Ponte Preta estava com a faca e queijo nas mãos, mas não soube saboreá-lo

O time jogou na lata do lixo uma vitória que se desenhava como maiúscula, e permitiu a reação do Sport, em jogo que terminou empatado por 3 a 3

A filosofia de jogo adotada por João Brigatti foi correta, ao optar por rigoroso esquema defensivo e velocidade nos contra-ataques.

Brasileirão Série B
Ponte Preta foi valente em Recife. Fotos: Rafael Bandeira (Sport)


BLOG DO ARI

Campinas, SP, 9 (AFI) – De fato, o mar não está para peixe à Ponte Preta. Nunca foi tão fácil voar nesta Série B do Campeonato Brasileiro, como na noite desta segunda-feira, em Recife, mas o time jogou na lata do lixo uma vitória que se desenhava como maiúscula, e permitiu a reação do Sport, em jogo que terminou empatado por 3 a 3.

A filosofia de jogo adotada pelo treinador João Brigatti foi correta, ao optar por rigoroso esquema defensivo e velocidade nos contra-ataques.

E não é que o time pontepretano não permitia penetração ofensiva do adversário, e se valeu de três contra-ataques para chegar ao surpreendente 3 a 0 até os 38 minutos do primeiro tempo!

Inicialmente puxado pelo centroavante Jeh, aos 25 minutos, quando penetrou pela meia esquerda, se livrou da marcação do zagueiro Rafael Thyere e, na finalização rasteira, contou com falha do goleiro Dênis para inaugurar o placar à Ponte Preta.

Quatro minutos depois, igualmente pelo lado esquerdo do ataque, só que com Mailton, em lance bem semelhante ao anterior, saiu o segundo gol pontepretano.

PÊNALTI

O que parecia inacreditável ao torcedor pontepretano ficou com cara de vitória sacramentada quando aos 38 minutos foi convertido o terceiro gol, através de cobrança de pênalti por Mailton, no canto direito do goleiro Dênis.

Ao ser lançado em velocidade pelo lado direito, Mailton serviu o volante Léo Naldi, que se aproximava para receber o passe, e, no arremate à meta adversária, a bola tocou no braço aberto de Thyere, em pênalti claro.

LOVE

Até então, o Sport só rondava a bola no ataque de um lado ao outro do gramado, porém sem capacidade de penetração na fechada marcação pontepretana, tanto que abusava dos chuveirinhos.

Aí, aos 50 minutos, prevaleceu a característica do real centroavante, como Vagner Love, que, em bola chutada ao gol pontepretano, teve a percepção para desviá-la em toque sutil, o suficiente para deslocar o goleiro Caíque França: 3 a 1 para a Ponte Preta.

MAIS VOLUME

O gol deu ânimo ao Sport para colocar em prática mais intensidade nas jogadas ofensivas no segundo tempo, e assim apertar o time pontepretano, como a bicicleta de Diogo Souza logo aos dois minutos, porém onde estava colocado Caíque França, que praticou a defesa.

Aos oito minutos foi a vez de Alan Ruiz exigir defesa de Caíque França, em chute rasteiro.

Como o Sport usa bastante os lados do campo, o treinador Brigatti, da Ponte Preta, imaginou que precisaria repor o gás dos atacantes de beiradas, para ajudar na recomposição, mas aí, as peças a sua disposição não ajudaram.

A entrada de Paul Villero, para usar o lado esquerdo ofensivo da Ponte, além de nada acrescentar, ainda implicou na falta de recomposição que era feita por Eliel, que usava aquele corredor, até ser remanejado à função então atribuída a Jeh.

Tão infrutífera quanto a entrada de Villero foi a do atacante de beirada Tales, pelo lado direito.

DEFENSORES DA PONTE

Assim, prevalecendo maior volume ofensivo do Sport, defensores da Ponte Preta se encarregaram de falhar, a exemplo do que ocorreu na maioria dos jogos.

Aos 21 minutos, o lateral-esquerdo Artur cometeu pênalti totalmente desnecessário sobre Fabrício Daniel, que converteu e diminuiu a vantagem pontepretana.

O você acha que Thiago Oliveira, zagueiro da Ponte Preta, não fosse cometer falha grotesca?

Pois ao acertar a ‘orelha’ da bola, na tentativa de interceptar cruzamento, propiciou que ela sobrasse para Jorginho, que marcou o gol de empate do Sport em 3 a 3, aos 34 minutos.

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Vagner Love marcou um gol sem querer. Foto: Rafael Bandeira – Sport

PONTEPRETANO REZOU

A partir daí, já desacreditando da capacidade de sua equipe sustentar o empate, o pontepretano passou a rezar e torcer para o tempo passar rapidinho.

E não é que uma falha de Fabinho, do Sport, que ocupava a lateral-direita, possibilitou que Villero tivesse a chance inimaginável do pontepretano para que o seu time marcasse o quarto gol, quando ficou cara a cara com o goleiro Dênis.

Mas ele desperdiçou. Chutou a bola para fora, aos 42 minutos.

Pois Edinho, do time pernambucano, copiou o péssimo exemplo de Villero e perdeu gol certo, ao praticamente recuar a bola ao goleiro Caíque França, dois minutos depois.

Foi um final de história sem a vitória que fechou a ser comemorada pelo pontepretano.

Provavelmente, se Brigatti recorresse à entrada do volante Ramon, para que fosse coadjuvante do instável marcador Artur, em vez de arriscar com Villero, a reação do Sport poderia ser dificultada.

Apesar dos pesares, fica o exemplo da Ponte Preta ter transportado para campo muita garra, bem ao estilo cobrado por seu treinador.

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