Ponte Preta: Uma coisa é narrativa; outra coisa é fato real
Chances no plural? quais as chances que a Ponte teve contra o Vasco?
Não dá para engolir a fala de Gilson Kleina de que 'tivemos chances reais'
Ponte Preta vista de formas diferentes. Observando a entrevista do treinador Gilson Kleina, da Ponte Preta, após a derrota para o Vasco por 2 a 0, convenhamos que não dá pra engolir a fala dele de que ‘tivemos algumas chances reais. E temos que ‘matar’ o jogo quando tivermos chances reais”.
Evidente que Kleina tenta vender o peixinho dele, mas ouvir quem esteja em consonância com a fala dele é de doer. Ou desaprendi a enxergar futebol?
Chances, no plural? Quais as chances?
Sim, aquela bola lançada para o volante Marcos Júnior, nas costas do zagueiro Leandro Castán do Vasco, claro que foi uma tremenda chance, no singular.
Agora, como cobrar de um volante, sem característica de definidor de jogadas, empurrar a bola pra rede?
VANDERLEI
Cá pra nós: sinalizar como chances chutes fortes, de fora da área, como ocorreram com Moisés, André Luiz e Locatelli é querer provocar discussão interminável.
A rigor, bola em que o goleiro Vanderlei poderia defender, acabou rebatendo, exceto a primeira de Moisés, no canto direito.
Naqueles chutes do meio da rua, se a bola entra diriam que o goleiro teria falhado, como disseram quando Val, do Coritiba, acertou chute de distância equivalente, e o goleiro Ivan aceitou?
Lembram-se de como Ivan foi criticado?
É admissível goleiro sofrer gol de longa distância de quem pega muito forte na bola, mas…
Essa reconhecida melhora do futebol da Ponte Preta só tem validade se comparada a ela mesmo, e sobre isso tenho discorrido há cerca de quatro rodadas.
SAÍDA VALORIZADA
Se há um mérito que deve ser atribuído ao treinador Gilson Kleina é que conseguiu amenizar aquele vício de chutões dos defensores, para qualificação na saída de bola da defesa, de pé em pé, até a intermediária adversária, com significativa redução de erros de passes.
Isso leva desavisados à interpretação de que o time teria engrenado, que adquiriu outra postura de ataque, além de incursões de Moisés.
Então, eis o convite à sua reflexão: quantas oportunidades reais de gols, já dentro da área adversária, a Ponte Preta criou?
Aí você puxa à memória e vai lembrar o lance de Marcos Júnior.
Ok, passou disso, pode repelir a narrativa de Kleina de oportunidades – no plural.
Seja como for, o que se depreende deste pequeno acréscimo de rendimento do time pontepretano é que muito provavelmente seja suficiente para ganhar jogos de equipes do pelotão de baixo e com possibilidade maior de perder daqueles adversários que aspiram sempre o G4.
Como o ‘planejamento da Ponte foi de quem ‘semeou vento’, a fuga do risco de não colher tempestade já estará de bom tamanho.