Saiba porquê o treinador Abel Ferreira se diferencia dos demais

O Palmeiras se diferencia da maioria pela sabedoria de Abel Ferreira ao colocar em prática diferente estruturação tática.

No dérbi, por exemplo, o Guarani correu demais no primeiro tempo, e aí faltaram pernas para metade da equipe no segundo tempo.

Abel Ferreira
Abel Ferreira coleciona títulos no Palmeiras e polêmicas com outros técnicos. Foto: Conmebol - Divulgação

Campinas, SP, 22 (AFI) – Prioridade quase absoluta no blog é o futebol de Campinas, com abertura de discussões na maioria das vezes não aprofundadas pelos parceiros.

No pós-jogo do Guarani contra o Criciúma, o âmago da questão foi a postura do time bugrino de colocar intensidade total durante o primeiro tempo, desconsiderando que poderia faltar fôlego no segundo tempo, quando o adversário teve domínio territorial e o deixou acuado.

Não se adota a conceituação de intensidade do dia pra noite. É um processo progressivo que o Guarani o desconsiderou, e levou pra campo até no dérbi.

Digamos que essa intensidade até poderia ser colocada em prática parcialmente no primeiro tempo, se o Guarani contasse com ataque efetivo, com boas possibilidades de chegar ao gol.

Sendo assim, logo em seguida poderia ser poupar visivelmente e administrar a vantagem.

No dérbi, por exemplo, o Guarani correu demais no primeiro tempo, e aí faltaram pernas para metade da equipe no segundo tempo.

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Guarani correu bem no 1º tempo. Foto: Alvaro Jr – AAPP

PONTE PRETA

O assunto foi colocado em discussão, e nem um pio dos parceiros.

Coloca-se em prática postura de intensidade de forma progressiva, como fez a Ponte Preta.

Seu treinador, Hélio dos Anjos, foi fazendo encaixes das peças, rejuvenescendo a equipe, e recondicionando os demais atletas no aspecto físico paulatinamente.

Assim, a equipe foi transformada, seguramente, naquela que mais corre entre os integrantes da Série B, sem que isso implique em qualidade comparativamente àqueles que estão na dianteira da competição.

Impossível contar com intensidade total nos dois tempos de jogo do dia para a noite.

ABEL FERREIRA

Dito isso, agora o assunto é Palmeiras, ou o seu treinador Abel Ferreira.

É praxe elogios da mídia de que o Palmeiras é um time ajustado, que a comissão técnica tem conceitos adequados no processo de revezamento de jogadores, mas raramente a sua estrutura tática é destrinchada.

O Palmeiras se diferencia da maioria pela sabedoria de Abel Ferreira ao colocar em prática diferente estruturação tática.

Até na saída de bola vê-se agrupamento de três jogadores perto dela, lados do campo preenchidos, de forma que a bola possa ser alongada de uma extremidade à outra, com opção de jogadas no descongestionado.

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Abel Ferreira criou opções táticas ao Palmeiras. Foto: SEP – Oficial

TRIANGULAÇÕES

E pelos lados do campo até parece que Abel Ferreira ouve a voz do além do saudoso treinador Cilinho sobre as imprescindíveis triangulações pelo setor.

O diferencial dessas triangulações é a variação para o complemento das jogadas.

Qual equipe coloca até três jogadores na área adversária para receberem passes ou cruzamentos?

Por vezes, o atacante de beirada, mesmo sem ângulo, arrisca finalização de forma proposital, na expectativa de rebotes de goleiros ou defensores, para que um companheiro, próximo do lance, complemente a jogada.

Essa ousadia ofensiva raramente é vista por outro clube brasileiro.

RECOMPOSIÇÃO

A variação tática do Palmeiras não implica em setor defensivo descoberto.

A recomposição dos jogadores, após perda da bola no ataque, é feita com rapidez e satisfatória para a prática do desarme.

Toda essa variação tática não acontece por acaso. É treinada e os atletas compraram a proposta.

Isso faz do Palmeiras, um time sem super craques, ser transformado numa das mais competitivas agremiações sul-americanas.


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