Presidente da Portuguesa revela preocupação em não concluir SAF até fim do ano

Antonio Carlos Castanheira, desconfia que o processo de conclusão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube não seja finalizado até o fim deste ano, como era o planejado.

Em seu último ano de mandato, Castanheira admite preocupação em ter de participar de uma nova eleição e que uma derrota no pleito interfira neste processo

Portuguesa Copa Paulista
Presidente da Portuguesa revela preocupação em não concluir SAF até fim do ano

São Paulo, SP, 12 – O presidente da Portuguesa, Antonio Carlos Castanheira, desconfia que o processo de conclusão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube não seja finalizado até o fim deste ano, como era o planejado. Em seu último ano de mandato, Castanheira admite preocupação em ter de participar de uma nova eleição e que uma derrota no pleito interfira neste processo. A mudança para SAF foi aprovada em junho pelos sócios da Lusa, mas ainda há outras fases a serem finalizadas. É o caminho que o clube toma nesses seus 102 anos, que se completam no domingo, dia 14. A Lusa foi fundada em 1920.

“Eu gostaria de fechar tudo esse ano, iniciar uma nova era na Portuguesa e não ter de fazer uma eleição novamente. Eu imagino que o processo da SAF acaba no fim de novembro. Estamos fazendo com calma e segurança. É muito difícil dizer isso, que vamos terminar tudo até o fim de 2022. Estou achando bem difícil mudar estatuto, ter aprovações… Fim de ano é complicado fazer isso tudo. Então há a possibilidade de nova eleição”, conta Castanheira. “Qualquer outro que romper com esse trabalho vai romper com o clube”.

A Portuguesa passa pelo processo de “valuation”, ou seja, o estudo aprofundado e detalhado de “quanto vale” o clube, como já passaram outras agremiações como Botafogo e Cruzeiro, por exemplo. É este valor que servirá de base nas negociações com potenciais investidores. Um grupo de advogados foi contratado para, junto ao clube, realizar esta etapa. “Estamos em estudos, com equipe de viabilidade econômica e avaliação do passivo para encontrar o nosso real valor e definir a busca do investidor apropriado”, diz.

Concluído o processo de valuation e a definição do futuro investidor com uma porcentagem da SAF ainda a ser decidida, o processo caminha para votação nos Conselhos Financeiro e Deliberativo, além de Assembleia dos sócios. “Não é só abrir SAF, assinar contrato e colocar para dentro. Você tem de estruturar todas as áreas e departamentos. Isso está bem adiantado. Eu já fiz a separação do futebol, não tem mais nada no Canindé. Está tudo lá, todos os setores”, explica o dirigente.

O objetivo de Castanheira é ter, em um primeiro momento, a Portuguesa como sócia majoritária da SAF e que ele ocupe a vaga de CEO. Conforme o clube consiga sucesso dentro de campo, subindo degraus para voltar à elite do futebol brasileiro, a ideia é vender mais “fatias” da SAF, crescendo o poder de investimento.

As conversas com investidores ocorrem há meses, mas os nomes dos grupos não foram revelados. A ampliação do CT da Lusa é prioridade quando concluir a venda da SAF. “Estamos fazendo um estudo de engenharia para ampliar hotelaria, medicina esportiva e refeitórios para ter acomodações e receber profissionais e base. A modernização é prioridade”.

A reestruturação financeira da Portuguesa é um trunfo para dar segurança jurídica e atrair investidores. Os acordos judiciais nas áreas cível e trabalhista conquistados no início de ano evitaram bloqueios que pudessem prejudicar o caixa do clube. Mas, recentemente, problemas no âmbito tributário causaram bloqueios nas contas. Segundo Castanheira, o clube já trabalha para propor um parcelamento dos tributos. A dívida da Portuguesa hoje gira em torno de R$ 480 milhões.

A “COPA DO MUNDO” DA PORTUGUESA

Dentro de campo, a Portuguesa oscilou de rendimento em campo após a conquista da Série A2 do Campeonato Paulista e está na terceira posição do Grupo C da Copa Paulista, com os mesmos nove pontos do vice Oeste e um atrás do líder São Caetano. A Lusa volta a campo neste domingo, às 11h, para o clássico diante do Juventus.

“Estamos um pouco aquém do desempenho do Estadual, mas confiamos plenamente no elenco e na comissão técnica, mantivemos 80% do time campeão da Série A2. Esse título (da Copa Paulista) para nós é a Copa do Mundo. É o rascunho do que está sendo feito para a SAF, disputar o Brasileiro no ano que vem”, diz o presidente.

Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam às quartas de final da competição. O campeão escolherá entre uma vaga na Copa do Brasil ou participar da Série D do Campeonato Brasileiro, ambas no ano que vem.

Confira também: