Ponte Preta mostra ainda muitos erros e futuro dá medo
Gilson Kleina vai conseguir por a Macaca nos trilhos? Uma reflexão para os pontepretanos.
Remo, de Felipe Conceição, surpreendeu a Ponte Preta no Majestoso
É preciso que recuemos na partida anterior da Ponte Preta, quando arrancou empate por 1 a 1 do líder Náutico, em Recife, para que algumas coisas pontuadas na ocasião sirvam de referência para esta derrota diante do Remo por 2 a 1, em Campinas, na noite deste sábado.
Foi citado na ocasião que aquele Náutico contra a Ponte não contou com cinco titulares que ajudaram na construção de sua trajetória nesta Série B do Campeonato Brasileiro.
Ao ficar sem o goleiro Alex Alves, lateral-direito Hereda, zagueiro Wagner Leonardo e atacantes Érick e Kieza, além de influência direta na desarrumação do conjunto, houve perda de qualidade nominalmente.
Aprovação, sim, naquela ocasião, para a malha de marcação dos pontepretanos, e liberdade para que Moisés usasse o fôlego apenas no ataque.
Portanto, uma melhora de rendimento, mas ainda longe de crescimento substancial.
FELIPE CONCEIÇÃO
Quando a bola rolou na noite deste sábado no Estádio Moisés Lucarelli, viu-se um time comandado pelo treinador Felipe Conceição – caso do Remo – colocar em prática o mesmo conceito que aplicava no Guarani, durante os primeiros 15 minutos de jogo: marcação alta e futebol ofensivo em busca de abrir o placar.
De certo a sonolenta boleirada da Ponte imaginou um adversário retrancado em campo e foi castigada logo aos nove minutos, quando o Remo abriu vantagem no placar.
Volante André Luiz foi desarmado por Erick Flores, que serviu ao meia Felipe Gedoz, pronto para explorar a defesa pontepretana desarrumada: 1 a 0 para o Remo.
REMO RECUA
Aí os papéis se inverteram. Equipe visitante abaixou um pouco as linhas, sem que isso implicasse em oferecer espaço para que a Ponte Preta trabalhasse a bola no chão até as proximidades de sua grande área.
Sem criatividade, coube ao time pontepretano insistir em alçar bola à área do Remo, e a única não interceptada, em cruzamento de Felipe Albuquerque, o meia Fessin acertou cabeçada e a bola chocou no poste direito do goleiro Vinícius antes de sair, aos 37 minutos do primeiro tempo.
LOCATELLI
Provavelmente irritado com o erro de André Luiz, que havia resultado em placar adverso à Ponte Preta, o treinador Gilson Kleina optou por sacá-lo.
Isso conscientemente ou não de que não haveria ganho à equipe com a entrada de Locatelli, aos 15 minutos do segundo tempo.
Pois um passe errado de Locatelli implicou no atacante Richard ter pedido a dividida para Wallace, e novamente Gedoz arrancou com a bola, driblou o goleiro Ivan e ampliou a vantagem do Remo para 2 a 0, aos 21 minutos.
GILSON KLEINA
Aí bateu o desespero no treinador Gilson Kleina, da Ponte Preta, que imaginou o inimaginável: seu time com três zagueiros naquela altura dos acontecimentos.
Pois ele sacou Richard, figura decorativa, para colocar o zagueiro Ruan Renato no lugar dele.
Calma. Tem a explicação do treinador que sequer convence leigos no futebol: “Estratégia era dar liberdade para os laterais avançarem”.
Ora, como esperar que o tímido lateral-esquerdo Jean Carlos passaria a ser construtor de jogadas?
E adiantaria com Rafael Santos, que entrou no lugar de Jean Carlos?
PÊNALTI
E quem argumentar que avanços de Felipe Albuquerque, que retornou à lateral-direita, foram bem-sucedidos, porque sofreu o pênalti do gol de honra convertido pelo volante Dawhan, aos 36 minutos, cabe esclarecer que foi uma falta infantil, dentro da área, cometida pelo lateral-esquerdo Igor Fernandes, do Remo.
Acreditem: afora esse lance, nenhuma real oportunidade criada pelo time pontepretano, visto que acertou a arbitragem ao anular gol do atacante João Veras em flagrante impedimento.
Todavia, o juiz José Ricardo Vasconcelos Laranjeiras errou ao anular aquele que seria o terceiro gol do Remo, através de Marcos Júnior, que cabeceou em posição legal, após bola rebatida pelo goleiro Ivan.
E se argumentarem impedimento do atleta do Remo (não identifiquei quem era) que cabeceou para defesa de Ivan, após cruzamento do lateral-direito Thiago Ennes, negativo. A posição era legal.
Todas as mexidas feitas por Kleina foram infrutíferas. Nenhuma jogada de Renatinho, substituto de Camilo, assim como não houve ganho com João Veras no lugar de Fessin.
O QUE FAZER?
A incômoda penúltima posição com nove pontos ganhos, decorrido quase um terço desta Série B do Brasileiro, deixa o torcedor pontepretano apreensivo com a capacidade do time reagir, projetando-se manutenção da comissão técnica.
Diante da inconteste limitação do elenco, teria Gilson Kleina capacidade de provocar reviravolta na situação, ou a chegada de outro profissional possibilitaria extrair mais daquilo visto até o momento pela equipe?
Esse é um assunto para reflexão da coletividade pontepretana.