São Paulo, SP, 06 (AFI) – Ponte Preta e Novo Hamburgo têm, tomadas suas devidas proporções, duas missões muito complicadas neste domingo, que podem inclusive redefinir seus futuros. Isso porque os dois clubes representam a alcunha de “maior vice” do Brasil. Primeiro vamos aos fatos, deixando claro o critério: são contabilizados aqui apenas os times que nunca foram campeões estaduais, deixando de lado o Flamengo, por exemplo, que caiu 31 vezes como segundo lugar no Campeonato Carioca, mas por outro lado já levantou a taça em 33 oportunidades.

Outro preceito importante é que foram levados em conta apenas os estaduais. A Ponte, por exemplo, chegou na final da Copa Sul-Americana em 2013 e caiu para o Lanús, o que lhe daria mais um vice-campeonato na história. Porém, para não comprometer as contas entre dois clubes centenários – o Novo Hamburgo tem 106 anos e a Ponte 117 – foi necessário restringir a pesquisa. Dado esse preâmbulo, vamos aos números que comprovam os fatos levantados pelo Futebol Interior.

Por enquanto a Ponte Preta está empatada na liderança com o Blumenau, de Santa Catarina, cada um com seis medalhas de prata na sala de troféus. O time do interior catarinense briga por um acesso na segunda divisão do estado e recentemente passou por problemas políticos, que atrapalharam os jogadores dentro de campo. Do outro lado, o Novo Hamburgo tem cinco vices e este final de semana disputa a final do Campeonato Gaúcho com o Internacional.

PONTE PRETA

Em 117 anos de histórias, a Ponte colecionou grandes momentos, mas sempre sonhou com a primeira conquista “de expressão”, como a torcida costuma dizer. A Macaca já levantou taça, claro. Foi pentacampeã da Taça do Interior e conquistou a Série A2 do estado em 1969. Mas, na primeira divisão, coleciona seis vices: em 1929, 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008.

Só que a Ponte pode se isolar na liderança dessa conta. Neste domingo, o time vai até a Arena Itaquera para enfrentar o Corinthians na final do Campeonato Paulista deste ano. Como perdeu o primeiro jogo por 3 a 0 em casa, o time de Campinas precisa praticamente de um milagre para levantar o primeiro caneco. Caso não consiga reverter a vantagem, chega aos sétimo vice-campeonato estadual da sua história, feito inédito no Brasil até aqui.

Muita gente não sabe, mas o primeiro segundo lugar da Macaca no Campeonato Paulista aconteceu em 1929, quando o esporte ainda era regulamentado pela Liga dos Amadores de Futebol (LAF), precursora da atual Federação Paulista de Futebol (FPF). A Liga nasceu de uma cisão da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), numa época em que o futebol ganhava força numa velocidade assustadora dentro da sociedade.

NOVO HAMBURGO

O anilado é um dos times mais tradicionais do interior gaúcho e já disputou o Campeonato Brasileiro em nove oportunidades. Na história, também conquistou apenas títulos de “pequena expressão”, como a Copa FGF – torneio organizado pela Federação para manter os times trabalhando no segundo semestre – e o Troféu do Interior em sete oportunidades. Mas a missão do Novo Hamburgo é muito mais palpável neste domingo.

Depois de empatar por 2 a 2 em pleno Beira-Rio, o time de Beto Campos precisa de uma vitória simples dentro do estádio Centenário, em Caxias do Sul, para levantar a taça de campeão gaúcho pela primeira vez. Caso o Internacional consiga prevalecer fora de casa, o “sapato”, apelido do clube anilado, alcança seu sexto vice-campeonato estadual e se mantém na cola da Ponte Preta – as outras medalhas de prata foram em 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952.