Roberto Dinamite pulverizou recordes e redefiniu significado de artilheiro
Idolatria fez o Vasco inaugurar uma estátua em sua homenagem no ano passado.
Dinamite foi algoz de Fla, Flu e Botafogo na época que defendeu o Vasco.
Rio de Janeiro, RJ, 08 – Se o termo “artilheiro” é usado para um jogador que marca muitos gols em um determinado espaço de tempo, como definir Roberto Dinamite, que fez isso em toda a carreira, balançando as redes mais de 700 vezes? “Goleador” pode parecer uma definição aquém de alguém que é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro (190 gols), do Campeonato Carioca (284 gols), do estádio de São Januário (184 gols) e dos clássicos entre Vasco e os rivais Flamengo (27 gols), Fluminense (36 gols) e Botafogo (25 gols). ELE morreu neste domingo, aos 68 anos, após lutar contra um câncer no intestino.
Carlos Roberto de Oliveira, conhecido ainda na adolescência como Calu, deixou uma marca indelével. No campo frutífero do futebol brasileiro que se acostumou a formar goleadores safra após safra, Dinamite foi expoente.
Dos mais de 700 gols, não faltou repertório. Marcou com o pé direito e também o esquerdo. De cabeça, também foram aos montes. A frieza nas cobranças de pênaltis e a precisão nas faltas também se fizeram presentes.
Foram incríveis 1.110 jogos vestindo a faixa transversal com a cruz de malta em vermelho bordada no peito, sendo superado apenas por Rogério Ceni, no São Paulo, e Pelé, no Santos.
Os feitos de Dinamite também vão além dos números frios. Enquanto o rival Flamengo dotava de um time estelar liderado por Zico e vivia grande fase, o Vasco bateu de frente em muitos momentos mesmo com uma equipe considerada tecnicamente inferior, mas liderada pelo seu maior ídolo.
Pelo clube, ele conquistou o Campeonato Brasileiro de 1974 (onde foi o artilheiro da competição, com 16 gols), e os Estaduais de 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992, além de taças e torneios no Brasil e exterior.
Dentre os vários jogos em que se destacou, um deles está marcado na memória da torcida. Após uma passagem discreta pelo Barcelona, o atacante se preparava para voltar ao futebol brasileiro em 1980. O então presidente do Flamengo, Márcio Braga, negociou com o jogador e estava confiante no acerto. O Vasco atravessou as conversas, superou a concorrência do rival e assinou contrato com o centroavante.
Na sua volta ao Vasco, esteve em campo no duelo com o Náutico, no Recife, mas foi no retorno ao Rio de Janeiro que teve uma das atuações mais memoráveis de sua carreira. Ele marcou os cinco gols da vitória sobre o Corinthians por 5 a 2 em um Maracanã lotado em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1980.
Pela seleção brasileira, precisou disputar espaço com outros grandes artilheiros de sua geração. Ele marcou 25 gols e foi artilheiro no vice-campeonato do Brasil na Copa América de 1983. Ele também disputou as Copas do Mundo de 1978 e 1982.
Roberto ganhou apelido Dinamite logo no início de sua carreira, em um jogo entre Vasco e Internacional, no Maracanã, em 1971. O Jornal dos Sports destacou o chute forte do jovem e o chamou de “Garoto Dinamite” no seu primeiro gol com a camisa do time.
Em abril de 2022, Roberto Dinamite ganhou uma estátua dentro do gramado de São Januário em celebração que contou com o amigo e maior ídolo do rival Flamengo, Zico. A emoção da festa emocionou o artilheiro.
Neste domingo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou que a Avenida General Américo de Moura, no trecho que passa em frente ao estádio de São Januário, passará a se chamar Roberto Dinamite.
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