Olimpíadas: Brasil perde para Argentina e tem pior campanha no vôlei masculino desde Sydney

Foi a pior campanha do Brasil desde Sydney-2000, quando a equipe terminou na sexta colocação, justamente após ser eliminada pelos argentinos nas quartas de final

A derrota deste sábado foi uma reedição dos Jogos de Seul, em 1988, quando as duas seleções também se enfrentaram na disputa pelo bronze e a Argentina levou a melhor

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São Paulo, SP, 07 – A rotina de pódios da seleção brasileira masculina de vôlei nos Jogos Olímpicos foi interrompida neste sábado em Tóquio com um amargo quarto lugar após derrota para a Argentina por 3 sets a 2 (parciais de 25/23, 20/25, 20/25, 25/17 e 15/13). Foi a pior campanha do Brasil desde Sydney-2000, quando a equipe terminou na sexta colocação, justamente após ser eliminada pelos argentinos nas quartas de final.

DOEU

A derrota deste sábado foi uma reedição dos Jogos de Seul, em 1988, quando as duas seleções também se enfrentaram na disputa pelo bronze e a Argentina levou a melhor. Dois dados curiosos ligavam aquele jogo realizado há 33 anos e a partida deste sábado. Renan Dal Zotto, hoje técnico do Brasil, esteve em quadra como jogador em Seul quando foi derrotado por Hugo Conte, pai de Facundo Conte, que neste sábado foi um dos principais destaques da vitória argentina.

Antes do quarto lugar em Tóquio, o vôlei masculino brasileiro ostentava um desempenho espetacular nos Jogos Olímpicos. Sob o comando do técnico Bernardinho, o time foi campeão em Atenas-2004 e Rio-2016 e prata em Pequim-2008 e Londres-2012.

Um novo ciclo se iniciou a partir de 2017, quando Bernardinho deixou a seleção e em seu lugar assumiu Renan Dal Zotto. O time passou por mudanças, mas mesmo assim manteve-se competitivo e como um dos favoritos ao ouro. Na reta final da preparação para os Jogos, porém, a equipe se viu sem o seu treinador, que contraiu a covid-19, ficou 36 dias internado, com duas intubações e uma cirurgia, e só reassumiu a seleção às vésperas do embarque para Tóquio.

Os efeitos da derrota para o Comitê Olímpico Russo na semifinal ainda puderam ser sentidos neste sábado. O Brasil começou o jogo apático, enquanto a Argentina demonstrava muito mais vontade. A tônica da partida foi muito parecida com o confronto entre as duas equipes ainda na primeira fase dos Jogos Olímpicos, com a diferença de que naquele jogo o Brasil também sofreu muito, mas conseguiu se impor e venceu de virada por 3 a 2.

O JOGO

Com erros de saque e sem conseguir encaixar a defesa para segurar a Argentina, a seleção viu o adversário abrir vantagem logo no início da partida e manter o domínio ao longo de todo o primeiro set. Leal, por exemplo, não estava bem e foi substituído por Douglas. Do lado argentino, Facundo Conte não tinha grandes dificuldades para passar pelo bloqueio brasileiro e conduziu a Argentina à vitória na primeira parcial por 25 a 23.

A seleção reagiu no segundo set. Mesmo sem ainda jogar o seu melhor, a partida ficou mais equilibrada. O aumento de produção do Brasil passou pelas mãos de Wallace. O jogador chamou a responsabilidade, pediu mais bolas para Bruninho e foi o maior pontuador da segunda parcial com nove pontos e ajudou o Brasil a ganhar por 25 a 20.

O terceiro set foi muito equilibrado, disputado ponto a ponto. Era toma lá dá cá. A cada bom ataque do Brasil, os argentinos reagiram com um ponto também. Lucarelli subiu de produção e, com uma atuação muito consistente, foi fundamental para a virada brasileira. Quando não conseguia cravar a bola no chão, ele explorava o bloqueio argentino e, assim, a seleção fechou novamente em 25 a 20.

Quando o jogo parecia se encaminhar para um desfecho favorável ao Brasil, o quarto set se transformou em um pesadelo. Irreconhecível, o time passou a errar bolas fáceis e foi amplamente dominado pela Argentina, que deu uma aula de bloqueios e venceu por 25 a 17.

O tie-break foi emocionante. Renan mexeu bastante no time. Alan e Cachopa entraram bem e fizeram o Brasil reagir, mas não a ponto de superar os argentinos, que venceram por 15 a 13. Ao time brasileiro restou apenas aplaudir a Argentina, que festejou demais o bronze. Assim como há 33 anos.

Raphael Ramos

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