Portal FI desvenda os segredos do "time sensação" da Série B
Em entrevista exclusiva, o presidente Leonardo Oliveira falou sobre o trabalho realizado no clube
Em entrevista exclusiva, o presidente Leonardo Oliveira falou sobre o trabalho realizado no clube
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Curitiba, PR, 27 (AFI) – Internacional e América-MG disputam ponto a ponto a liderança da Série B do Brasileiro, mas o Paraná já apareceu no retrovisor e promete incomodar nessa reta final de campeonato. Hoje, o Tricolor é quem vive o melhor momento e traz consigo números que causam inveja até mesmo no Corinthians, líder isolado do Brasileirão e candidatíssimo ao título.
O Portal Futebol Interior conversou com o presidente Leonardo Oliveira na tentativa de desvendar quais os segredos do “time sensação” da Série B. Se engana quem pensa que um deles é a manutenção da comissão técnica, já que o Paraná trocou três vezes de treinador. Tudo bem que apenas uma delas foi motivada por conta do desempenho negativo.
Wagner Lopes começou o trabalho e acabou deixando o clube após ter recebido uma proposta irrecusável do Albirex Niigata-JAP logo depois da eliminação nas quartas de final do Campeonato Paranaense. Ao todo, foram 12 vitórias, sete empates e três derrotas. Para o seu lugar, a diretoria trouxe Cristian de Souza junto ao Rio Branco-AC.
“O Wagner recebeu uma proposta depois do estadual e trouxemos o Cristian. O trabalho continuou, em relação ao desempenho do time fizemos bons jogos, mas chegou um momento que o clima que foi criado, até pela desconfiança da torcida e da imprensa por conta da inexperiência do Cristian, acabou dificultando sua permanência”, explicou Leonardo Oliveira.
Cristian de Souza foi o único treinador demitido por conta dos resultados, com cinco vitórias, cinco empates e seis derrotas. Lisca chegou e com ele veio também a reação do Paraná na tabela de classificação da Série B, mas uma confusão dias antes do jogo contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, pela Primeira Liga, resultou em mais uma troca na comissão técnica.
Após quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota, Lisca deixou o cargo. De forma interina, Matheus Costa perdeu para o Galo, mas depois venceu Goiás, Londrina e Guarani. Com o apoio do elenco, foi efetivado na última segunda-feira e no dia seguinte goleou o Náutico, por 3 a 0, em casa.
![Paraná vem sendo a grande sensação da Série B. Créditos: Paraná Clube/Divulgação - Paraná Clube/Divulgação Paraná vem sendo a grande sensação da Série B. Créditos: Paraná Clube/Divulgação - Paraná Clube/Divulgação](https://images.futebolinterior.com.br/2021/04/0002050270243_img.jpg)
PÉS NO CHÃO E SALÁRIOS EM DIA
Eleito presidente do Paraná no final de setembro do ano passado, Leonardo Oliveira sabia que estava encontrando um clube com vários problemas financeiros. Por isso, ele adotou a política “pés no chão” e evitou gastar mais do que o Tricolor conseguiria arrecadar.
Nos últimos anos, os problemas financeiros acabam influenciando diretamente dentro de campo. O Paraná começava bem o campeonato, mas aí o dinheiro acabava e com isso vinham os atrasos salariais. Resultado: queda na tabela de classificação.
“A situação financeira do clube melhorou bastante porque quitamos muitas dívidas, mas ainda não terminamos. O diferencial desse ano foi o custo baixo. Conseguimos montar um time com qualidade e um custo interessante. Isso permitiu que a gente honrasse nossos compromissos até o fim do ano”, afirmou Leonardo Oliveira, que revelou que a folha salarial do departamento de futebol – comissão técnica e elenco – gira em torno de R$ 360 mil.
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Um dos grandes responsáveis pela montagem do elenco foi Rodrigo Pastana, contratado no início do ano junto ao Guarani para ser executivo de futebol do Paraná. Junto dele, chegaram também outros profissionais. Por isso, Leonardo Oliveira evita centralizar os méritos apenas para uma pessoa.
“Todos são importantes no clube. Apesar do Pastana ser o homem do futebol, que tem o conhecimento, ele não centraliza as ações, gosta de trabalhar em grupo”, afirmou o mandatário tricolor.
O departamento de futebol, liderado por Rodrigo Pastana, foi o responsável pela montagem do elenco que vem fazendo sucesso nesta temporada. E como isso foi feito?
“Trouxemos profissionais capacitados, que encaminharam uma linha de trabalho interessante. Baseamos nossa estratégia de jogo, em um modelo bem definido, e fomos encaixando os jogadores e as comissões técnicas. Trouxemos treinadores que tinham a mesma linha de trabalho”, explicou Leonardo Oliveira.
SINTONIA COM A TORCIDA
Outro fator que vem fazendo a diferença e chamando a atenção é o desempenho do Paraná na Vila Capanema. São dez jogos de invencibilidade na Série B como mandante, sendo sete vitórias seguidas. A única derrota que o Tricolor sofreu em casa neste ano foi para o Guarani, no dia 10 de junho, pela sexta rodada do Brasileiro. Ao todo, são 16 vitórias, seis empates e uma derrota.
“Os números são um reflexo. Nosso torcedor abraçou o projeto de uma maneira comovente. Implantamos um projeto de transparência e isso fez com que o torcedor comprasse nossa ideia. Não temos o que dizer deles”, elogiou o presidente.
CAMPANHAS E NÚMEROS
O ano começou com o Paraná terminando a primeira fase do Campeonato Paranaense na liderança isolada. A campanha foi praticamente perfeita: nove vitórias, um empate e uma derrota, além de 23 gols marcados e cinco sofridos. Nas quartas de final, porém, veio a eliminação para o Atlético-PR – derrota por 1 a 0, fora de casa, no jogo de ida, e empate sem gols na volta.
Na Copa do Brasil, o Paraná passou por São Bento (1ª fase), Bahia (2ª fase), ASA (3ª fase) e Vitória (4ª fase) até ser eliminado nas oitavas de final para o Atlético-MG. Em Curitiba, no jogo de ida, o Tricolor venceu por 3 a 2, mas acabou perdendo em Belo Horizonte por 2 a 0.
O Galo também foi o responsável pela eliminação tricolor na Primeira Liga. Vice-líder do Grupo D, que tinha ainda Londrina, Figueirense e Avaí, o Paraná enfrentou o Flamengo nas quartas de final e se classificou nos pênaltis após empate por 1 a 1, em pleno Rio de Janeiro. Na semifinal, porém, derrota de 1 a 0 para o Atlético-MG.
Dono da melhor campanha do segundo turno da Série B – seis vitórias e um empate -, o Paraná caminha a passos largos rumo ao acesso. Atrás apenas de Internacional e América-MG, o Tricolor figura na terceira colocação, com 13 vitórias, sete empates e seis derrotas, além de ter o melhor ataque ao lado de Internacional e Londrina – 39 gols – e a terceira melhor defesa – 19 gols.
Ao todo, o Paraná entrou em campo 47 vezes nesta temporada, acumulando 23 vitórias, 14 empates e dez derrotas, o que dá um aproveitamento de 58,86%.
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