Pesquisa inédita do Grupo SBF mostra perfil da Geração Z
Pesquisa do Grupo SBF mostra que 64% da Gen-Z quer futebol ligado às questões sociais e mais da metade busca transmissão gratuita.
Pesquisa investiga hábitos e perspectivas dessa geração que tornam conexão com a modalidade menos passional, contudo mais interativa e com busca por novas experiências
São paulo, SP, 10 (AFI) – A Gen-Z tem um novo jeito de gritar gol no futebol. É o que revela pesquisa encomendada pelo Grupo SBF, realizada pelo Grupo Consumoteca. O estudo Futebol e Geração Z: qual o match? investigou hábitos e a forma desses jovens se relacionarem com a modalidade, sobretudo comparado às gerações anteriores.
E, para revelar os dados desta pesquisa, o Grupo SBF realizou na manhã desta quinta-feira, em sua sede, um evento que reuniu jornalistas, influenciadores e convidados e também contou com o painel Futebol, Negócios e Gen-Z, mediado pela VP de Produtos e MKT do Grupo, Paula Nader, além da participação no debate de Michel Alcoforado, fundador do Grupo Consumoteca, Gustavo Milo, diretor de marketing da Centauro, Gustavo Viana, diretor de marketing da Fisia, Rubia Pria, head de marca da Puma, Rafael Grostein, General Manager da NWB e Eduardo Tega, CEO da OneFan.
SOCIAL E GRATUITO
Pesquisa mostra que 64% da Gen-Z quer futebol ligado às questões sociais e mais da metade busca transmissão gratuita.
Nascidos entre 1995 e 2010, 76% dos ‘Zs’ ouvidos pela pesquisa torcem para um time e 42% acreditam que o sucesso da seleção brasileira na Copa do Mundo é o motivo do Brasil ser considerado o país do futebol.
Contudo, esses jovens pouco vivenciaram a fase mais célebre da Seleção Brasileira e, assim, construíram sua própria forma de expressão e conexão com o futebol, por meio de novas lentes.
FUTEBOL PARA TODOS
Entre os apontamentos, a pesquisa mostra que esses jovens têm mais interesse pelo futebol quando a modalidade endereça questões da sociedade contemporânea, deixando claro que para eles o futebol deve ser para todos.
Nesse mesmo sentido, outra informação que chama a atenção é de que a geração Z busca meios para assistir as partidas de forma gratuita, demonstrando que o futebol não é uma necessidade, mas sim uma escolha e, por isso, precisa ser acessível. Dados como esses revelam uma geração menos passional (definitiva) e mais pragmática (contextual) em relação ao futebol.
Ao mesmo tempo, o estudo deixa claro que a modalidade ganhou mais espaço na vida desses jovens: 56% da geração Z acredita que uma partida de futebol vai além de ser “apenas um jogo”.
O futebol é visto e consumido como conteúdo e entretenimento, muito além do esporte em si, o que amplifica as possibilidades de interação nos diversos pontos de contato do mundo digital. Isso se traduz na seguinte conclusão: os Gen-Z estão em busca de uma nova jornada de experiência com o futebol.
FUTEBOL NO CONTEXTO SOCIAL
Dados da pesquisa mostram que para a Geração Z o futebol não pode estar desconectado de temas caros à sociedade. 64% dos entrevistados acreditam que o futebol deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas à homofobia, racismo e machismo, enquanto 63% defendem que os jogadores não deveriam esconder sua essência por questões de preconceito.
O engajamento nesse sentido é tão significativo que 27% afirmam que deixariam de torcer para seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalo político. Entre os Millennials (atualmente entre 26 e 40 anos), esse número é de 17% e na geração X (entre 42 e 57 anos), é de 20%.
FUTEBOL DAS MINAS
A relevância de pautas sociais como aspecto de conexão da modalidade com a Gen-Z é também comprovada quando o tema é futebol feminino, que vem ganhando cada vez mais força e visibilidade.
Com um olhar mais voltado para a equidade de gênero, 72% dos entrevistados dizem que ver mulheres em campo, em um ambiente ainda retratado como masculino, tem um grande significado de luta política e representatividade.
Nesse contexto, 32% dos entrevistados torcem para algum time feminino; 48% são neutros na hora de escolher o melhor time, masculino ou feminino, em termos de técnica; e 55% veem a Seleção Brasileira Feminina ainda subestimada em relação à masculina. Contudo, o cenário ainda é sobre “elas por elas”.
As meninas Z’s apoiam mais o futebol feminino do que os meninos: 67% delas afirmam que deveria se investir mais nos times femininos, enquanto 57% deles afirmaram o mesmo; 35% das meninas discordam preferir assistir ao futebol masculino – 22% no casos dos meninos; 21% delas acompanham o brasileirão feminino e 27% torcem para uma jogadora específica – contra 7% respectivamente para os meninos, em ambos os tópicos.
FUTEBOL COMO ACESSO E CUSTOMIZÁVEL
Para os Z’s, futebol deve ser para todos – da prática ao consumo. Ou seja, deve ser acessível. Nascidos com a tecnologia já como uma realidade, dados apontam que 51% dos entrevistados buscam assistir aos jogos online de forma gratuita e que 59% raramente assistem às partidas em streamings pagos.
Somado a isso, 62% afirmam que raramente vão aos estádios (contra 29% dos Milennials e 44% da Gen-X), sendo que 32% não frequenta devido ao valor dos ingressos. Para pagar, 50% dos que torcem para um time de futebol desejam mais entretenimento nas experiências nos estádios.
Nesse caminho, 58% dos Z´s acreditam que ter diferentes canais para acesso ao futebol ajuda a popularizar o esporte.
FUTEBOL COMO INTERAÇÃO E IMERSÃO
A geração Z não separa o on do off-line e cada vez mais exige maior interação entre esses universos. No futebol, isso se reflete da seguinte forma: a Gen Z não quer uma relação passiva e, sim, deseja se sentir protagonista.
A gamificação do esporte por meio dos e-sports e o mundo das apostas, por exemplo, traz os jovens para dentro do campo. E essa forma de interagir com o futebol já é parte da cultura para 47% dos Z´s. Gamificar o esporte é torná-lo mais atrativo, acessível e próximo da geração que nasceu e cresceu no ambiente digital.
Destaque para 46% dos entrevistados que praticam algum tipo de jogo virtual e 85% que afirmam que costumam gastar dinheiro em apostas envolvendo futebol.
O fato da geração Z ter nascido em um mundo digitalizado também reflete as novas formas de conexão. Para essa parcela da população, o esporte vai muito além do campo e é acompanhado em multitelas. A geração Z não assiste conteúdos sem, ao mesmo tempo, comentar, interagir e se informar de detalhes em outras plataformas: 73% acompanham as partidas interagindo no WhatsApp.
No pós-jogo, 54% acompanha a resenha nos perfis de jogadores e 48% gosta de ver conteúdos de humor em perfis sobre futebol, além de 38% buscar mais sobre os bastidores extracampo nas redes sociais dos atletas.
FUTEBOL AINDA É ASSUNTO DE FAMÍLIA
A família ainda é o ambiente onde a paixão e o vínculo com o futebol se desenvolvem. Na pesquisa, 41% afirmaram acreditar que a família ainda fortalece o Brasil como o país do futebol, dado relevante comparado aos Millenials (27%) e geração X (32%).
E mais do que isso: 75% dizem assistir futebol ao lado do pai e 64% com a mãe, além de metade dos entrevistados escolher o time de coração de acordo com a tradição familiar, revelando que o esporte ainda exerce um papel muito importante na conexão e é uma linguagem comum entre gerações.
GRUPO SBF, FUTEBOL E A GEN-Z
Realizar a pesquisa Futebol e Geração Z: qual o match?, gerando conteúdo proprietário para o mercado, é mais um passo do Grupo SBF no objetivo de ser o principal ecossistema esportivo do país. No paralelo, é também uma nova investida para estar cada vez mais conectado às novas demandas da Geração Z, a qual já tem sido alvo de diversas iniciativas das unidades de negócio do grupo.
“Com o estudo, entendemos que o comportamento da Gen Z carrega um sentimento de menos ‘preciso’ do futebol e mais ‘escolho’ o futebol. Uma mudança significativa em relação às gerações anteriores, mas repleta de oportunidades de novas conexões, uma vez que estamos falando de uma relação mais aberta e mais contínua, com múltiplas perspectivas e possibilidades de consumo”, comenta Paula Nader, VP de produtos e marketing do Grupo SBF, destacando que, diante desse território pragmático, as marcas precisam se fazer presente de forma constante em toda a jornada desses jovens, com estímulos completos – inclusive nos micro-momentos, e não apenas nos momentos únicos, como grandes competições ou partidas decisivas.
Nesse sentido, no âmbito do futebol, a Centauro é, por exemplo, patrocinadora e parceira de mídia do Paulistão Feminino, num acordo inicial até 2024. A rede de artigos esportivos também lançou recentemente a plataforma ‘Escondidas Nunca Mais’, que inclui ações para valorizar e dar mais visibilidade à modalidade, além da variedade de vestuário e calçados que atendem diversos públicos.
Já os canais NWB contribuem na democratização da conversa sobre futebol, levando conteúdo gratuito e acessível a milhões de pessoas. Com Fisia, o apoio à modalidade vem desde o patrocínio da Nike as Seleções Masculina e Feminina, além do patrocínio a clubes tradicionais, como o Corinthians, enquanto a OneFan, por meio de aplicativos dos clubes e interações, também aproxima os mais jovens, acostumados aos ‘afters’ e às multitelas, e que procuram por conteúdos digitais pré, durante e pós-jogo.
METODOLOGIA
Para compreender as novas formas de expressão da geração Z em relação ao futebol, a pesquisa quantitativa ‘Futebol e Geração Z: qual o match?’ entrevistou, no período entre 12 e 18 de agosto, 1.500 pessoas acima de 16 anos, por meio de plataforma on-line, sendo 67% da geração Z; 17% de Millenials; e 17% da geração X.
A pesquisa teve participação de homens e mulheres das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil.