Paulista A2: Lusas sob comando de técnicos brasileiros

Os dois clubes de origem lusitana não entraram na moda de contratar técnicos portugueses

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Jogo do Paulistão Série A2 reúne Portuguesa e Portuguesa Santista.(Divulgação / Portuguesa)

São Paulo, SP, 18 – O futebol paulista tem suas peculiaridades, sua história e sua tradição. E seria natural que neste momento, em que a moda pede técnicos portugueses na beira do gramado, os clubes de origem lusitana fossem orientados por treinadores vindos do outro lado do Oceano Atlântico. Mas não é o que acontece: neste sábado a Associação Portuguesa de Desportos e a Associação Atlética Portuguesa se enfrentam no Canindé comandadas por brasileiros em jogo da última rodada da primeira fase da Campeonato Paulista A2.

Os dois clubes são centenários, ambos têm bolinho de bacalhau e servem tremoços em suas lanchonetes e têm uma torcida que vem desde os tempos dos avós. Times de colônia: a Lusa santista desde 1917, a Lusa paulista desde 1920. Mas nem assim se curvaram aos modismos da temporada.

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Jogo do Paulistão Série A2 reúne Portuguesa e Portuguesa Santista. (Foto: Divulgação / Portuguesa)

BRASILEIROS NAS LUSAS

Os dois não são favoráveis à essa importação maciça de técnicos portugueses. Os dois foram jogadores de futebol. “Eu não vejo essa necessidade e acho também que o dirigente e a torcida não têm muita paciência com o treinador brasileiro. Eu acho interessante e até procuro aprender com o que vejo por exemplo no Palmeiras”, diz Cristiano Troisi.

“Olha, eu acho o intercâmbio interessante, mas não que seja tão necessário como está acontecendo”, reclama Sérgio Soares.

Sérgio Soares acha que a vinda dos portugueses teve o seu grande momento com Jorge Jesus, no Flamengo. “Mas veja bem: ele não trouxe nenhuma novidade. O que ele fez foi resgatar uma característica do futebol brasileiro que estava deixada de lado. Ele pôs em prática o jogo propositivo e bonito. Mostrou que ainda é possível jogar dessa maneira e ganhar.”

EX-JOGADORES DA LUSA DA CAPITAL

Ex-jogadores históricos da Portuguesa da capital, como Wilsinho e Badeco, concordam com a opinião de Sérgio Soares. “Eu acho que essa moda só desvaloriza o técnico brasileiro”, sentencia Badeco, que era o capitão da Portuguesa em 1973.

Wilsinho acha que essa é um moda passageira. “Fizeram tanto auê com o Jesus e ele quis ir embora do Flamengo. E agora ele está fora do Benfica. Eu até gosto do sistema de desenvolvimento dos técnicos lá em Portugal: começam na base e vão subindo degraus. Mas não vejo necessidade de o Brasil importar só por esse motivo. Eles não me encantam nem me empolgam, embora o técnico do Palmeiras seja trabalhador, dê chance para a molecada e apresente um time motivado em campo.”

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