'Revanche' da seleção brasileira contra a Alemanha era sonho de Marin
Parentes confirmaram, na semifinal da Copa, que o dirigente brasileiro foi obrigado a tomar tranquilizantes durante a goleada
Parentes confirmaram, na semifinal da Copa, que o dirigente brasileiro foi obrigado a tomar tranquilizantes durante a goleada
Rio de Janeiro, RJ, 27 – A revanche contra a Alemanha era o sonho do ex-presidente da CBF José Maria Marin. Antes de ser preso em maio de 2015, ele chegou a enviar um pedido à Federação Alemã de Futebol para que um amistoso fosse organizado. Na época, a Alemanha disse “não” à proposta de Marin, que insistia que o jogo apagaria o vexame da Copa do Mundo de 2014.
Naquele momento, mesmo o então treinador Dunga lamentou a negativa do time campeão do mundo. “Nós pedimos para jogar contra a Alemanha. Mas eles não puderam por questões de agenda”, justificou.
Os alemães justificaram que precisam se concentrar para as Eliminatórias da Eurocopa de 2016 e que uma partida contra o Brasil tiraria a concentração de seus jogadores. Em seu grupo para a Eurocopa ainda em 2014, a Alemanha estava apenas na terceira posição, superada pela Polônia e Irlanda.
Parentes de Marin confirmaram, na semifinal da Copa, que o dirigente brasileiro foi obrigado a tomar tranquilizantes durante a goleada. Poucos meses depois, em setembro, ele declarou ao Estado que queria uma “revanche”.
“Queremos esse jogo e que seja logo para espantar o que aconteceu na Copa”, revelou Marin. Segundo o cartola, o Brasil aceitaria até mesmo enfrentar o time de Joaquin Löw na Alemanha. “Podemos ir lá na Alemanha, se eles quiserem. Não temos problemas. O que queremos é virar a página”, disse.
TRAUMA
A derrota do Brasil para a Alemanha foi a pior da seleção em seus 100 anos. Foi também a maior goleada sofrida por um time anfitrião de Copa do Mundo. O resultado se transformou em um dos capítulos mais dramáticos da história dos Mundiais. Marin acreditava que uma nova partida contra a Alemanha marcaria uma “nova fase” para a seleção e para a Era Dunga. “Isso vai ser importante para a Era Dunga.” Logo depois da Copa do Mundo, a Argentina foi até a Alemanha e bateu o time campeão por 4 a 2, o que deixou Marin “empolgado”.
Meses depois de sua ideia ser apresentada, o dirigente seria detido em Zurique, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Extraditado aos Estados Unidos, ele foi condenado em dezembro e aguarda uma definição da juíza norte-americana Pamela Chan para saber quantos anos passará em uma prisão.
Para o jogo desta terça-feira, o atual presidente interino da CBF, Antônio Nunes, não estará em Berlim. Mas o homem já escolhido para suceder Marco Polo del Nero, Rogério Cabloco, fez questão de acompanhar o treino da seleção à beira do campo na segunda-feira.