Campinas, SP, 19 (AFI) – Quem achava que os quatro grandes iam passar para as semifinais de forma tranquila errou feio. As quartas de final do Campeonato Paulista foram abertas neste final de semana com apenas uma lógica: vitória do Palmeiras sobre o Novorizontino. Já Corinthians e São Paulo perderam para Bragantino e São Caetano, respectivamente. O Santos ficou no empate sem gols com o Botafogo e deixou tudo aberto para a Vila Belmiro.

A Seleção do Futebol Interior dos jogos de ida das quartas de final do Paulistão vem dominada por jogadores que atuam no interior. Dos 11 titulares, apenas Victor Luis (Palmeiras), Léo Cittadini (Santos), Keno (Palmeiras) e Pedrinho (Corinthians) são dos quatro grandes. Destaque para o ataque veloz formado por Ítalo, Pedrinho e Keno. Os três, inclusive, fizeram a diferença depois de saírem do banco de reservas.

Os melhores do último final de semana foram: Tiago Cardoso (Botafogo); Alex Reinaldo (São Caetano), Guilherme Mattis (Bragantino), Naylhor (Botafogo) e Victor Luis (Palmeiras); Ferreira (São Caetano), Léo Cittadini (Santos) e Chiquinho (São Caetano); Keno (Palmeiras), Ítalo (Bragantino) e Pedrinho (Corinthians). Técnico: Marcelo Veiga (Bragantino).

CONFIRA OS MELHORES DA RODADA

Goleiro: Tiago Cardoso (Botafogo)
O Santos encontrou dificuldades para criar jogadas de perigo, mas toda vez que conseguiu encontrou pela frente Tiago Cardoso. Ainda no primeiro tempo, defendeu chute à queima roupa de Gabigol e no rebote contou com a sorte ao ver Rodrygo finalizar na trave. O goleiro tricolor ainda fez outras duas boas defesas.

Lateral-direito: Alex Reinaldo (São Caetano)
Foi um dos jogadores mais acionados do São Caetano e teve participação direta no gol marcado por Chiquinho, pois foi seu o cruzamento que caiu nos pés do camisa 10 após uma atrapalhada do sistema defensivo tricolor. Antes, Alex Reinaldo já havia assustado o goleiro Jean em duas finalizações.

Zagueiro: Guilherme Mattis (Bragantino)
Depois de cometer duas falhas na partida contra o Vitória pela Copa do Brasil na última quinta-feira, sendo uma delas bisonha, Guilherme Mattis deu a volta por cima contra o Corinthians e neutralizou bem o ataque adversário. Pelo alto, ganhou praticamente todas as bolas. O Braga vai precisar de uma atuação parecida em Itaquera para se classificar.

Zagueiro: Naylhor (Botafogo)
O jogo no Santa Cruz foi bastante truncado e com poucos lances de perigo. Isso mostra que as defesas dos dois times levaram a melhor sobre os atacantes. Mérito maior para o Botafogo, que conseguiu segurar o bom ataque do Santos, formado por Eduardo Sasha, Rodrygo e Gabigol. O experiente Naylhor mostrou solidez ao lado de Plínio.

Lateral-esquerdo: Victor Luis (Palmeiras)
Tem aproveitado muito bem a contusão de Diogo Barbosa e o rendimento ruim de Michel Bastos. Se as principais jogadas ofensivas do Verdão acontecem pelo lado direito, com Marcos Rocha, Victor Luis vem mostrando do lado esquerdo muita regularidade. Principalmente na marcação. Contra o Novorizontino, evitou o gol de Cléo Silva ao salvar a bola em cima da linha.

O experiente Chiquinho voltou a fazer a diferença para o São Caetano contra o São Paulo

Volante: Ferreira (São Caetano)
É o motorzinho do meio-campo do São Caetano. Contra o São Paulo, no Anacleto Campanella, estava em todo lugar do gramado. Não deu espaços para os meias do Tricolor e ainda aparecia como elemento surpresa lá na frente, principalmente nas costas de Júnior Tavares. Foi assim que quase abriu o placar para o Azulão no primeiro tempo.

Meia: Léo Cittadini (Santos)
Poucos jogadores chamaram a atenção no empate sem gols entre Botafogo e Santos, em Ribeirão Preto. Um deles foi Léo Cittadini. Fazendo a função de segundo volante, o meia ajudou na saída de bola e deu bons passes, sendo que em um deles deixou Gabigol na cara de Tiago Cardoso. Cansou no segundo tempo e foi substituído por Vitor Bueno.

Meia: Chiquinho (São Caetano)
O experiente jogador vem fazendo a diferença para o São Caetano desde a reta final da fase classificatória. E no primeiro jogo das quartas de final contra o São Paulo não foi diferente. Sem obrigação de marcar, Chiquinho é o responsável por criar as jogadas ofensivas do Azulão. Foi seu o gol que deu ao time do ABC paulista a vantagem do empate no jogo de volta, no Morumbi.

Atacante: Keno (Palmeiras)
Muitos palmeirenses pedem sua titularidade. E isso vai aumentar depois da bela atuação que teve na goleada sobre o Novorizontino, por 3 a 0, no primeiro jogo das quartas de final, em Novo Horizonte. Saiu do banco de reservas e participou dos dois últimos gols. Deu um grande lançamento para Willian fazer o segundo e depois acertou uma bomba para fechar o placar em Novo Horizonte.

Atacante: Ítalo (Bragantino)
Saiu do banco de reservas para dar a vitória ao Massa Bruta em um Pacaembu com mais de 15 mil corintianos. No segundo gol, fez uma linda jogada individual no lado esquerdo ao deixar Romero e Fagner para trás e bateu rasteiro. Cássio espalmou e Vitinho completou. Depois, aproveitou rebote do goleiro e soltou a bomba para fazer o terceiro do Bragantino, que agora tem a vantagem do empate na Arena Corinthians.

O técnico Marcelo Veiga não tinha como ficar de fora depois do Bragantino surpreender o Corinthians

Atacante: Pedrinho (Corinthians)
O ataque corintiano estava com muitas dificuldades para passar pela forte marcação importa pelo Bragantino. Foi aí que Fábio Carille tirou Clayson para colocar Pedrinho. E o xodó da fiel torcida acertou um bonito chute de fora da área já nos minutos finais do jogo para deixar a situação do Timão um pouco mais tranquila. Uma vitória por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. Se a classificação vier, a bomba de Pedrinho vai ter influência direta.

Técnico: Marcelo Veiga (Bragantino)
O resultado mais surpreendente aconteceu no Pacaembu. Depois da diretoria alvinegra ser criticada por tirar o primeiro jogo de Bragança Paulista pensando na questão financeira, o Bragantino mostrou que futebol se resolve dentro de campo. A vitória por 3 a 2 dá ao Massa Bruta a vantagem de jogar pelo empate nesta quinta-feira, na Arena Corinthians.

O Bragantino tem a cara de Marcelo Veiga: um time bem postado dentro de campo, que dá prioridade ao sistema defensivo e joga por uma bola. Elogiado, o treinador elogiou o elenco: “tem que parabenizar os jogadores que fizeram aquilo que a gente pediu. Soubemos neutralizar bem o Corinthians e aproveitar suas fragilidades”.