Paulista A2: ‘Irmãos’, Vadão e Estevam colocam Guarani e Lusa nos trilhos
Amigos desde quando jogaram juntos no Bugre e com familiares em comum, os dois treinadores conseguiram boas arrancadas com seus times
Amigos desde quando jogaram juntos no Bugre e com familiares em comum, os dois treinadores conseguiram boas arrancadas com seus times
Campinas, SP, 03 – Amigos de longa data, os técnicos Estevam Soares e Vadão vão se reencontrar às 11 horas deste domingo, ambos vivendo um bom momento em suas respectivas equipes. No caso, Portuguesa e Guarani, duas forças tradicionais do Estado de São Paulo que tentam se recolocar como protagonistas do futebol brasileiro.
Os dois vêm de uma sequência de três vitórias seguidas na Série A2 do Campeonato Paulista e mostram filosofias de trabalho semelhantes. Como técnicos, eles valorizam bastante o aspecto psicológico e o lado humano dos atletas.
Estevam iniciou uma reação para salvar a Portuguesa do risco de rebaixamento e emplacou os triunfos após um início difícil, com duas derrotas e uma vitória. No total, são seis jogos: quatro vitórias e duas derrotas, campanha que tirou a Lusa do Z6 e a colocou na oitava colocação, com 22 pontos, abrindo seis pontos da degola
“A incerteza era grande e conseguimos nos recuperar. Para isso, precisamos de um tempo para levantar a moral, o emocional, na base da psicologia. Mas matematicamente não estamos livres, então paralelamente esse jogo passa a ser uma decisão, porque pode afastar o perigo e nos colocar na briga direta pela classificação”, disse Estevam.
O time rubro-verde está a quatro pontos do Guarani de Vadão, que entrou no G4 na rodada passada com uma goleada por 5 a 0 sobre o Sertãozinho, e reacendeu a esperança de acesso. O treinador assumiu o Bugre na semana passada, fez três jogos e conquistou três vitórias. O segredo da recuperação bugrina é parecido com a receita utilizada por Estevam na Lusa: o trabalho da motivação.
“É o mesmo grupo, só que com confiança. Essa é a grande diferença. Eu não sei como foi o trabalho do Ney (da Matta), mas o do Barbieri estava sendo muito bom. Não mexi nada no plano tático”, afirmou Vadão.
IRMÃOS
Neste final de semana, Estevam Soares e Vadão estarão em lados opostos dentro do gramado, mas foi justamente em campo que começaram uma amizade que dura até hoje, a ponto de se considerarem quase irmãos.
Os dois jogaram juntos no Guarani em 1974. Anos depois, em 1997 e 1998, Estevam foi auxiliar técnico de Vadão no mesmo clube. Eles trabalharam juntos também em 1995, na primeira passagem de Vadão pelo Bugre, quando Estevam trabalhava nas categorias de base. A amizade teve como elo a ligação de ambos com Brasil de Oliveira, consagrado cronista esportivo de Campinas que trabalhou na Rádio Central e na Rádio Educadora, falecido em 1996.
“O Vadão chegou no Guarani e a primeira pessoa que ele se aproximou foi de mim.É como se fosse meu irmão, temos uma situação de família, já que minha madrinha é meio parente da família dele. Independente da guerra esportiva, é um prazer rever ele. Temos um laço de amizade construído ao longo de anos, principalmente com nossa convivência em Campinas, onde andávamos com pessoas como o Brasil de Oliveira”, disse Estevam Soares ao Futebol Interior.
TÉCNICOS PSICÓLOGOS
Além de terem um ponto em comum dentro da família, os treinadores também compartilham de filosofias de trabalho parecidas. Nos discurso de ambos, muito se fala sobre confiança, motivação e a importância de trabalhar o lado psicológico dos atletas.
“É importante. Eu também tenho essa linha porque minha mulher é psicóloga freudiana. Até aqui na Portuguesa eu trouxe uma profissional de psicologia, a Melissa, e ela tem me ajudado muito. O Vadão também tem o João Serapião, que já ajudou muito ele, tanto na outra passagem no Guarani como na seleção”, comentou Estevam.
O último encontro entre os dois ‘irmãos’ aconteceu em 2012, ano em que o Guarani foi vice-campeão paulista sob o comando de Vadão. Na época, Estevam era técnico do XV de Piracicaba e foi derrotado por 2 a 0 pelo irmão bugrino, em jogo válido pela nona rodada do Paulistão.
Neste mesmo ano, uma vitória por 2 a 1 do Bugre sobre o Catanduvense ajudou o XV de Estevam a se livrar do rebaixamento para a Série A2. Ironicamente, quem foi rebaixada no lugar foi justamente a Portuguesa, atual time do então técnico quinzista.