Robinho e ‘parça’ serão julgados nesta quarta-feira por violência sexual na Itália
Atacante e amigo devem ser condenados a prisão e multa pelo caso de janeiro de 2013
Campinas, SP, 18 (AFI) – Eterno ‘menino da Vila’, o atacante Robinho enfim será julgado pela Justiça italiana no processo em que ele e um amigo são acusados de violência sexual contra uma mulher, caso que ocorreu em janeiro de 2013, quando ele ainda morava em Milão, na Itália.
O julgamento começará a partir das 6 horas da manhã, horário de Brasília, na Corte de Cassação de Roma, que equivale ao Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil. Na ocasião, cinco juízes analisarão o caso para confirmar possível condenação de Robinho e um amigo (Ricardo Falco) em nove anos de prisão.
Os dois estão sendo julgados pelo artigo 609 bis do Código Penal Italiano, que fala sobre a participação de duas ou mais pessoas para o ato de violência sexual. A vítima, residente na Itália, acusa que teria sido embriagada e depois abusada sexualmente por outros seis homens em estado de vulnerabilidade.
Processado, Robinho foi condenado em primeira instância em 2017 a nove anos de prisão e multa de R$ 60 mil euros à vítima. O atacante recorreu da decisão e em 2020 a segunda instância da Justiça italiana manteve a condenação, fazendo com que os acusados recorressem à última instância, que julgará o caso nesta quarta-feira de manhã.
Importante ressaltar que, caso seja mantida a condenação a nove anos de prisão, Robinho e seu amigo NÃO serão extraditados para cumprir a pena na Itália. O tratado de cooperação judiciária em matéria penal entre Brasil e Itália, assinado em 1989 e ainda em vigor, não prevê que uma condenação imposta pela justiça italiana seja aplicada em território brasileiro.
Por isso, caso permaneçam no Brasil, Robinho e Ricardo Falco dificilmente serão presos. Isso só poderá acontecer caso eles estejam na Europa, e ainda assim a Justiça italiana deverá expedir ofício para todos os países pertencentes da União Europeia.
RELEMBRE O CASO
Interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho participou do ato que levou uma jovem de origem albanesa, então com 23 anos, a denunciar um estupro coletivo, em Milão. De acordo com a investigação, o jogador e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, também condenado, levaram a mulher ao camarim da boate Sio Café e praticaram abusos sexuais. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan.
Baseada principalmente nas gravações, a Justiça italiana condenou o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação e, por isso, são alvos de outro processo.
Ao UOL, o jogador disse que seu único arrependimento foi ter sido infiel à sua mulher. “Olha, eu me arrependo de ter traído a minha esposa. Este é o meu arrependimento”, declarou o jogador, afirmando que tudo o que aconteceu na boate foi consensual.