Papai Noel ignorou o meu sapatinho na janela
Aproveito a véspera de Natal para contar uma crônica sobre o Papai Noel, o home de vermelho que leva esperança a milhões de crianças todos os anos
De certo centenas de milhares de pessoas repetiram o gesto e se zangaram com a falta do homem de vermelho. Justo vermelho!
Campinas, SP, 24 (AFI) – Mandaram-me colocar um sapatinho na janela até a antevéspera do Natal, na expectativa que o ‘barbudaço’ Papai Noel traria o presente.
E presente chique, avisaram-me.
Chique?
Nem tanto, mestre!
Desde que fosse um presente justo, representativo, me confortaria.
De certo centenas de milhares de pessoas repetiram o gesto e se zangaram com o homem de vermelho. Justo vermelho!
PROMESSA
Como se ainda estivesse na pré-escola – antigamente chamada de Jardim de Infância -, acreditei na promessa.
Falaram que naquele saco, supostamente pesado, o bom velhinho me presentearia, e que a regalia seria contemplada, por extensão, por incontáveis pessoas.
Contaram-me que o ‘bom velhinho’ é homem do bem, detesta tramoia, trapalhada e maus costumes.
Acreditei.
Pior é que Papai Noel, um ‘ser’ supostamente incisivo, deu uma tremenda enrolada. Enrolou tão bem que me fez lembrar aqueles mágicos que escolhem uma carta no molho, posteriormente a embaralha às demais, e por fim, com a perícia característica, a retiram do ‘bolo’ e jogam-na à mesa.
SEM SAPATINHO
Logo, restou-me como ensinamento que o sapatinho não deve continuar na janela, pois a insistência vai deixá-lo mofado.
O sapatinho deu tanto azar que, melhor mesmo, é encostá-lo num canto do quartinho no quintal, misturado às ferramentas. Ou então se desfazer dele.