Se o goleiro Ivan é moeda de troca da Ponte Preta, por que não usam criatividade?
Alguns histórias do passado, talvez, possam abrir as cabeças dos atuais dirigentes da Macaca
Falta criatividade à diretoria e Tiãozinho segue com letargia para mexer no futebol
Como participo da equipe analítica de esportes da Rádio Brasil Campinas, às terças e quintas-feiras, das 12h às 13h, em minha última participação procurei mirar em supostos olhares daqueles dirigentes pontepretanos do passado como Luiz Campagnone, Geraldo Camargo – Camarguinho -, Peri Chaib e Marco Eberlim, que buscavam soluções para casos que pareciam sem conserto, ou tinham criatividade para coisas inimagináveis.
Ou então catimbadas impensáveis como a do saudoso diretor sem pasta José Bertazolli, o Zé do Pito, capaz de num passo de mágica simplesmente simular pane nas torres de iluminação do Estádio Moisés Lucarelli, de forma que tudo ficasse no escuro naquele maio de 1977, quando a Ponte Preta dele perdia do Botafogo de Ribeirão Preto.
Com a remarcação do jogo, a Ponte venceu e avançou naquele Paulistão, até que fosse decidir o título com o Corinthians.
RAPTOS
Camarguinho foi um especialista em rapto de jogadores na década de 70.
Trouxe o centroavante Mirandinha para Campinas, sem autorização de dirigentes do Ferroviário do Ceará.
Pra solucionar o imbróglio, bolou triangulação com o Palmeirinha de São João da Boa Vista, para posterior repasse à Ponte Preta.
Camarguinho também raptou do Mixto de Cuiabá o ponteiro-direito Lúcio, para que fosse observado em dois amistosos na Ponte Preta com o nome de Pompeo, visando despistar o clube mato-grossense.
Como Lúcio aprovou, foi contratado.
Por que esse preâmbulo? Porque não faltava criatividade entre dirigentes pontepretanos, contrastando com tempos atuais sem dirigentes da bola no clube.
PERI CHAIB
Com todo aquele jogo de cintura de Peri Chaib, a projeção natural é que se a Ponte Preta tivesse um dirigente da estirpe dele, mesmo sem dinheiro para contratações a criatividade seria colocada à prova, para arrumação deste pobre elenco.
É que a Ponte Preta tem moeda de troca que conta muito.
Por isso foi essa a linha de raciocínio que desenvolvi no programa da Rádio Brasil.
A moeda de troca chama-se Ivan, goleiro nível de Seleção Brasileira.
Você há de convir que no excelentíssimo time do Flamengo, a posição de goleiro não acompanha o nível dos demais.
Cá pra nós: que tal uma conversinha ao pé do ouvido com a cartolagem do Flamengo, sugerindo negócio bom pra todos?
A Ponte poderia oferecer liberação de Ivan por empréstimo ao Flamengo, até o final do ano, com preço do passe fixado nas alturas.
Convencionando que Ivan ratifique aquilo que dele se espera, ou o Flamengo o contrataria em definitivo, ou haveria possibilidade de repasse ao mercado europeu, pois a visibilidade no clube carioca seria bem maior.
Claro que numa transação ao exterior o Flamengo seria bem recompensado, e a discussão não se restringiria apenas a isso.
REFORÇOS
A contrapartida imediata exigida pela Ponte Preta no suposto negócio com o Flamengo seria que cedesse de três a quatro jogadores pra vestirem a camisa titular em Campinas.
De certo você há de convir que o Flamengo conta com os tais jogadores em disponibilidade para repassá-los por empréstimo, e ainda arcando com pagamento dos respectivos salários.
Seria sonho tudo isso?
Pode ser, mas é conversa de vendedor.
E o máximo que o vendedor pode ouvir de seu interlocutor é um NÃO, advérbio de negação já incorporado ao seu repertório.
E se o vendedor em questão ouvir um sim?
Inadmissível é essa letargia do presidente Sebastião Arcanjo, sempre adiando voto de confiança ao treinador Gilson Kleina.
Adia e nada muda.