Pressão não alivia: Caixinha segue ameaçado no Santos

O retorno de Neymar, fora das últimas partidas por lesão muscular, pode ser um trunfo para o treinador no duelo contra o Fluminense.

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O Departamento de Futebol entende que o momento exige um treinador experiente, capaz de reorganizar o time e lidar com a pressão. (Foto: Reprodução/Santos FC)

Santos, SP, 08, (AFI) – O empate diante do Bahia manteve Pedro Caixinha no comando do Santos, mas a pressão sobre o técnico português só aumenta. Apesar da chance de seguir no cargo, a permanência do treinador depende de um bom resultado diante do Fluminense, no próximo domingo (13), no Maracanã, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

Internamente, o clima é tenso. A decisão de Caixinha de repetir a escalação que perdeu para o Vasco, incluindo deixar Soteldo no banco mesmo estando recuperado de lesão, foi considerada um erro grave pela diretoria. O presidente Marcelo Teixeira, insatisfeito com o rendimento da equipe, já alertou que uma nova derrota pode acelerar sua saída.

ESCOLHAS QUESTIONADAS

Contra o Bahia, o Santos teve um desempenho fraco no primeiro tempo, mas reagiu na etapa final após as entradas de Soteldo e Thaciano. Com mais presença ofensiva, o Peixe chegou a virar o placar para 2 a 1, mas cedeu o empate nos acréscimos. As escolhas de Caixinha, especialmente a manutenção de Guilherme como titular até os minutos finais, também foram alvo de críticas.

O próprio treinador reconheceu a melhora da equipe após as alterações. “O Bahia é uma equipe que se defende bem por dentro e ataca por fora. No primeiro tempo nos faltou presença de área, o que tivemos de sobra no segundo”, disse Caixinha, que tenta encontrar explicações para o desempenho irregular.

O retorno de Neymar, fora das últimas partidas por lesão muscular, pode ser um trunfo para o treinador no duelo contra o Fluminense. A expectativa é que o camisa 10 dê nova dinâmica ao ataque santista, que tem sofrido para criar chances claras nos jogos recentes.

NOME NA BERLINDA

Apesar da sobrevida, a diretoria do Santos já se movimenta nos bastidores. Três nomes estão na mira para substituir Caixinha em caso de nova derrota: Dorival Júnior, Tite e Jorge Sampaoli. O Departamento de Futebol entende que o momento exige um treinador experiente, capaz de reorganizar o time e lidar com a pressão.

Caixinha já vinha balançando após a eliminação no Paulistão, mas a direção optou por manter o técnico acreditando que a chegada de reforços e um período de treinamentos mudariam o panorama. A estreia desastrosa no Brasileirão, com derrota para o Vasco, e o empate amargo contra o Bahia colocaram o português em situação ainda mais frágil.

No discurso oficial, a diretoria fala em paciência. Mas nos bastidores, já se considera o jogo contra o Fluminense como um “ultimato”. Se o time não mostrar evolução clara, a troca será inevitável.

O cenário de incerteza afeta não só a comissão técnica, mas todo o ambiente do clube. O planejamento da temporada previa brigar na parte de cima da tabela e garantir vaga em uma competição internacional, objetivo que começa a ficar ameaçado logo no início da Série A.

O Santos terá uma semana cheia para se preparar para o desafio no Maracanã. Serão cinco dias de treinos antes da viagem ao Rio de Janeiro, tempo que Caixinha precisa usar para tentar salvar seu emprego – talvez pela última vez.