Problema da Seleção do Brasil vai bem além do técnico Tite
Técnico errou no projeto, nas convocações, nas improvisações, nas escalações e nas decisões importantes durante os jogos no Catar
Campinas, SP, 11 (AFI) – Pesa sobre os ombros do treinador Tite parcela enorme de culpa pelo insucesso da Seleção Brasileira nesta Copa do Mundo do Catar.
Justa ou injustamente, é tido como comandante ‘paneleiro’, que fechou com o grupo que o acompanhou desde as Eliminatórias, e por isso recebeu críticas por ter preterido jogadores de destaque aqui no Brasil.
Ficou claro que ele andou na contramão nas escolhas dos laterais, ao relegar opções mais vantajosas que Danilo, Alex Sandro, Daniel Alves ao setor.
Todos pecaram pela ineficiência no apoio ao ataque, sem que se registrasse compensação considerável no plano defensivo.
Também foi um claro despropósito a improvisação do zagueiro Militão na lateral-direita.
Claro que também houve equívocos em convocações de jogadores e estratégia de jogo a ser executada.
O FUTEBOL MUDOU
Entretanto, é preciso ponderar que o futebol brasileiro não é o mesmo de 20 anos atrás, quando contava com Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e coadjuvantes que se enquadraram numa aceitável planilha de jogo.
Hoje, o único devidamente diferenciado é Neymar que, embora não tenha desapontado nesta Copa, convenhamos que não repetiu tudo aquilo que dele se esperava.
Por sinal, teria mais validade o posicionamento de Neymar avançado, com liberdade para flutuar do centro ao lado direito, e não como organizador de jogadas.
E quando ele avançava, por vezes o Brasil ‘caducava’ no obsoleto 4-2-4, circunstância que provocava sobrecarga ao volante Casemiro – homem da contenção – coadjuvado pelo meia Lucas Paquetá, sem a definida característica como homem de desarme, no cinturão de marcação à frente da zaga.
Não fosse uma bem postada dupla de zagueiros com Marquinhos e Thiago Silva para o devido ‘socorro’, a tendência seria de situação mais agravada.
ÉVERTON RIBEIRO E RAFAEL VEIGA
Neste clima de funeral com a eliminação do Brasil na Copa, sobram críticas, várias delas procedentes.
Antes mesmo da bola rolar no Catar, não faltaram aqueles que sugeriram a definição do meia Éverton Ribeiro no time, visto que é organizador de jogadas e ajuda na recomposição.
Outra leva saiu em defesa da convocação do talentoso meia Rafael Veiga, do Palmeiras.
Seria diferente?
Só a prática apontaria validade ou não.
Por sinal, a prática mostrou que a fixação de canhotos para atuarem no lado direito do ataque não funcionou.
Rafinha, quando bem marcado, sucumbiu, a exemplo do ex-são-paulino Antony, que ciscou pra cá, ciscou pra lá sem que tivesse efetividade nas jogadas.
Vini Júnior, atacante de beirada pelo lado esquerdo, com capacidade de drible, sofreu sempre dupla marcação e raramente contou com aproximação de um lateral para fazer combinações de jogadas.
OUTROS MELHORARAM
Torcedores brasileiros que se habituaram com o seu selecionado colecionando títulos ou chegando perto deles, ainda não se deram conta que outros países agregaram valores ao seu futebol e passaram a endurecer nos jogos.
Quem supunha que Marrocos pudesse avançar à semifinal da competição, se prevalecendo diante da Espanha e Portugal?
Já a França mostra ao mundo como se tempera qualidade para o desarme nas jogadas à capacidade de criação, com jogo envolvente.
LEGADO DA COPA
Hoje, o futebol é extremamente pensado.
O principal legado desta Copa, para treinadores brasileiros, é importar dos europeus a dinâmica de o atleta ficar ligadíssimo sobre a sequência da jogada antes mesmo de receber o passe.
Assim, com o destino pré-definido, o fluxo é garantido com o mínimo possível de toques na bola.
Ficou claro que aqueles dribles improdutivos, que implicam em risco de perda da bola, passaram a ser inaceitáveis pelos treinadores, assim como é dispensável, em qualquer circunstância, àqueles que não têm aptidão para isso.
IMPORTÂNCIA DO TREINADOR
Por fim, aqueles que ainda continuam com o ultrapassado discurso que a importância de treinadores é relativa no futebol, que tratem de se reciclar.
Quem trata de ditar as normas de uma equipe é o seu comandante, assim como planejamento sobre diversificação de esquemas táticos a serem executados, com exploração de cinco substituições por partida.
Portanto, senhores agarrados ao obsoleto, se atualizem, pois os tempos são outros.
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