Quer saber? Já Vai Tarde!
Quem, afinal, Carlitos Tevez pensa que é? Estas constantes ameaças de deixar o Corinthians esgotou a paciência dos Corinthianos.
Quem, afinal, Carlitos Tevez pensa que é?
Estas constantes ameaças de deixar o Corinthians esgotou a paciência dos Corinthianos.
Quando Luisinho, o Pequeno Polegar, que muitos consideram o maior jogador que já passou pelo Parque São Jorge, foi embora, muitos corinthianos pensaram até em mudar de time.
Havia motivos para a tristeza. Luisinho era um ídolo inconteste, morava na Penha, tinha nascido para o futebol no clube, driblava como ninguém e ainda por cima sentava na bola diante do zagueiro argentino Luís Villa, do Palmeiras. Quer coisa mais maravilhosa para um alvinegro? Zagueiro argentino, viu Carlitos?
Pois bem. Luisinho foi jogar no Clube Atlético Juventus e ninguém virou casaca.
E Luisinho ainda voltou para encerrar a carreira no seu time do coração.
Gilmar dos Santos Neves era campeão paulista, campeão do Rio-São Paulo, campeão do mundo, titular absoluto da seleção brasileira, figura emblemática, goleiro ideal de todos os torcedores brasileiros.
Um belo dia ele foi jogar no Santos e o Corinthians tocou sua vida para a frente, crescendo cada vez mais. Gilmar seria substituído no coração da galera, anos mais tarde, por Ronaldo Soares Giovanelli, este sim um jogador formado no Corinthians, desde os 10 anos de idade. (Gilmar, ao contrário, já era profissional quando veio de contrapeso do Jabaquara junto a quem o Corinthians tinha contratado Cissiá, um center-half para ocupar o lugar do lendário Dino, o “Pavão”, no meio-campo).
Ronaldo foi inúmeras vezes campeão no Corinthians, também chegou à seleção brasileira, mas um dia foi embora. Ainda não tinha 30 anos de idade. Gilmar jogou 8 anos no mosqueteiro, como titular. Ronaldo, 10. E ambos seguiram sua vida longe do Timão, que não fechou porque eles partiram.
Roberto Rivelino era o Garoto do Parque, um meio-campo talentosíssimo, que obrigava a torcida a chegar mais cedo ao estádio para vê-lo atuar na equipe de aspirante.
Rivelino estreou ao lado de Dino Sani, um monstro sagrado dos gramados, que havia sido campeão pelo São Paulo Futebol Clube em 1957, atuado na Copa do Mundo de 58, na Suécia e depois no Milan, da Itália e no Boca Juniors, da Argentina. Boca Juniors, viu Carlitos? Cujo treinador, aliás, era um brasileiro: Vicente Feola.
Em seis meses de carreira, Rivelino tinha superado o mestre Dino Sani e se tornado o xodó da fiel. Rivelino foi campeão do mundo em 1970, atuando em todos os jogos, na meia e na ponta-esquerda e era titular absoluto no meio-campo da seleção brasileira na Copa da Alemanha, em 1974.
A Copa, como sempre aconteceu em junho/julho daquele ano. Em dezembro, após o Corinthians perder de 1 a 0 para o Palmeiras, Rivelino teve de deixar o Parque São Jorge, por imposição da torcida. Estava no auge de sua forma física e técnica.
O Corinthians não foi campeão com Rivelino, e rapidamente o esqueceu, tendo quebrado o tabu de 23 nos sem título, sem ele, em 1977.
Baltazar teve um prestígio do tamanho que nenhum torcedor de hoje em dia é capaz de imaginar. Era adorado pelos corinthianos, goleador, campeão paulista várias vezes, o melhor cabeceador que o Brasil já teve, jogou na seleção brasileira. No tempo em que possuir carro importado e conversível era coisa apenas dos muito ricos. Baltazar se deu ao luxo de ver o seu Cadilac queimado na Via Dutra, durante uma viagem para o Rio. Quando retornou a São Paulo um outro automóvel, um Oldsmobille, novinho em folha, o esperava. Era presente da torcida, mas, um dia Baltazar foi dispensado pelo Timão.
Voltou anos depois, tornou-se treinador de infantis e até da equipe principal.
Pelé jogava em São Paulo e o Rio precisava inventar um concorrente à altura. O escolhido foi Almir, que nem carioca era. Almir, o “Pelé Branco” foi comprado por 8 milhões de cruzeiros, a maior transação da época. Almir, que havia nascido em Pernambuco, tinha um pouco de Tevez. Era aguerrido, mas adorava uma confusão. Ficou pouco mais de um ano no Corinthians. Como Tevez também era chegado a uma balada. Acabou assassinado em uma briga de bar em Copacabana.
Flávio, o centro-avante que veio do Internacional de Porto Alegre, foi artilheiro do campeonato paulista. Detalhe: Flávio foi contemporâneo de Pelé, quando este estava no auge. Ou seja: disputando um campeonato ao mesmo tempo que Pelé, Flávio fez mais gols na competição que o Rei.
Flávio também foi embora e jogou depois no Fluminense do Rio.
Marcelinho Carioca ganhou 9 títulos importantes pelo Corinthians, inclusive um mundial interclubes. Um dia, deixou o Parque São Jorge e depois implorou para voltar. Aliás, voltou duas vezes.
Todos estes esplendorosos jogadores, juntos, porém, são infinitamente menores que o Corinthians.
Carlitos Tevez é um jogador incompleto. Não sabe chutar de longa distância, bate mal faltas, não é ambidestro e neste ano de 2006, com ele em campo, o Corinthians perdeu nada menos que 10 partidas.
É um jogador rápido? Sem dúvida. Voluntarioso? Certamente.
Mas precisa comer muito churrasco para pensar em esnobar o Sport Club Corinthians Paulista.
Se, ao invés de sentir orgulho em vestir esta camisa de tantas tradições, seu negócio é dar piti e chantagear permanentemente o clube, ameaçando ir embora, ele que cumpra sua promessa.
Se é por falta de adeus, Adios, Muchacho!