Seleção Feminina teve resultados, profissionalismo e investimento bem antes da 'Era Pia'

O talento sempre este nos pés das nossas pioneiras, mas a experiência de Cidinho e Zé Duarte retomaram o potagonismo de 1988

A seleção brasileira feminina tem história, muito antes da 'Era Pia', que se iniciou no ano de 2019

Seleção Brasileira Feminina
Seleção brasileira feminina não é novidade

São Paulo, sP, 18 (AFI) – Repercutiu muito mal entre diversas ex-jogadoras e gestores da Seleção Brasileira Feminina a declaração da Gerente de Competições da CBF Aline Pellegrino, feita na edição do dia 11 de julho do Jornal Nacional, de que com a chegada do Renê Simões à Seleção em 2004, as atletas da Seleção foram desafiadas a se tornarem atletas profissionais e não apenas jogadoras de futebol, adicionando gratidão às pioneiras, mas que ela fazia parte da geração mais vitoriosa da Seleção.
Torna-se pertinente ao menos analisar números e fatos. Foi a partir da chegada do Zé Duarte, em 96, e com forte injeção de recursos da Sport Promotion para a preparação para as Olimpíadas de Atlanta, que o Brasil teve sua maior ascensão no futebol de mulheres. Em pouco mais de seis meses de trabalho sob o olhar do velho mestre, a Seleção Feminina pulou de duas modestas participações nos Mundiais de 91 e 95, nas quais alcançou a nona colocação, para o Top 4 do Mundo.

O talento sempre esteve nos pés das nossas pioneiras, mas foi necessária toda a experiência do consagrado Zé Duarte, trabalhando ao lado do assistente tecnico Cidinho, do Preparador fisico Lino Fachini Junior e do Preparador de goleiras Sergio Gomes; todos profissionais de nivel Série A nobfutebol masculino da época, para que as meninas da Selecão retomassem potagonismo experimentado no Mundial experimental da FIFA de 88, quando conquistaram a medalha de bronze.

PROJETO!
O projeto Olimpico para a futebol feminino necessitou de investimento e estrutura para possibilitar treinamentos diários em até três períodos, e formar uma geração de atletas extremamente profissionais! Daí vieram o quarto lugar nas Olimpíadas de Atlanta (96), o terceiro lugar no Mundial dos Estados Unidos (99), e o quarto lugar nos Jogos de Sidney, em 2000. Na transição entre gerações o Brasil contou com a experiência de jogadoras como Tânia Maranhão, Marisa, Valéria, Elsilene, Cidinha, Elane, Nenê, Maravilha, Formiga, Kátia Cilene, Pretinha e Roseli, dentre outras, atuando ao lado de Marta, lançada em 2003 na Seleção adulta, e Andreia Rosa, Rosana, Juliana Cabral, Cristiane, Andrea Suntaque, Simone Jatobá e Daniela Alves! No período pós Zé Duarte, o Brasil subiu efetivamente um degrau no pódio, partindo das duas medalhas de bronze das pioneiras para três medalhas de prata consecutivas, nas Olimpíadas de 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim) e no Mundial de 2007 da China.

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Seleção brasileira feminina não é novidade

Aí cabe sim um destaque para o treinador Renê Simões em 2004, e também igualmente para as duas conquistas prateadas sob o comando de Jorge Barcelos. Após o afastamento total da geração pioneira ocorrido apenas em 2008, a realidade é que o Brasil caiu muito no ranking mundial, retornando uma única vez ao Top 4 global, fato ocorrido sob o comando de outro treinador muito ligado ao futebol profissional masculino do Campinas, o saudoso técnico Vadão, com o quarto lugar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro! Muito injusto não se atribuir ao técnico Zé Duarte os méritos do grande trabalho de profissionalização que realizou, inclusive lançando a própria Aline Pellegrino dentro da parceria entre o São Paulo FC e o Saad EC em 97.

RECONHECIMENTO

O técnico Renê Simões merece todo o carinho e reconhecimento das meninas na conquista da prata de Atenas , mas sem a base sólida deixada pelo Zé Duarte, teria sido muito mais difícil, senão imoossivel, subir o degrau que conquistou! Por isso é ímpar destacar a incrível qualidade técnica da geração pioneira, que fez toda a diferença de 88 a 2008, atravessando três décadas diferentes. E trabalhou muito, em meio a períodos de boa remuneração e reconhecimento, e outros de terríveis dificuldades; mas colocando com incrível frequência o Brasil dentro do Top 4 mundial da modalidade.

E vale dedicar também o devido reconhecimento aos técnicos Dema, Edil, Varella, Wilsinho, José Teixeira, Kleiton Lima, Emily Lima e Fernando Pires, em periodos diversos e com conquistas tambem relevantes pela nossa Seleção!
Às vésperas de mais um Mundial, cabe agora o desafio à técnica sueca Pia e sua comissão técnica, de demonstrar que o inédito é5 milionário investimento da CBF nas meninas está sendo bem executado, e que os resultados sejam comprovados pelos números efetivos nas principais competições do Mundo!

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