Ponte fez apenas o jogo que poderia fazer; derrota inevitável
Palmeiras se impõe e vence por 2 a 0 no Pacaembu
Ponte fez apenas o jogo que poderia fazer; derrota inevitável
Quem rever o jogo Ponte Preta e Palmeiras mais umas dez vezes de certo vai mudar o conceito de raça ou time guerreiro no futebol. Quem ganha jogo na maioria das vezes é time com jogadores qualificados. E se o Palmeiras tem isso de sobra, o quesito falta à Ponte. Logo, derrota natural por 2 a 0 na noite desta quinta-feira no Estádio do Pacaembu.
Se é que cabe alguma crítica ao treinador pontepretano Eduardo Baptista, ela se restringe à teimosia ao escalar o zagueiro Rodrigo e atacante Claudinho, embora reconheça-se as escassas opções para escolha.
Que Rodrigo falharia em pelo menos um lance agudo, isso era bola cantada. Todavia exagerou ao falhar nos lances dos dois gols.
Que Claudinho não acrescentaria absolutamente nada, pode-se dizer que isso estava perfeitamente dentro do script. Então, faltou ao treinador apenas discernimento nesses dois aspectos. Afora isso, fez aquilo que era possível fazer e seu time correu em campo. Isso é coisa inegável.
QUATRO VOLANTES
Raciocinou corretamente Eduardo Baptista quando adiantou o quarteto defensivo, de forma que não ficasse amassado em cima do goleiro Aranha.
Linha de quatro volantes sim, porque Danilo Barcelos jamais pode ser rotulado de armador ou atacante. Por vezes foi um segundo lateral marcando.
Taticamente a Ponte ficou bem compactada entre primeira e segunda linha defensiva, de forma a fazer o Palmeiras rodar a bola em busca de brecha para a finalização.
Entretanto, quando o Palmeiras ainda estava se distribuindo no gramado, a Ponte deu duas ‘estocadas’ e obrigou saídas oportunas da meta do goleiro Prass.
Primeiro quando o volante Naldo apareceu de surpresa na cara do gol, mas faltou intimidade com a bola para definir a jogada. Depois, quando o juizão marcou impedimento inexistente de Claudinho. Apesar disso, se o lance fosse validado ele perderia o gol, pois chutou a bola no corpo do goleiro palmeirense.
ARANHA SALVA
Quando um time tem mais capacidade de trabalhar a bola no campo ofensivo – como fazia o Palmeiras -, a redobrada vigilância pontepretana era coisa relativa. A limitação do time sempre implica na probabilidade de falha, como ficou novamente constatado.
Se o goleiro Aranha já havia se esticado para praticar defesa difícil em cabeçada e posteriormente arremate de Moisés, no rebote deste segundo lance o Palmeiras abriu o placar através do atacante Keno.
A rigor, essa jogada aos 27 minutos começou com desatenção do zagueiro Marllon após cobrança de lateral, e culminou com erro crasso de Rodrigo ao perder a dividida para Keno.
SARAIVA E JADSON
Se inicialmente a proposta da Ponte era explorar jogadas ofensivas de velocidade pelos lados do campo com Claudinho e Lucca, após o intervalo a equipe mudou configuração quando o volante Jean Patrick foi sacado para entrada do atacante Saraiva.
Ora, de que adiantaria mais um atacante se não havia um jogador sequer capaz de trabalhar a bola para que o rapaz da base pontepretana pudesse ser acionado?
Além de não preencher os espaços ofensivos, a Ponte desguarneceu o meio de campo, visto que Élton havia deixado o lugar para Jadson, volante de características de menor pegada.
Logo, o que se viu foi o Palmeiras ganhar a maioria dos rebotes, trabalhar a bola de forma envolvente, de forma que o segundo gol estivesse maduro.
Paradoxalmente ele saiu de falha do miolo de zaga pontepretano, aliado à persistência do colombiano Bojas na disputa da jogada. Após ganhá-la, ele cabeceou para as redes aos 27 minutos do segundo tempo.
RENATO CAJÁ
Com a vitória consolidada, o Palmeiras diminuiu o ritmo de jogo, no momento em que o meia pontepretano Renato Cajá, já em campo, alongou algumas bolas. Ficou claro, todavia, que está fora de ritmo para participação mais ativa nas jogadas.
Portanto, com as claras limitações do elenco pontepretano – mal montado pelo gerente de futebol Gustavo Bueno – tem-se que aceitar sem contestação essa derrota para um time melhor.
Jogo chave para a Ponte será no próximo domingo em Campinas contra o Avaí, time que até mostrou desajustes na defesa no empate contra o Botafogo, mas é bem compactado e tem velocidade na transição.
Sobre as características desse Avaí vou dissertar em postagem futura, após acompanhá-lo na partida de quarta-feira.