Ouros inéditos em Tóquio ajudam o Brasil a bater metas traçadas pelo CPB

Brasil ficou em sétimo lugar no quadro de medalhas

Foram 22 medalhas douradas nesta edição dos jogos

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Yeltsin bateu o recorde mundial e garantiu a centésima medalha de ouro do Brasil nos Jogos. - Foto: Helano Stuckert

Campinas, SP, 6 – Com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes, o Brasil volta dos Jogos Paralímpicos de Tóquio cumprindo as expectativas do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de ficar no top 10 do quadro de medalhas. Na edição na qual os atletas nacionais bateram o recorde de vezes que subiram no lugar mais alto do pódio, o País terminou a sua 13.ª participação paralímpica na 7.ª colocação, a melhor ao lado da edição de Londres.

MUITOS OUROS

A marca mais expressiva obtida foi a de ouros conquistados. Em Tóquio, os atletas superaram a quantidade de títulos obtida nos Jogos de Londres, em 2012, quando o País conquistou 21 medalhas douradas. Em números totais, o Brasil subiu ao pódio 72 vezes, mesma quantidade alcançada na Paralimpíada do Rio. Contudo, com medalhas em 14 modalidades diferentes, incluindo a estreante taekwondo, os Jogos no Japão são a edição em que a delegação mais venceu por esportes diferentes – no Rio, foram 13.

Além de ficar entre os 10 melhores países ranqueados, o Brasil também atingiu as metas do CPB de ter mais de 38% de atletas mulheres na delegação, e contar com atletas jovens e atletas de classes baixas (com deficiências consideradas mais severas). Dos 234 atletas brasileiros com deficiência que estiveram em Tóquio, 95 eram mulheres (40% de toda a delegação), 68 eram atletas de classes baixas e 39 tinham menos de 23 anos.

Os objetivos alcançados foram comemorados pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado.

“O CPB celebra, além da maior campanha de todos os tempos, o atingimento de todas as metas, como de participação de mulheres, participação de atletas jovens, participação de atletas de classes baixas. Aprendemos muitas lições que vamos colocá-las em prática nos três anos que restam até a próxima edição dos Jogos Paralímpicos, em Paris 2024.”

INÉDITOS

A melhor participação da história brasileira em paralimpíada teve a contribuição de ouros inéditos ou que há o tempo o País não conquistava. Foram quatro em modalidades que o País nunca havia sido campeão paralímpico: halterofilismo, goalball, paracanoagem e taekwondo.

No Halterofilismo, Mariana D’ Andrea se tornou a primeira atleta a vencer um ouro para o Brasil na modalidade. O melhor resultado havia sido nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016, com a prata de Evânio Rodrigues.

Situação parecida com a paracanoagem. O sul-mato-grossense Fernando Rufino, de 36 anos, foi o primeiro campeão paralímpico brasileiro da história no esporte ao vencer a prova de 200m da classe VL2. Além de Rufino, o Brasil conseguiu duas pratas com Luís Carlos Cardoso, na prova dos 200m da categoria KL1, e Giovane de Paula, também nos 200m, pela categoria VL3. Em 2016, quando a modalidade estreou no programa paralímpico, o Brasil conquistou um bronze com o canoísta Caio Ribeiro.

Em esportes coletivos, o ouro inédito ficou por conta do goalball masculino. Depois de ótima campanha, que contou com duas vitórias sobre a Lituânia, campeã paralímpica em 2016, a equipe brasileira derrotou a China na final por 7 a 2.

Com Nathan Torquato, de 20 anos, o Brasil também se destacou vencendo o primeiro ouro da história do Tae Kwon Do em Jogos Paralímpicos. O esporte fez a sua estreia no programa em Tóquio. As três medalhas conquistadas pelos brasileiros (1 ouro, 1 prata e 1 bronze) em Tóquio colocou o País na liderança da modalidade no Japão. O resultado projeta um bom desempenho para os Jogos de Paris em 2024.

Também pelos tatames, Alana Maldonado conseguiu um ouro inédito para o Brasil. Lutando na categoria até 70kg, a paulista de Tupã se tornou a primeira brasileira a ser campeã paralímpica na modalidade, e a segunda a subir no lugar mais alto do pódio entre homens e mulheres. Até então, o único representante brasileiro a ser ouro em paralimpíadas era Antônio Tenório, tetracampeão paralímpico.

A nadadora Carol Santiago não foi a primeira campeã paralímpica da história do Brasil na natação, mas voltou a colocar as brasileiras no lugar mais alto do pódio pela modalidade depois de 17 anos. Dona de três ouros das cinco medalhas conquistadas, ela foi a maior medalhista brasileira em Tóquio. Com a ótima performance da nadadora, a natação brasileira teve o melhor desempenho do esporte em uma única edição dos jogos, voltando para casa com 23 medalhas (8 ouros, 5 pratas e 10 bronzes).

Ao todo, os brasileiros foram medalhistas de ouro em oito modalidades diferentes, a maior quantidade da história.

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