Campinas, SP, 19 (AFI) – Direto de Paris, do jornalista Vicente Dattoli, apresenta sua coluna semanal no Portal Futebol Interior e analisa os excessos que poderão acontecer na Copa do Qatar. Confira!

Nosso Rumo a Doha desta semana será, digamos, um pouco estranho.

E vou justificar a razão: faltam agora quatro meses para o início do Mundial do Qatar e coisas estranhas estão acontecendo no esporte mundial que, sinceramente, começo a ficar preocupado com o que possa ocorrer na primeira Copa do Oriente Médio.

Vamos aos fatos – e, por favor, se eu estiver errado registrem suas respostas.

Estou em Paris. No domingo, dia 24, termina o Tour de France, um dos maiores eventos esportivos do país, que atravessa boa parte da Europa, é transmitido para o mundo inteiro (certamente o leitor tem como ver as etapas numa das tevês por assinatura)… Pois bem… O Paris Saint-Germain, time “da casa” (e da cidade, e do país…) está realizando uma série de amistosos no Japão – e não se fala da confusão Mbappé/Neymar.

Pelo menos não abertamente, mas há quem jure que o brasileiro só não sai agora em agosto do time da Cidade Luz porque o PSG não quer abrir mão de receber alguma graninha pela sua transferência – e porque seus cartolas apostam numa possível valorização após a Copa do Mundo… Pelo visto, os franceses apostam mais num Mundial acima da média “do menino Ney” do que a maioria dos brasileiros…

Mas a temporada de loucuras não fica só nisso, não.

Vendo a transmissão do Mundial de Atletismo, que está sendo realizado em Eugene (EUA), me bateu uma dúvida.

Na final dos 3.000m com obstáculos, os corredores tiveram de desviar de uma câmera que, simplesmente, estava na raia 2, como se não tivesse outra coisa menos perturbadora a fazer. Já imaginaram? Em plena final, um cidadão que não tem nada com a prova, resolve “estacionar” no meio da pista… Claro que teve corredor saindo pela direita, pela esquerda… Quase o atropelaram. Já imaginaram algo semelhante durante o Mundial?

Um time alemão decidiu instalar câmeras no uniforme de seus jogadores. Alguém consegue pensar em ver uma partida da Copa do Qatar em uma câmera instalada no uniforme de Cristiano Ronaldo? Ou acompanhar a decisão de uma vaga nas finais diretamente do uniforme do goleiro durante a decisão por pênaltis?

Com toda a sinceridade, não estou preparado para essas loucuras, não.

Já tivemos, no Brasil, há algum tempo, um árbitro que entrou em campo gravando sua conversa com os jogadores. Deslealdade pura, afinal, ele sabia que estava gravando, mas os jogadores não tinham conhecimento que estavam sendo gravados.

Dá ou não dá um certo temor do que possa vir por aí neste que promete ser o Mundial mais midiático até hoje realizado?

E pensar que neste 19 de julho, em homenagem ao Esporte Clube Rio Grande, comemoramos no Brasil o Dia do Futebol…

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