'Rei do Acesso', Flávio Araújo fala em preconceito com nordestinos: "Existe discriminação"

Antes do vice da Série D com o Treze, Flávio Araújo subiu Icasa, América-RN, Sampaio Corrêa, River-PI e CSA em divisões nacionais

Antes do vice da Série D com o Treze, Flávio Araújo subiu Icasa, América-RN, Sampaio Corrêa, River-PI e CSA em divisões nacionais

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Campinas, SP, 18 (AFI) – Conhecido por todo o país como ‘Rei do Acesso’, o técnico Flávio Araújo, de 55 anos, não teve grandes oportunidades de treinar equipes do Sul e do Sudeste. O treinador – que levou o Treze ao acesso à Série C com o vice-campeonato do Brasileiro Série D e ainda não definiu onde irá trabalhar na próxima temporada – credita essa situação ao preconceito.

“Existe discriminação. Na visão de dirigentes do Sul e Sudeste, o treinador nordestino é despreparado. Não somente em termos de futebolísticos, mas também de cultura e de educação mesmo”, afirmou o comandante, que chegou a cursar história na Universidade Federal do Ceará por três anos, mas não pôde terminar a graduação.

Em 20 anos de carreira, dirigiu somente um clube de alguma dessas regiões: o Mogi Mirim, em 2016. Naquele ano, ainda teve uma experiência no centro-oestino Cuiabá. Outros números provam que as reclamações têm fundamentos: das 59 equipes dessas localidades do Campeonato Brasileiro, apenas Ponte Preta e Figueirense, ambos da Série B, são comandados por nordestinos: os baianos Marcelo Chamusca e Rogério Micale, respectivamente.

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REI DO ACESSO
Antes do vice da Série D com o Treze, Flávio Araújo subiu Icasa (2009), América-RN (2011), Sampaio Corrêa (2012 e 2013), River-PI (2015) e CSA (2017) e deixou Givanildo de Oliveira, com cinco, para trás como maior vencedor no quesito.

'Rei do Acesso', Flávio Araújo fala em preconceito com nordestinos:

‘Rei do Acesso’, Flávio Araújo fala em preconceito com nordestinos: “Existe discriminação”

“Já trabalhei na Série B dirigindo o Icasa e o Sampaio Corrêa, mas agora o meu grande desejo é trabalhar no Brasileirão. Sou muito feliz e realizado com o que conquistei, mas pretendo realizar este sonho”, prossegue.

VAI PRA ONDE?
Atualmente, o treinador está se preparando para a temporada de 2019. Foi procurado pelo Treze para uma renovação, mas o River-PI não abre mão de contar com seu trabalho na tentativa de retornar à Série C.

“Meus times aliam força com técnica. Força é essencial e pode ser determinante, mas precisa estar aliada com a técnica. Preciso ter jogadores equilibrados que desequilibrem um jogo. Trato todos os atletas mesma maneira, não tenho preconceito. Exijo, cobro e elogio”, finalizou.