RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
O Portal Futebol Interior traz a coluna semanal do jornalista Vicente Dattoli, abordando a questão da bebida alcoólica na Copa do Mundo de 2022
Embora a Fifa ainda não tenha admitido oficialmente, já está praticamente acertado que não haverá venda de bebida alcoólica (cerveja incluída) nos estádios onde serão realizados os jogos do próximo Mundial
O amigo leitor é daqueles fãs de futebol que gostam de ver seu joguinho bebendo uma cervejinha, seja no sofá da sala ou no estádio?
Pois bem…
Se sua resposta foi sim, devo avisar que é melhor ficar em casa na próxima Copa do Mundo, a do Qatar, que acontecerá a partir de 21 de novembro.
Embora a Fifa ainda não tenha admitido oficialmente, já está praticamente acertado que não haverá venda de bebida alcoólica (cerveja incluída) nos estádios onde serão realizados os jogos do próximo Mundial.
De acordo com algumas informações vazadas internamente entre os organizadores (é importante lembrar que na primeira semana de julho aconteceu uma grande reunião em Doha com representantes de todas as seleções classificadas), o governo qatari não irá liberar a venda nos estádios.
Mais: o álcool só será permitido em regiões previamente determinadas, em horários restritos e, normalmente, a uma boa distância dos estádios – o que restringe bastante a localização desses “paraísos alcoólicos”, visto que na primeira fase, por exemplo, teremos até quatro jogos no mesmo dia e em distâncias pequenas.
Os organizadores estão preparando, além das famosas fan fest da Fifa, lugares especiais com capacidade de até 20 mil pessoas, onde, ali sim, seria permitida a bebida.
Há rumores, porém, que estes espaços reservados (seriam apenas dois, um inclusive numa área quase abandonada da cidade) seriam liberados apenas para os estrangeiros e (atenção, atenção) com radicais medidas de segurança e controle para o chamado pós-jogo.
Como um dos maiores patrocinadores da Fifa (e da Copa…) é um gigante da fabricação de cervejas, multinacional, a entidade que comanda o futebol mundial tenta flexibilizar o coração (e as leis) dos qataris, mas existe uma forte pressão por parte das chamadas autoridades religiosas contra a liberação.
Nos hotéis, a venda de bebidas alcóolicas já é permitida – mas em locais específicos.
E, claro, normalmente apenas para estrangeiros.
Em recente viagem feita à Doha, isso acontecia no oitavo andar do hotel em que me hospedei, acima do andar da piscina, numa área “cercada” por folhagens, que praticamente impediam que quem estivesse “do lado de fora” visse o que acontecia.
E a cerveja vendida não era a que patrocina o Mundial…
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