Quem não faz toma, viu Guarani!
Este repertório de tic-tac e apenas a espera do erro adversário para aproveitamento precisa ser revisto pelo treinador Bruno Pivetti.
Salvo algum problema de lesão ou cansaço não detectados, substituições equivocadas feitas pelo treinador Bruno Pivetti em nada contribuíram
Campinas, SP, 4 (AFI) – O Guarani foi arrumar pra cabeça ao tropeçar em seus domínios diante do CRB, então penúltimo colocado desta Série B do Campeonato Brasileiro, na derrota por 1 a 0, na tarde deste domingo. Assim, ficou estagnado na 11.ª colocação com 15 pontos, ao passo que, se vencesse, saltaria quatro posições, passando para sexto lugar com 18 pontos.
Problema é o que está por vir no transcorrer da semana que entra, com dois jogos fora de casa e contra adversários situados no G4. Na quarta-feira vai enfrentar o Novorizontino, a partir das 19h, e sábado estará em Goiânia para duelar com o Vila Nova, às 16h. E por que perdeu este jogo, se era cotado como franco favorito?
MOTIVOS
Foram várias as razões que implicaram no tropeço, a começar por desperdício de oportunidades reais de gols, principalmente durante o primeiro tempo. Salvo algum problema de lesão ou cansaço não detectados, substituições equivocadas feitas pelo treinador Bruno Pivetti em nada contribuíram para acréscimo de rendimento da equipe.
E mais: contra um adversário que lembrou o retrancado Juventus dos anos 70, do saudoso treinador Milton Buzzeto, o repertório ofensivo não pode se restringir a um lento e ineficiente tic-tac, seguido de chuveirinhos para o interior da área adversária, que contou com três zagueiros de elevada estatura, prontos para a interceptação de cabeça.
QUEM NÃO FAZ?
O dito de mil novecentos e bolinha prevaleceu mais uma vez: quem não faz toma. Só durante o primeiro tempo, o Guarani desperdiçou três reais chances de gols, nos primeiros dez minutos. Após cobrança de escanteio e bola ajeitada de cabeça pelo zagueiro Lucão, Matheus Bueno permitiu defesa do goleiro Diogo Silva, na conclusão.
Na sequência, dois gols feitos desperdiçados pelo meia-atacante Isaque. Primeiro em cabeçada fraca que mais significou um recuo ao goleiro. Depois, de frente para a meta adversária, dentro da área e livre, chutou a bola para fora.
ANDERSON CONCEIÇÃO
Aí o castigo surgiu aos 13 minutos, em erro do volante Matheus Barbosa que cedeu escanteio desnecessariamente. Na cobrança, o zagueiro Anderson Conceição, do time alagoano, ganhou a disputa pelo alto de Lucão e testou a bola para o canto direito do goleiro Tony.
Foi a primeira vez, até então, que o CRB havia se aproximado da área bugrina, e ficou à frente do placar. Ora, quem já tinha o firme propósito de jogar por uma bola, natural que fosse preservada a preocupação de se resguardar, diante da inevitável pressão bugrina.
VAR
O torcedor bugrino até comemorou o gol de Derek, validado pelo árbitro paraibano Afro Rocha de Carvalho Filho que, orientado pelo VAR para conferência, observou as imagens mostrando impedimento do meia bugrino Régis com participação no lance, e toque na mão de seu companheiro Bruno José, aos 33 minutos, o que implicou em gol invalidado.
PORFÍRIO
Se Bruno Pivetti teria mesmo que sacar o anulado Régis, aos 12 minutos do segundo tempo, em tentativa de ganho com a entrada do atacante Bruninho – o que não ocorreu -, só se justificaria, simultaneamente, a entrada do lateral-esquerdo Mike no lugar de Diego Porfírio por lesão.
De fato Porfírio tinha rendimento abaixo do espaço, mas com o Guarani em desvantagem no placar e por se tratar de jogador de mais infiltração com a bola nos pés, ficou a interrogação sobre a troca.
Naquela altura, Isaque havia trocado o posicionamento de beirada do campo para jogar centralizado, quando aos 30 minutos a troca dele por Neílton em nada acrescentou à equipe.
Por sinal, na real oportunidade que o Guarani teve para empatar a partida durante o segundo tempo, após cruzamento de Mike e rebote do goleiro Diogo Silva, Neílton, cara a cara com o gol, finalizou para fora.
VOLUME
No frigir dos ovos, de que adiantou todo volume ofensivo do Guarani, se o time rodou a bola até com certa lentidão, sem a devida infiltração com dribles, para, em última análise, provocar faltas nas proximidades da área adversária.
Logo, esse repertório de tic-tac e apenas a espera do erro adversário para aproveitamento precisa ser revisto pelo treinador Bruno Pivetti, pois diante de um ‘ferrolho’, como o visto neste domingo, não funcionou.