ESPECIAL RESUMO NORDESTE: Elevador em todas as divisões

Representada por equipes nos quatro níveis nacionais, região viveu bons e maus momentos

Ceará rebaixado
Ceará foi um dos seis do Nordeste a caírem de divisão (Foto: Felipe Santos/CSC)

Campinas, SP, 25 (AFI) – O futebol do Nordeste viveu um 2022 muito inconstante nas quatro divisões nacionais. Enquanto algumas das equipes se consagraram, conquistando inclusive títulos, outras tiveram rebaixamentos muito amargos. Foram 36 times nordestinos participando do Campeonato Brasileiro, com dois na Série A, seis na Série B, nove na Série C e outros 21 na Série D, o que culminou em quatro acessos e seis descensos.

LÁ E CÁ NA ELITE

A Série A foi marcada por altos e baixos com os dois cearenses representando o Nordeste. O Ceará começou amplamente superior ao arquirrival Fortaleza e brigando na parte de cima da tabela apenas durante o início da competição, mas manteve boa vantagem sobre o Leão. Ainda que tenha oscilado, conseguiu viver bons momentos sob o comando de Dorival Júnior, contudo a saída do comandante fez a equipe cair de produção.

Durante todo o primeiro turno, os alvinegros figuraram na zona de rebaixamento apenas por uma vez e por conta do número de vitórias do Avaí, pois dividiam a pontuação. No returno, porém, sucumbiu de vez e passou a oscilar na metade inferior da classificação, vendo o Z-4 como maior ameaça. Do meio para o fim da segunda parte do torneio, o Vozão despencou bruscamente e o Nordeste teve um dos rebaixamentos decretados antecipadamente.

Fortaleza Santos
Fortaleza consegue reviravolta incrível e garante Nordeste na Libertadores 2023 (Foto: Felipe Cruz/FEC)

Já o rival, por outro lado, começou muito mal e atingiu uma arrancada memorável não apenas na história da competição, mas praticamente de toda a região. Após ficar de fora da zona do rebaixamento apenas uma vez durante o turno inteiro, a deixou na 22ª rodada e desde então alternou bastante entre meio e proximidade com a degola. Na reta final, entretanto, se firmou mais na parte superior na tabela e garantiu vaga ao Nordeste na pré-Libertadores.

SEGUNDONA SOFRIDA

A única salvação dos seis participantes da Série B foi o Bahia. Único time do estado na competição, o Tricolor de Aço mostrou regularidade durante maior parte do tempo e acabou ficando com uma das quatro vagas na elite em 2023. Do Nordeste, foi quem mais apresentou segurança, tanto ofensiva, como defensiva, e terminou recompensado.

Irregulares ao longo de toda a Segundona, Sampaio Corrêa e Sport tiveram campanhas altamente positivas quando mandantes, o que os fez encerrar os 38 jogos próximos ao G-4. Fora de casa, no entanto, o desempenho foi totalmente contrário. Mesmo sem serem os piores, foram prejudicados por perderem mais vezes que o número de vitórias e empates somados, vendo o grupo de acesso fechado sem eles.

Bahia acesso
Esquadrão foi o único do Nordeste a subir na Série B (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

Já o CRB, por outro lado, não teve constância e finalizou a competição no meio da tabela. Com números semelhantes de partidas vencidas, empatadas e derrotadas, o Galo da Pajuçara não fez parte da briga por classificação à Série A, contudo também não disputou o descenso, garantindo mais uma vaga ao Nordeste na Série B em 2023.

O CSA, seu arquirrival, tentou evitar a queda até a última rodada. Sem depender das próprias forças, o Azulão deu números finais à participação sendo superado pelo campeão Cruzeiro em um grande jogo. O Náutico, entretanto, acumulou não somente a pior defesa, tendo também o maior número de derrotas, além de ter tido apresentações ruins, amargando a lanterna por 17 das 38 rodadas.

BEM… E MAL

O futebol do Nordeste na Série C teve nove dos 20 clubes, o que equivale a praticamente metade. Desses, dois — ABC e Vitória — conseguiram êxito, pois voltaram à Série B. Os alvinegros foram além, fazendo uma primeira fase razoavelmente segura e a segunda arrasadora, sendo líder durante os seis jogos disputados; na final, acabou terminando como vice-campeão para o Mirassol.

Os rubro-negros, por outro lado, se superaram ao longo da competição e alcançaram uma arrancada incrível. Dado como rebaixado e fora da briga pelo G-8, por ocupar mais a parte de baixo da tabela, o Leão da Barra fez sua parte justamente na última rodada e avançou à fase final pelo número de vitórias e saldo de gols superior.

ABC Mirassol
Representante do Nordeste na final da C, ABC terminou vice-campeão (Foto: Rennê Carvalho/ABC FC)

Times como Botafogo-PB, Confiança, Floresta e Altos, que tiveram retrospecto totalmente oposto, terminaram tendo o mesmo destino: permanência na Terceirona. Enquanto os paraibanos foram candidatos ao acesso por terem brigado entre os melhores do certame, sergipanos, cearenses e piauienses participaram da disputa contra a queda, encerrando formando escadinha na respectiva ordem à frente do Z-4.

Já Atlético-CE, Ferroviário e Campinense, por sua vez, fizeram campanhas muito ruins, trocando o comando mais de uma vez e passando o torneio praticamente inteiro próximo às últimas colocações. Não por acaso, se juntaram ao Brasil-RS como degolados ao fim dos 19 confrontos disputados na primeira fase.

CHAVE DE OURO

Com 21 equipes representando nos grupos A2, A3 e A4, a Série D foi quem mais teve integrantes do Nordeste em uma divisão nacional. Dos oito times da segunda chave, cinco integram a região, com três avançando ao mata-mata: Moto Club, Pacajus e Juventude Samas; o Moto foi quem chegou mais longe, caindo nas oitavas de final, pois os demais caíram logo em seguida.

Os terceiro e quarto grupos foram compostos 100% por nordestinos, tendo Retrô e Lagarto como principais destaques. Os pernambucanos sofreram somente uma derrota em 14 jogos, tal como os sergipanos, sendo estes líder e vice-líder, respectivamente. Foi da chave da Fênix que veio o melhor geral, o América-RN, que perdeu apenas uma vez da segunda fase em diante e terminou como campeão.

Série D - POuso Alegre 1 x 0 América-RN
América-RN deu título da Série D ao Nordeste (Foto: Canindé Pereira/AFC)

No fim das contas, saldo positivo para Pernambuco (Afogados, Retrô e Santa Cruz) e Maranhão (Moto Club e Juventude Samas), únicos estados que tiveram todos participantes garantindo classificação à segunda fase. Já o Piauí, por outro lado, teve a dupla Fluminense e 4 de Julho eliminada durante a fase de grupos, fechando como 5º e último no Grupo A2, respectivamente; Ceará (Pacajus), Alagoas (ASA), Rio Grande do Norte (América-RN), Paraíba (Sousa), Sergipe (Lagarto) e Bahia (Jacuipense) avançaram com uma equipe cada.

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