos em segurança e isso nos conforta. A gente está falando sobre vidas, um terremoto, uma tragédia, nunca é fácil falar sobre isso, e agora o adversário do próximo amistoso e o próprio jogo ficam de lado. Na hora, pensamos logo em buscar abrigo para ficar em segurança. Em seguida, no meu caso, procurei contato com os familiares e amigos para tranquilizá-los.”

“Passamos por alguns momentos delicados, quando sentimos a cama tremer, o que provocou um pouco de pânico. Mas, logo, levamos todos para a área de piscina, aguardando os desdobramentos.

Depois, retornamos aos quartos. Ao despertar, tivemos a dimensão do ocorrido”, relata Lavoisier Freira Martins, supervisor da seleção pré-olímpica.

Neste sábado, a CBF divulgou uma nota oficial se solidarizando com o povo marroquino por causa da tragédia causada pelo terremoto. O tremor de terra atingiu a região central da cidade de Marrakesh, a 320 quilômetros da capital Rabat. Na quinta-feira, a seleção perdeu para Marrocos por 1 a 0, na primeira partida da série de dois amistosos contra os atuais campeões da Copa das Nações Africanas.

Os jogadores brasileiros começaram nesta sexta-feira os treinamentos para o segundo confronto, previsto para segunda-feira, às 16 horas (de Brasília). Os jogos fazem parte da preparação do Brasil para a disputa do Pré-Olímpico, que será em janeiro. Apenas duas seleções da América do Sul se classificam para a Olimpíada de Paris no próximo ano.

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