Segundona: Dando sequência ao legado de Nilmara, Manthiqueira busca acesso

O projeto, hoje realizado pelo técnico Luís Felipe, de apenas 28 anos, é a continuação do legado deixado da treinadora

O projeto, hoje realizado pelo técnico Luís Felipe, de apenas 28 anos, é a continuação do legado deixado da treinadora

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Guaratinguetá, SP, 25 (AFI) – Desde sua fundação, o Manthiqueira buscou transmitir ideias de companheirismo e ética, dentro e fora de campo, aos seus atletas. No entanto, a filosofia, idealizada pelo presidente Dado Oliveira e introduzida através da cartilha, não é fácil de ser repassada aos jovens, que chegam ao clube cheios de sonhos e com as mais diversas personalidades.

O projeto, hoje realizado pelo técnico Luís Felipe, de apenas 28 anos, é a continuação do legado deixado pelo pioneirismo da primeira treinadora do Estado de São Paulo: Nilmara Alves.

“O Manthiqueira enxerga algo além dos três pontos”, afirmou Luís Felipe. “Existe orientação. Nós jogamos uma competição sub-23, então nós só temos atletas abaixo de 20 anos. Se eu falar que chega aqui um jogador, de 19 ou 20 anos, pronto para conviver sob a cartilha, é mentira. Muitos trazem princípios e valores de casa que se encaixam, outros a gente vai tentando arrumar”, acrescentou.

Nilmara Alves foi técnica do Manthiqueira por cinco anos e agora Luís Felipe segue os seus mandamentos

Nilmara Alves foi técnica do Manthiqueira por cinco anos e agora Luís Felipe segue os seus mandamentos

LEGADO
Os cinco anos de trabalho na equipe de Guaratinguetá, desde a profissionalização do clube, em 2012, fizeram Nilmara imprimir grande parte das ideias de Dado nos jogadores que passaram por sua gestão. Adepta do fair play, a técnica nunca deixou de acreditar no acesso do time ao Paulistão A3, mesmo evitando qualquer tipo de antijogo.

“Quando a gente começou com essa filosofia, muita gente não acreditou. Acharam que não ia dar certo. Mesmo com todas essas pessoas não acreditando, a gente continuou dando sequência. Hoje, nós vemos os resultados”, contou Nilmara. “É importante (o acesso) para provar que, independente de qual categoria você estiver jogando – seja amadora ou profissional –, se fizer um jogo limpo, se acreditar na sua proposta de trabalho, você consegue o resultado”, concluiu.

No início de 2017, Nilmara deixou o Manthiqueira para trabalhar como funcionária pública em Aparecida, cidade vizinha a Guaratinguetá, mas ela ainda procura ajudar a atual comissão técnica da maneira que pode. Luís Felipe, amigo da treinadora, conta que ela dá conselhos e ideias para os membros da direção. “Foi só uma sequência (do trabalho). A Nilmara não consegue estar aqui sempre, deu um passinho para trás, mas faz parte da equipe”, explicou Luís Felipe.

ACESSO
Ainda que não consiga o acesso nesta edição da competição, o Manthiqueira já alcançou a melhor campanha de sua existência. Garantido nas quartas de final, o clube tem um sentimento de contentamento pelo feito. Os atletas, de modo geral, mostram satisfação com a conquista.

A exemplo da realização do elenco, Pedrinho, camisa 10 do time e autor do gol que garantiu a equipe na fase mata-mata, afirma: “Mesmo que a gente fique mais um, dois, três anos tentando, a gente já está muito feliz, porque é a primeira classificação do Manthiqueira. Eu fico muito contente de fazer gol, mas fico mais feliz ainda de fazer parte desse time”.

Neste domingo (27), o Manthiqueira visita o Osvaldo Cruz pelo primeiro confronto das quartas de final da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. A partida acontece no estádio Breno Ribeiro do Val, às 15h.