Que Brigatti saiba tirar lições da derrota para o lanterna
Ponte Preta volta a errar e acaba derrota pelo Boa Esporte
Que Brigatti saiba tirar lições da derrota para o lanterna
Intrigado o torcedor pontepretano pergunta: o que ocorreu para o time ser derrotado pelo lanterna Boa Esporte, mesmo em Varginha (MG), na noite deste sábado, por 2 a 1?
Coisas deste imprevisível Campeonato Brasileiro da Série B, onde na maioria das vezes não prevalece a técnica. A Ponte sofreu o justo castigo por causa de erros individuais, irreconhecimento em campo de alguns jogadores, e equívocos de seu treinador João Brigatti.
A lentidão da Ponte Preta no início da partida, com toques de bola sem objetividade, dava a impressão que subestimava um adversário que marcava forte e reduzia os espaços.
Embora sem criatividade e na base da correria, o Boa Esporte já havia mostrado claramente que tentaria surpreender a Ponte com ‘estocadas’ pela direita, liberando avanços de seu lateral Helder. Com isso obrigava o improvisado lateral-esquerdo pontepretano Ruam a se fixar na marcação.
NEI DA MATTA
Habilmente o treinador do Boa, Nei da Matta, matava a transição ao ataque da Ponte através de Ruan, e deixava livre o lateral-direito Igor Vinícius, que se atrapalhava com a bola.
Apesar disso, o Boa Esporte não ameaçava até que o zagueiro pontepretano Léo Santos perdeu a bola de forma bisonha para Daniel Cruz, que serviu Douglas Baggio livre de marcação. Na sequência ocorreu o chute certeiro aos 20 minutos: 1 a 0.
A tentativa de a Ponte mostrar que não havia sofrido impacto pelo gol implicou na mesma lentidão, mas abusou de erros de passes e perda da bola em jogadas pessoais.
O pior à Ponte, ainda no primeiro tempo, ocorreu cinco minutos depois, quando em troca de bola rapidamente do Boa Esporte, o lateral Helder apareceu de surpresa no segundo pau, e, livre de marcação, após cruzamento, testou e ampliou: 2 a 0.
Aí, cada vez mais confusa, a Ponte ainda correu risco de sofrer o terceiro gol através de Douglas Baggio no final da fase.
MUDANÇAS
As alterações feitas pelo treinador João Brigatti no intervalo não estavam em perfeita sintonia.
Se houve acerto com a entrada do lateral-esquerdo Orinho mais adiantado, para que o time ganhasse consistência pelo setor, o recomendável seria ter sacado o ineficiente Danilo Barcelos, e proposto cobertura de um dos volantes pela lateral.
Com isso não precisaria se precipitar ao sacar o atacante Neto Costa, sacrificado pela falta de criatividade da equipe.
Sequer foi acionado em cruzamentos qualificados ou enfiada de bola. Por isso, até recuou para buscá-la.
Com o projetado maior volume de jogo da Ponte no segundo tempo, seria recomendável a manutenção de Neto Costa no segundo tempo, principalmente na bola alta.
MURILO E IGOR VINÍCIUS
A saída do meia Murilo foi sim bem justificada, até porque conseguiu perder todas das jogadas.
Como o lateral-direito Igor Vinícius é um jogador fraco e não merece camisa neste time pontepretano, seria lógico ter sido sacado para a entrada de Paulinho, mas Brigatti optou por mantê-lo em campo.
Assim, se acertadamente Brigatti deslocou Ruan para o lado direito, não precisaria deixar Igor fazendo dobra no setor. Ruan precisa de espaço pra arrancar com a bola, e não foi isso que aconteceu.
Portanto, se Brigatti disse que precisa tirar lições dessa derrota, basta que faça o óbvio num elenco limitado, em que se precisa extrair o máximo possível.
JÚNIOR SANTOS
Afora isso, a despeito de ter marcado o gol da Ponte em jogada pessoal, aos 15 minutos do segundo tempo, o atacante Júnior Santos precisa refletir sobre as suas próprias limitações, e evitar a teimosia de jogadas individuais quando vigiado por mais de um adversário.
No lance do gol ele conseguiu se desvencilhar dos zagueiros Rafael Jensen e Luan, após cobrança de lateral de Orinho, mas nas demais tentativas perdeu todas.
Explicações a parte, para o pontepretano ficou aquele gosto amargo de a equipe desperdiçar chance de ouro para entrar no G4, pois os próximos adversários do Boa Esporte saberão tirar proveito de sua fragilidade, e de Varginha vão arrancar pontos preciosos.