São Paulo, SP , 13 (AFI) – A fala de Abel Ferreira na entrevista coletiva pós-jogo da vitória do Palmeiras sobre o Atlético-GO por 3 a 1, em São Paulo, na última quinta-feira (11) foi bastante criticada por seu cunho xenofóbico. Ao explicar a organização tática de seus comandados, Abel declarou:

“Porque isso não é uma equipe de índios. Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos, esse motorzinho, que não só tem como tarefa ser a primeira cobertura, como também ligar jogo e pôr a equipe a jogar.”

Após Abel Ferreira vir a público para assumir seu erro, se desculpar e pedir que certas expressões utilizadas no meio do futebol sejam extintas, foi a vez do jornalista PVC (através de suas redes sociais) e do ex-jogador Casagrande (que tem uma coluna no UOL Esporte) se manifestarem:

“Não é uma questão de que os povos indígenas brasileiros sejam desorganizados. Tem a ver com os filmes de faroeste, em que os indígenas atacam os cavaleiros sem se organizar, sem se defender. E aí eles são mortos. Vem daí o termo de só atacar. Tem que se policiar. A frase sai com muita facilidade, como todas as outras. É isso. Ele errou, reconheceu, tem que se policiar. Tenho certeza que não é usual. Se não fosse uma coletiva, talvez não saísse dessa maneira. E provavelmente não vai mais usar. Mas não é só ele. Muita gente fala coisa muito pior – ofensivas mesmo. Quando você reconhece, você aprende. Quando você se finge de morto e passa batido, aí não aprende nada.” – disse Casagrande.

O Palmeiras volta a campo apenas na próxima quarta-feira (17), quando enfrenta o Botafogo no Rio de Janeiro e Abel terá uma nova oportunidade para se desculpar publicamente durante sua coletiva pós-jogo.