Paulista Feminino: Gestor e pai, Caio Couto explica receita de bom momento no Santos
Graças a esse bom relacionamento, o treinador mantém um "clima leve" no vestiário e vem colhendo frutos dentro das quatro linhas
Graças a esse bom relacionamento, o treinador mantém um "clima leve" no vestiário e vem colhendo frutos dentro das quatro linhas
![Paulista Feminino: Gestor e pai, Caio Couto explica receita de bom momento no Santos 1 0002050275512 img](https://images.futebolinterior.com.br/2021/04/0002050275512_img.png)
Santos, SP, 27 – À frente do comando técnico do Santos desde 2015, quando o clube decidiu remontar o departamento feminino – inativo por quatro anos –, Caio Couto procurou manter a mesma base de jogadoras, e criou um estreito laço afetivo com elas. Graças a esse bom relacionamento, o treinador mantém um “clima leve” no vestiário e vem colhendo frutos dentro das quatro linhas, como o título do Brasileirão e o vice-campeonato do Campeonato Paulista Feminino, em 2017.
“Mais do que um bom estrategista, o treinador do futebol feminino precisa ser um gestor de pessoas. Isso é fundamental. O preponderante é você conseguir um bom ambiente de trabalho, um clima leve. Esse é o ponto número um para o trabalho, em seguida, vem todos os atributos de um treinador”, disse.
![Caio Couto assumiu o comando técnico do Santos em 2015 Caio Couto assumiu o comando técnico do Santos em 2015](https://images.futebolinterior.com.br/2021/04/0002050275512_img-1024x516.png)
“Eu consegui me perceber como um líder em um grupo de mulheres. Elas vieram de realidades diferentes, estados (brasileiros) diferentes, e chegam no time para conviver quase 24h por dia. O grupo se torna uma família. Então, ao estar acima disso tudo, lado a lado com elas, você acaba assumindo um papel de pai, tentando atender todas as filhas da melhor maneira possível”, acrescentou.
NÚMEROS
Caio tem um aproveitamento de 78% em três temporadas. Dos 246 pontos que disputou, nos Campeonatos Paulista, Brasileiro e na Copa do Brasil, o comandante conquistou 179 deles. Neste ano, isoladamente, os números são ainda melhores. Em 44 partidas, que representavam 132 pontos, o time venceu 35, empatou quatro, e perdeu apenas cinco, somando 109 pontos – um aproveitamento de 82,5%.
“Tivemos um aproveitamento absurdo. Mesmo ficando em segundo no Paulista, fomos campeões do Campeonato Brasileiro, e só perdemos o estadual por detalhes. Esse ano foi muito produtivo, e só mostrou que a equipe do Santos terá pela frente um 2018 ainda melhor”, projetou.
GUERREIRAS
Apesar de observar um considerável crescimento no futebol feminino, Caio relembrou algumas histórias de superação de jogadoras do seu elenco. Desde a origem pobre de muitas atletas, até a luta contra o preconceito, o técnico ressaltou a persistência de todas na profissão.
“Ainda existe uma falta de massificação da modalidade, apesar do que tentamos construir no dia a dia. As meninas que trabalham comigo, em sua maioria, tiveram caminhadas muito difíceis, muitos obstáculos, mas nunca desistiram do sonho. Só conseguem chegar no topo aquelas que têm alguma coisa diferente, então eu me orgulho muito do meu grupo. Elas são guerreiras”, contou.
Livia Camillo, Especial para a FPF