Se Palmeiras provar interferência, dérbi será anulado, diz procurador do TJD

Foi o que garantiu ao Estado o procurador-geral do TJD, Wilson Marqueti Júnior

Foi o que garantiu ao Estado o procurador-geral do TJD, Wilson Marqueti Júnior

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São Paulo, SP, 12 – Se o Palmeiras conseguir provar ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) que houve interferência externa na arbitragem na decisão do Campeonato Paulista, no último domingo, o jogo que decretou o título a favor do Corinthians terá o resultado anulado pelo órgão.

Foi o que garantiu ao Estado o procurador-geral do TJD, Wilson Marqueti Júnior. “Se realmente for comprovado, aí vai ser aberto o procedimento de anulação da partida”, afirmou o procurador.

Ele explicou que serão ouvidas, a princípio, sete testemunhas, conforme o Estado já havia antecipado nesta quinta-feira. São elas o quinteto da arbitragem que atuou no Allianz Parque, além do delegado da partida e do tutor de arbitragem, Dionísio Roberto Domingos, peça-chave da acusação feita pelos palmeirenses.

Se Palmeiras provar interferência, dérbi será anulado, diz procurador do TJD

Se Palmeiras provar interferência, dérbi será anulado, diz procurador do TJD

As oitivas terão início na próxima terça-feira e, de acordo com Marqueti, serão abertas à imprensa. Além dele, analisarão o caso a procuradora Priscila Carneiro de Oliveira e a 3ª Comissão Disciplinar do TJD, composta por cinco integrantes. Um deles será sorteado como relator.

No dia 23, eles apresentarão ou não a denúncia baseados na conclusão da investigação. Marqueti falou que há um prazo de 15 dias, da data de abertura do inquérito – no caso, a última terça-feira, quando o Palmeiras protocolou o pedido junto ao tribunal -, prorrogáveis por mais 15, mas que a ideia é definir a situação dentro desta primeira quinzena. “Queremos que tudo seja feito da forma mais transparente possível”, disse o procurador-geral.

Ele explicou ainda que tinha a oportunidade de barrar o pedido inicial palmeirense, mas que achou melhor conceder ao clube a oportunidade de provar a sua tese. “Eu tinha dois caminhos: ou arquivava ou dava encaminhamento, aceitando a abertura do inquérito. Minha decisão de aceitar foi porque tenho de dar oportunidade a eles de provarem o que acham que aconteceu. Não poderia cercear esse direito.”

Marqueti explicou ainda que o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) não prevê punição ao reclamante caso a tese não se sustente. Mas que, se alguma parte acusada se sentir ofendida, poderá acionar tanto o TJD quando outra esfera judicial.

Por enquanto, ele disse que o Palmeiras apresentou “muitos vídeos”, mas não teve tempo de analisá-los cuidadosamente. E que solicitou também à Federação Paulista de Futebol (FPF) todas as imagens disponíveis da partida.

ENTENDA O CASO
O Palmeiras alega que a arbitragem sofreu influência de gente externa ao campo ao mudar o entendimento na marcação de um pênalti. Após assinalar a suposta falta do corintiano Ralf em Dudu, o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza voltou atrás sete minutos depois, tempo no qual teria recebido, de acordo com o entendimento palmeirense, auxílio de Dionísio Roberto Domingos.

Dionísio é o chefe do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista e estava do lado de fora do campo. O clube divulgou na terça imagens com as quais procura provar a comunicação entre ele e um dos árbitros assistentes da partida, algo proibido. Pouco depois, veio a decisão final da arbitragem apontando escanteio em vez do pênalti.

A Federação Paulista emitiu nota na quarta-feira negando interferência de Dionísio ou de qualquer outro diretor da entidade. Falou ainda que as imagens divulgadas pelo clube não provam a interferência.

Desde o incidente, o Palmeiras decretou estar rompido com a entidade que rege o futebol no Estado. Até agora, por exemplo, o clube não foi buscar o troféu e as medalhas pelo vice-campeonato, que seguem guardadas na sede da FPF, na Barra Funda.